"não editado*
Oliver Frederico Duarte*
Havia uma quantidade consideravel de analgésicos em minha bagagem, o suficiente para dopar um boi, é claro, aqueles remédios sem prescrição não eram meus, minhas infrações se mantinham em estacionar em lugares proibidos e as vezes provar uma uva na seção de frutas do mercado, contrabando internacional de medicamentos não era a minha praia, por mais que adorasse a série Narcos, Pablo Escobar não era bem um exemplo a ser seguido. Sem contar meu status, que seria pisado pela mídia.
Miguel havia permanecido em Florença, prometendo voltar segunda pela manhã quando sua ressaca acabasse, a viagem havia sido tranquila até o pouso, sem Miguel e com o acordo selado, pude aproveitar a cabine reservada para relaxar durante as horas de vôo, mas assim que desci junto com a comissária de bordo fomos surpreendidos por um número suspeito de seguranças a nossa espera, o que após apresentações entendi se tratar da polícia federal.
Mas que merda. Foi meu primeiro pensamento, minhas malas haviam sido reviradas juntos com as da tribulação, até que, durante uma verificação mais a fundo, encontraram uma sacola cheia de pílulas que após uma apuração estilo CSI NY, descobriram ser entorpecentes, havia tentando argumentar e talvez tenha me alterado quando fiquei sem explicações, havia passado metade da viagem dormindo e outra com meus olhos presos sob a tela de um notebook, não era uma mula, estava em uma enrascada confusa demais para explicar.
O que me levou após uma certa "comoção" exagerada da minha parte, estar dentro de uma minúscula cela com outros meliantes de infrações leves e um rosto vermelho por ter sido jogado contra o chão com força, quando tentei dialogar com um dos agentes federais.
. - Eram quantos ?. Perguntou um senhor sem camisa que cheirava a álcool, assim que entrei ele se apresentou como José, havia sido pego mijando próximo ao aeroporto, com tudo de fora e sem um pingo de vergonha.
. - Dois, dos grandes.
Mentira, eram um, de um metro e cinquenta, parecia estar na casa dos 60, mas tinha punhos pesados.
. - Eles não pode te prender aqui Playboy. Se levantou, o que parecia ser um cardaço impedia suas calças de irem ao chão. - Esses cara não vão com teu tipo, saca?.
Concordei em silêncio, os outros três homens brancos de estatura média e carranca dura me observavam em silêncio.
. - Não estou atrás de confusão.
O senhor sorriu.
. - Acho que treta foi o que te meteu nesse buraco Playboy. Comentou com humor. - fica sussa, a galera só tá aqui porque ou estava manguaçado com os bagulhos de fora.. Correu os olhos para magrelo ao lado do fortao, ele parecia querer pular no meu pescoço a qualquer momento. - Ou é 155 de butique, tudo frouxo, não acha?.
Levei meus olhos aos demais, eles esperavam pela resposta, assim como o senhor bêbado, seus olhos vermelhos estavam esbugalhados em minha direção.
Senhor Jesus Cristo, eu sou tão jovem.
Onde caralho Melissa estava?.
. - Eu não diria algo do tipo. Tentei engolindo a seco, sentia o arrepio em minha costela, o mesmo que senti aos 11 anos após aprontar e a Nona me pegar em flagrante, a diferença era que, no lugar de uma senhora frágil eram três homens de altura consideravel e punhos firmes.
Onde está Melissa?.
. - Oia só Johnny, o Playboy tá cê tremendo todo. José gritou alto, chamando a atenção do fortao.
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Justa Causa
RomanceOliver Duarte é um demônio em forma de CEO, e Melissa Ângelo sabe muito bem disso, após anos trabalhando com o queridinho número 1° dos escritórios de arquitetura, a pobre secretaria executiva não suporta mais olhar para o rosto perfeitamento geomé...