Capítulo 21

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Maratona 3/4

HampellVille - Outubro de 2018.

Acho que a única coisa que eu preciso agora, é de um calmante.

Mais uma vez, um sonho com o P, mas dessa vez, foi quando descobrimos o que havia acontecido.

Identificado por estar com uma foto minha nas mãos.

Como acharam o corpo? Eu não faço a menor ideia.

Minha mãe que sempre foi um pouco religiosa, disse que foi Deus que mandou pessoas até lá, já que quase ninguém, com excessão à nossa família, frequenta aquele lugar.

Lembro da nossa briga, dois dias antes. Era sempre a mesma coisa, eu o tentava fazer parar com essa merda.

Não, Peter não me culpava por aquilo. Ele disse que precisava ser feliz e eu me orgulho.

Parece meio estranho, mas ele foi corajoso, ele decidiu quando seria hora de parar de atuar e sair de campo.
Agora ele está feliz, com o pai dele, sabe-se lá aonde.

Óbvio que acordar todos os dias e não tê-lo comigo é a pior coisa do mundo, porque dói demais. Mas Doutor Williams uma vez, disse:

- As pessoas sabem o que é melhor para elas. Eu, como psicólogo, não deveria te dizer isso, mas te digo como amigo: é como uma guerra, muitos soldados lutam até a morte, alguns desistem e se entregam à ela. Já outros, desistem e esperam que ela chegue. Peter só esperou o momento certo, o momento que ela o levaria.

No começo, achei besteira, mas parei para refletir sobre isso. Eu achava que Peter morreu lutando, quando na real, não.

Ele já estava na última fase: a aceitação.

Eu ainda me considero egoísta, mas não me culpo tanto.
Tudo que eu queria era que ele ficasse mais, por mim.

Não pensei no que ele queria, se era realmente aquilo que ele queria.
Só fomos empurrando com a barriga, até o momento que não deu mais.
Não vimos, porque éramos cegos demais. Mas agora, tudo que eu percebi, era que Peter precisava de ajuda psicológica, mas já era tarde demais pra isso.

Levantei da minha cama, me preparando para o primeiro dia trabalhando com o Max. Sou a nova secretária.
Pensei em talvez conversar com meus pais sobre a faculdade mais tarde.

3 meses de terapia me fizeram perceber que tudo que devemos é continuar tentando. Preciso achar uma saída e viver. Viver até meu último segundo, por ele.

Porra, tentar.

Me vesti rapidamente, após tomar meu banho e desci para tomar café, meus pais estavam trabalhando, por isso a casa se encontra completamente silenciosa.
Minha cabeça estava explodindo de tanto que dói e parece que eu não durmo há séculos.

Preciso de um café! Exclamei, internamente.

Peguei uma xícara no armário, a coloquei na bancada e despejei o café. Só o cheiro do líquido preto e amargo me acalmou e melhorou meu humor.
Senti-me extasiada ao sentir o café quentinho descer pela minha garganta. Já me sentia preparada para uma longa e cansativa manhã.

As vezes, Peter me dizia que poderia conquistar o mundo em um dia, desde que ele tomasse uma café de manhã logo cedo.

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- Bom dia, senhor Maxuel. - Disse ao entrar na sala do Max. Ele riu e revirou os olhos.

O grandão está mais do que elegante no terno preto, que realça com a pele negra dele.

BROKEN | sem revisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora