Cap V

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⁃ Trocou de carro?

Taylor estava encostado em um carro que não era o dele.

⁃ Esse carro é seu,Faye!

Ele me entrega a chave.

-Como assim, Taylor?

- Meu presente de dezoito anos para você...Eu prometi!

⁃ Taylor, não...Eu não posso aceitar.

⁃ Sua mãe queria te dar e você recusou, mas a mim você não pode negar.

Era um Jeep Cherokee preto lindo. Realmente não tinha como negar. Ainda mais vindo dele. Ele me conhecia, sabia que eu gostava de carros grandes.

⁃ Você vai dirigindo!

Ele disse entusiasmado.

Foi um desastre, além de estar nervosa eu acabei me acostumando com a direção na direita de Londres.

Era incrível que por mais que eu evoluísse ele ainda assim tinha coisas para me ensinar. Eu adorava, mas me sentia boba perto dele. Ele sempre era o professor.

Chegamos na minha casa. Rebeca me recebeu feliz.

- Tão bom te ter em casa filha! Finalmente resolveu voltar ...

- Pelo visto você também!

Respondo irritada pela forma como ela fala.

- Minha filha, não vamos brigar, eu estou feliz de te ver...

Não criei caso. Estava feliz por estar em casa de verdade.

Enquanto eu me desvencilhava de um abraço, Taylor me olhava de longe quase rindo da situação.

⁃ Hoje nós vamos sair para beber. Você vem né?

⁃ Tá, eu dou uma passada!

- Quer ajuda com as malas?

- Quero sim! Obrigada.

Chegando no meu quarto ele larga as malas no chão e vai até a janela. Fica ali parado olhando para o quintal lá embaixo.

Eu sei a lembrança que ele teve. Era a mesma que eu tinha sempre que olhava pela janela. Ele me chamando de madrugada durante aquele verão inesquecível.

- Lembranças, Taylor?

- É... Saudade de algumas coisas...

- E eu estou aí nessa saudade que você está sentindo?

- Sim, você está...

Ele termina e me encara. Se aproxima me prensando na parede. Mãos encostadas na parede, braços esticados e eu ali no meio.

Sentia sua respiração no meu rosto. Aqueles olhos tão incrivelmente azuis me mostravam o abismo que eu estava caindo. Ele passeava os olhos pelo meu rosto. Como quem descobre um novo lugar.

- Você está tão linda! Cada detalhe seu está mais lindo ainda, Faye...

- Você também... está...

Nada mais saía da minha boca, nenhum outro pensamento senão beijá-lo até a boca arder de tanto esfregar naquela barba cerrada que crescia.

Ele sim estava lindo, quisera eu conseguir dizer tudo que pensava, mas engasguei.

Ele estava perto demais, as pintas ainda eram facilmente localizadas já que eu sabia de cor.

OUTONO (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora