Cap I

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Existem sentimentos que nascem quando ninguém está vendo. E não é porque ninguém vê, que eles sejam menos reais.

Meu nome é Faye, sou filha única de uma mãe solteira. Um clichê.

Minha mãe se chama Rebeca. Ela engravidou aos vinte e dois anos enquanto trabalhava de estagiária para um famoso empresário musical, com quem ela se relacionou por um ano antes de engravidar. Ele era casado e nunca a assumiu. E nem a mim.

Isso não me afetava. Diferente de outros adolescentes, eu nunca tive vontade de conhecê-lo.

Ele me mandava todos os meses uma mesada muito "significante" para que não me faltasse absolutamente nada, e dinheiro não era problema para ele, afinal ele era um milionário sem noção. Rebeca seguiu nesse mesmo ramo a vida toda, agora como empresária conceituada. Trabalhou com muitos músicos famosos. Mas foi em 1997 que sua carreira deslanchou.

Ela foi contratada por Walker Hanson em 1996, para controlar a carreira dos filhos adolescentes que começavam a estourar na cena musical daquele ano. Os irmãos Hanson eram 1º lugar na Billboard e em outros diversos rankings já no ano seguinte.

Mas essa não é uma história sobre mãe e filha.

Foi quando eu completei dez anos que tudo aconteceu, que tudo mudou. Saímos de Nova Iorque para morar em Tulsa. Onde os meninos moravam. Rebeca achava que seria melhor morarmos na mesma cidade.

Eu era uma criança muito independente e esperta devido a ausência da minha mãe, era muito a frente do meu tempo. Eu tinha uma "babá" que andava com a gente para tudo que era canto. Minha mãe pagava muito bem para ela cuidar de mim, exatamente da forma como ela deveria cuidar.

Obviamente nesta época, eu já sabia quem eram os Hanson, mas por ter sido criada no meio de gente famosa eu não me deslumbrava. Para mim eles eram apenas garotos. Foi muito fácil fazer amizade com os meninos. Isaac tinha quinze anos, Taylor treze e Zac dez. Vivíamos a mesma fase praticamente, gostávamos das mesmas coisas. E de repente essa amizade fez com que Rebeca resolvesse que eu deveria acompanhá-los no método de Homeschool, o que faria com que pudéssemos passar mais tempo juntas.

Minha relação com Rebeca não era muito boa. Eu tinha algumas mágoas e ressentimentos que me afastavam dela e também me fizeram criar o hábito de não chamá-la de mãe. Ela já nem brigava mais por isso, simplesmente aceitava.

Eu e os irmãos Hanson convivemos por um bom tempo dia a dia. Eu viaja para todos os lugares, ia em todos os shows era muito divertido, mas também era muito cansativo, e eu sentia falta da vida normal. Não era fácil para uma garota conviver somente com meninos, na estrada, de país em país.

Com doze anos eu briguei feio com Rebeca justamente pelo ritmo de vida que ela levava e me forçava a levar junto. Fui para Londres morar com minha tinha Claire por um tempo. Voltei a frequentar a escolar normal e isso foi muito bom para mim.

Durante aquele ano longe eu pensava em Taylor todos os dias. E todos os dias nós nos falávamos por telefone. Não só com ele, mas com todos. Mas era com ele que meu coração disparava. Eu não sabia compreender o que estava acontecendo, eu me pegava admirando suas fotos nas revistas e sua imagem nos videoclipes. Quando ele falava comigo era diferente, era especial.

Eu estava apaixonada! Não demorei muito para descobrir.

No aniversário de treze anos de Zac eles voltavam de uma turnê mundial. Finalmente estavam voltando para casa, depois de quase um ano fora. E isso fez com que eu também voltasse.

Era outubro, outono. Ajudei os pais e os amigos a arrumarem a festinha surpresa de Zac. Éramos todos uma grande família. Diana e Walker (pais dos meninos) me tratavam feito filha. Eles eram muito legais comigo, tinham Rebeca como alguém de extrema confiança.

OUTONO (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora