Capítulo Um

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                                     23 de março.

De novo tudo na mente de Luz parecia girar e a sensação de está em um show que se ouvia independente a  quantos anos Luz estivesse dela, dançava em  sua mente por mais que ela fechasse os olhos e deita-se em sua cama essa sensação não sumia.
Isso a acompanhava  desde os treze anos e por mais que ela tenha aprendido a lidar nunca era fácil quando acontecia para valer. Na maioria das vezes ela agia naturalmente como se nada estivesse acontecendo, mas hoje não era um dia desses, e não tinha nada do que ela pode-se fazer afinal de contas ninguém ali nunca se quer suspeitou de que algo estava errado. Era apenas deixar passar,assim ela esperava, pois amanhã era mais um dia em que ela precisava estar bem, não fazia dois meses que a tão sonhada promoção no jornal aconteceu.

Nem duas horas depois da horrível turbulência em sua mente  Luz desceu até a cozinha em busca de um café forte que a acompanharia nas próximas horas da madrugada,as quais ela precisava revisar todas as últimas notícias do dia, e atualizar o site do jornal na web, além de adiantar a edição de alguns vídeos da próxima semana que sairia no canal  no YouTube do jornal com entrevistas exclusivas das pessoas públicas que estavam envolvidas em qualquer outro assunto não tão relevante ao ponto de ganhar um espaço no jornal matinal dos empresários e senhorzinhos, que assinavam o jornal a tantos anos e com certeza não queriam ler sobre tais assuntos, até a página dos jogos de sete erros,  palavras cruzadas e caça palavras importava mais. Apesar de fazer parte da equipe de revisão do jornal e agora ter acesso exclusivo aos furos para  o site do jornal, ela ainda  queria fazer mais esse trabalho, pois ela mesma havia dado a idéia ao diretor do jornal, o qual sabia que tais assuntos ganhavam repercussões e ele precisava de alguma forma se favorecer com isso. O incrível disso tudo era que a moça que estava ali apenas para criar caça palavras pensaria nisso e além do mais se resppnsabilizaria pelo trabalho, para ele seria ótimo, pagaria alguns reais a mais para ela e não correria o risco de contratar algum imbecil que acabaria com a credibilidade do jornal em uma das plataformas mais influentes dos últimos anos.

  Para Luísa não fazia diferença alguma tudo isso ou a quantidade de horas que ela trabalhava, sua mãe dizia que ela precisaria de um dia que tivesse quarenta e oito horas ao invés de vinte e quatro horas, assim ela faria algo a mais da vida além de trabalhar e ler sobre romance ou ficção, quando poderia está andando no shopping com as amigas ou melhor fazendo amigas. Mas era justamente por isso que ela escolheu trabalhar tanto, assim ocuparia a cabeça ao invés de ter um show acontecendo na mente dela durante uma crise ou simplesmente deixando a mente vazia que já não resolvia mais para ela desde que saiu do ensino médio, e além disso tudo não teria tempo para acompanhar sua mãe em chá da tarde o que ela realmente achava inútil não conseguia acreditar que  sua mãe ainda vivia no século XIX, e que a  única coisa que sai da sua boca em uma sexta-feira à noite era " Você poderia ir até  o campo do condomínio o Felipe sempre está lá esse horário com um grupo de amigos, mas lembre-se você deve ser gentil  apenas com Felipe se é que me entende, com seus amigos apenas para a sua socialização e que eles o lembrem do quão incrível você é. Essa aproximação seria ótima para seu pai."

Tudo que a sua mãe falava a deixava  sem reação, logo ela que estudou tanto para sempre ter o que questionar. Mas a sua mãe vivia fora da realidade e  isso era demais para ela. Tinha tanto para compreender, como  havia chegado nesse estado mental que bobeiras da nobreza era de menos, sempre detestou achar que seus problemas eram fúteis demais para uma garotinha que sempre teve tudo, e não só dinheiro como amor e carinho, ela sabia que se olhassem sua vida com outros olhos nada daria motivo para tal situação, mais vai saber como a nossa mente deseja agir. Seria os amigos da escola? mimados  demais para o que ela podia suportar? O trabalho excessivo dos pais? Nada, nada, nada; nada lhe da uma justificativa plausível, preferia acreditar que era a junção disso tudo, a linha tênue entre o mundo dos pais e o dela estava abalada mais do que nunca, e suas forças para resolver já não existem mais, ou apenas está ocupada e cansada demais para procurar justificativas.

  Quando criança Luz assistia aos filmes que tinham meninas com famílias super ricas, umas eram mimadas demais e outras rebeldes revolucionárias, e nada disso se encaixa com ela, já tentou ser a mimada quando tinha uns dezoito anos, e a revolucionária aos vinte anos, mas era cômico demais bancar tantos personagens, então durante o período da faculdade e até hoje, fica entre esse meio termo, não se importa com a quantidade de dinheiro que a família possuí quando ela precisa ou quer algo ela tem, se precisa de um vestido exclusivo  e sobre medida para festas em família,negócios do pai, ou até mesmo do jornal ela liga para os mais renomados estilistas e não vê problema algum em usar o dinheiro da família nisso, e a  sua mãe também não, o melhor do mundo para a minha princesa apenas isso, e ela também usa o seu dinheiro,seu trabalho como base da sua vida, tem em mente caminhar cada vez mais com as suas próprias pernas, construindo quem sabe o seu próprio Império e não via problema algum o tempo que isso levaria para acontecer. Apenas tinha certeza  de que não seria se casando ou casando a filha para isso acontecer,  ela sabe também que seus pais trabalharam e muito para conseguirem tudo que possuiem, o que incomoda é  o quanto os valores mudam para se manterem na posição, mesmo sabendo que são capazes  de terem sempre mais.

Já são quase quatro horas da manhã, não faz a mínima idéia de quantas horas está sentada em frente a esse computador, precisa dormir ao menos um pouco para descansar o corpo e principalmente a sua cabeça.

NÃO É A HORA DE PARTIROnde histórias criam vida. Descubra agora