Você já parou para pensar em como sua vida pode mudar em apenas 5 segundos?
Para Olivia isso nunca nem se passou pela sua cabeça, até que pelo acaso, ou devo falar destino? Ela acaba se encontrando com Daniel Sorrentino, um cara muito gato mas ao m...
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Sexta-Feira, dia 29 de Maio de 2019
Havia poucas coisas que eu podia ser grata nessa vida, mas ter comprado aquele carro não era uma delas. A lata velha estava enguiçada no meio da rua, e se recusava a dar algum sinal de vida, a única coisa que consegui fazer foi estacioná-lo em uma vaga na calçada. Frustrada, bati a porta velha com força, me amaldiçoando mil vezes por não ter acordado mais cedo. O relógio marcava oito e meia da manhã, apenas vinte minutos antes da minha aula de administração na faculdade, e eu sabia que iria me atrasar mais uma vez.
Olhei para o Chevrolet 1990 com a pintura, que antes costumava ser branca, mas que agora estava mais para a cor de ferrugem e as janelas estavam em sua maioria emperradas enquanto o trancava.
Isso que dá acordar atrasada, falei para mim mesma enquanto sentia o calor do sol em minha cabeça e me afastava da armadilha mortal e me coloquei a correr em direção ao campus da universidade, rezando para que desse tempo de chegar na sala de aula. O suor escorria pela minha testa quando corria pelo campus da universidade em que eu estudava, que coincidentemente era uma das mais aclamadas de São Paulo.
Lutando contra o relógio, passei pelos portões antigos do instituto as pessoas que me olhavam curiosas enquanto passava por elas. Sabia que parecia uma louca desesperada, com o cabelo possivelmente todo bagunçado e as roupas amarrotadas, já que não tive tempo para escolher nada mais arrumado.
Eu decididamente deveria comprar um despertador melhor, pensei.
— Só mais alguns metros... — Sussurrei como se fosse um mantra, tentando ignorar as pernas e os pulmões, que ansiavam por um minuto de descanso. Não podia me dar o luxo de parar para descansar, já que se eu me atrasasse de novo na aula do Sr. Romanov estaria reprovada e teria que tirar do meu bolso, que no caso estava vazio, para pagar a matéria no próximo semestre.
Só de pensar na ideia de ter que pedir mais dinheiro aos meus pais fazia meu estômago se revirar. Não é que eles não podiam pagar, mas é que eu não gostava de pedir. Sempre em toda a minha vida eles deram coisas para mim, e eu estava farta disso, eu já era uma adulta e podia arcar com minhas despesas! bem... podia, já que meu escritório fechou a dois meses atrás e agora estava sem emprego algum, vivendo do que sobrou de algumas economias que tinha feito, que já não eram muitas.
Tentando colocar de lado esses pensamentos, notei que o prédio laranja escuro, onde eu tinha minhas aulas de administração, estava a apenas alguns passos de distância.
— Glória a Deus — Falei estampando um sorriso no rosto. Parece que dessa vez vou chegar na hora pra variar. Mas o destino não estava do meu lado naquele dia, porque logo quando me encontrava na entrada do prédio, cai literalmente em cima de alguém.