Seventh Night

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O corpo de Kim Jiwoo se debatia na cama em uma tentativa de sair de sua pequena tortura em forma de sonho. Um arrepio cortou por todo seu corpo. Seu subconsciente criando imagens pesadas demais para que aguentasse, angústia corria por suas veias. Novamente se via pegando o parafuso do chão e o fincando contra as costas de Hyejoo, se via tocando Jinsoul e empurrando do penhasco. Esteve tão perto de tocar Sooyoung da janela. Sentia culpa, remorso, arrependimento. Não podia se controlar, era como ser pega por sombras que a impediam de qualquer ação, perdeu controle sobre o próprio corpo e sentia que estava prestes a nunca mais recuperar, por isso se debatia, tentava fugir mas parecia inútil e impossível. Precisava acordar daquele pesadelo, precisava sentir controle novamente.

– Não, não, não. Não toque nela! – Murmurava. – Não, solte isso! Por favor, me desculpe, me desculpe! – Abriu os olhos.

Uma camada de  suor cobria seu corpo. Seu pulsar tão intenso que podia escuta-lo. Olhou ao redor e o sol era nítido atrás da camada fina da cortina. Sooyoung tinha as costas para ela, o motivo por não ter sentido a movimentação de Jiwoo, seu sono era pesado. Jinsoul e Jungeun estavam coladas como esperado. Pensou em como um banho podia ser sua solução para se livrar do suor. Se preparou para sair da cama. Sua mão latejou ao lembrar do incidente no banheiro, flashes de memórias cruzaram sua cabeça mais uma vez, o pensamento de ter feito algo tão cruel estava a enlouquecendo.

Pegou suas roupas e foi rumo ao banheiro. Precisava tentar clarear a cabeça, tão confuso e turbulento estava sendo dentro de sua mente, lapsos de memória haviam se tornado comuns, piscava em um lugar e acabava em outro. Pensou em comentar com alguém porém parecia nunca conseguir. Nem mesmo com Sooyoung, estava ai outra assunto que lhe trazia confusão, se arrependia da noite anterior, nem sequer sabia o porquê de ter a beijado primeiro, foi ela quem estabeleceu barreiras até estar confiante em seus sentimentos. A água não estava limpando sua consciência porém ajudava a aliviar sua tensão. Estava cansada de errar com Sooyoung porém parecia não conseguir parar de faze-lo. Estava cansada de errar, de sentir culpa, queria deixar ir, tudo, apagar de sua consciência o que causou. Seu pensamento tão pessimista e culposo abriu espaço para algo muito mais terrível tomar conta, algo mortal.

O som do chuveiro foi um pequeno alerta para a jornalista, esfregou os olhos e bocejou. Seu corpo ainda cansado porém curioso se espreguiçou e foi até o banheiro, sabia que era Jiwoo, a sua falta na cama entregou isso. Bateu com cuidado na porta para não acordar quem aí dormia.

– É a Sooyoung. – Uma confirmação para que entrasse veio do outro lado.

Entrou e foi pega desprevenida, a fumaça fazendo o vidro embaçar deixando a imagem destorcida porém bonita, a silhueta de Jiwoo lhe trazendo uma sensação um tanto intensa para quem acabará de acordar.

– Bom dia. – Quase sussurrou.

Se aproximou do vidro e a observou. A mais nova não proferia palavras, sequer parecia notar a presença. O barulho da água relaxando ambas. A mão de Sooyoung tocou o vidro e fez pequenos desenhos contornando o corpo atrás da vidraça. A mão de Jiwoo cobriu a sua do outro lado e então puxou a porta para o lado. Tão distraída estava Sooyoung que não notou a falta das gotas caindo ao chão, pequenas nuvens de fumaças por todo o corpo de Kim, seus olhos as acompanhavam. Jiwoo pegou a toalha e começou a se secar ainda sem dirigir seu olhar para Sooyoung. Apesar do vapor, ela parecia fria, nenhuma piada ou reconhecimento desde que entrou, era estranho. Parou com suas costas tocando a porta, olhos afiados a encontraram atravéz do espelho.

– Então, sobre ontem a noite. – Começou tímida, tentando conter o entusiasmo.– O que foi aquilo? – O corpo coberto pela toalha se virou. Um arrepio correu o corpo de Sooyoung, algo estava errado.

The Deadly Side Of JiwooOnde histórias criam vida. Descubra agora