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Capítulo 3

França, Paris, Sweet Amoris, 2020

Movi meus dedos, sentindo algo aquecendo uma de minhas mãos. A claridade parecia ofuscar meu rosto e forcei-me a abrir os olhos, conseguindo ver a parede de um tom creme logo na minha frente. Olhei para o lado e percebi que estava com uma agulha na minha mão, mostrando que eu estava tomando um soro na veia. Olhei para o outro lado e tomei um susto ao ver os fios vermelhos de Castiel. Ele estava sentado numa poltrona ao lado da cama, com a cabeça deitada na ponta de onde eu estava e segurando minha mão.

Ele estava com olheiras enormes e seu semblante era de muito cansaço. O que ele estava fazendo aqui...? Ah sim, me lembro vagamente do que aconteceu. Ele me ajudou? Minha cabeça estava doendo e acabei sendo tirado de meus devaneios quando a enfermeira entrou no quarto.

— Ah, vejo que acordou. – Ela deu um sorriso amável e me ajudou a tomar um remédio – Seu namorado finalmente dormiu, hm? Ele passou esses dois dias sem pregar os olhos, preocupado com você.

— Dois dias? – Sussurrei, ignorando o fato de ela ter chamado o Proulx de meu namorado – Eu fiquei desacordado dois dias?

— Ah sim, você ficou um tempo inconsciente por causa da asfixia, mas não teve danos sérios. Teve uma hora que você acordou, mas logo voltou a dormir. Parecia cansado.

— Ah... – Respirei fundo um pouco mais relaxado e voltei a olhar pro ruivo. Soltei sua mão da minha com cuidado e comecei a fazer carinho nos seus fios vermelhos – Ele que me trouxe?

— Sim, ele estava desesperado. – Riu se lembrando da cena – Ele estava gritando com todo mundo exigindo que o atendessem urgentemente. Quando cuidamos de você ele passou um bom tempo chorando perto da sua cama.

Fiquei estático só de imaginar Castiel chorando. Isso era possível? A enfermeira saiu depois de ver se tudo estava nos eixos e me deixou sozinho com o Proulx que parecia estar no sono mais pesado do mundo. Por que ele se preocupou tanto comigo? Tipo, ele e eu não temos mais nenhum vínculo afetivo. Na verdade, acho que nunca tivemos.

— Você acordou... – Sussurrou abrindo os olhos lentamente e tratei de afastar minha mão de seu cabelo – Se sente bem? Está respirando direito?

— Estou bem. – Sorri de leve e me ajeitei melhor na cama com a ajuda dele – Obrigado por me ajudar.

— Não sabe o susto que me deu. Quando cheguei no apartamento do Nevra, sua porta estava arrombada e eu só escutava grunhidos de dor vindos de lá de dentro. Nathaniel... Eu nunca senti tanto medo na minha vida. Se alguma coisa acontecesse com você, eu nunca me perdoaria.

— Castiel Proulx falando uma coisa dessas para mim. – Ri baixo, mas logo tratei de parar ao ver seu rosto sério – Precisa de mais que um enforcamento pra se livrar de mim, bad boy.

Nerd... — Ele se aproximou e me abraçou, tomando cuidado com a mão que levava soro. Fechei os olhos sentindo o carinho que ele fazia no meu cabelo e suspirei – Espero que algum dia me perdoe pelo passado.

— Eu agradeço a sua preocupação. De verdade. – Respirei fundo – Mas não é como se eu fosse ter mais empatia por você. Você dizia que eu traí sua amizade com a Debrah... Bem, você traiu minha confiança e isso não é algo que eu vá deixar ser reconstruído tão cedo.

— Eu sei, se não você não seria o Nathaniel que eu conheço. Ah, o Nevra veio te ver, então eu vou indo.

Castiel saiu do quarto um tanto relutante, mas assim que seu cabelo ruivo sumiu, um moreno adentrou no quarto. Sorri ao ver Nevra segurando uma caixa de bombons e um balão em forma de gatinho.

The Rose and The DragonWhere stories live. Discover now