Oi, como vocês estão?
Espero que bem.
Sofia
- Hoje você vem comigo ao bar nem que eu tenha que te arrastar – Breeze diz assim que eu abro a porta.
- Você com essa historia novamente – digo dando as costas para ela – eu não estou afim de ir.
- Nunca está não é? Você precisa conhecer mais gente.
Faz pouco mais de três meses que estou morando em homeland e trabalhando no hospital e sinto que fiz bem vir para cá e acabar com a vida toxica que eu tinha. No começo não entendi o que uma médica obstetra e pediatra poderia fazer pelos espécies, mas aceitei o convite para trabalhar aqui. Cheguei a pensar que poderiam ter encontrado filhotes espécies em uma de suas buscas pelos esconderijos da mercile ou até mesmo filhos de algum casal que veio trabalhar aqui, mas eu estava enganada.
Depois de conversar com Justice North e assinar um termo de confidencialidade, confirmando que o que eu estava prestes, a saber, não seria repassado para a mídia ou qualquer outro interessado, ele contou algo que a todos disseram ser impossível, entretanto machos espécies podiam ter filhos com humanas e a prova disso era que eu conheci os pequenos seres que conquistaram o meu coração. Como os adultos, os filhotes não adoeciam pelo seu gene alterado e se desenvolviam muito mais rápido que uma criança comum.
No começo foi difícil me acostumar ao jeito dos espécies. Muito sinceros e curiosos e essa coisa de saber tudo apenas pelo nosso cheiro me deixava nervosa. Principalmente os machos solteiros, vindo a mim querendo sexo. Na primeira vez que um deles me perguntou se eu queria compartilhar sexo, eu fiquei com muita vergonha e sai o mais rápido possível dali.
Eles eram enormes, musculosos, exalavam testosterona, mas eu não estava interessada. Não quando era muito fácil se apaixonar e ficar apegados a algum deles. E era muito chato ser parada de repente e ter que responder se eu queria ou não. Tanto que para evitar esse constrangimento, minha rotina era apenas de casa ao hospital e de volta para minha casa.
Eu parecia um bichinho acuado ao ver sua fera, mas eu não estava preparada para um possível relacionamento. Não depois de tudo que passei. Homens ou machos, eu os queria bem longe de mim.
- Eu não preciso conhecer mais gente. Tenho você e a Trisha, não preciso de mais. – falo e saio de casa com Breeze ao meu encalço e entro no carrinho de golfe esperando que ela o ligasse para irmos ao hospital.
- Precisa sim. Precisa conhecer alguém legal para se divertir. – retrucou dando partida no carrinho.
Desde que vim para cá, para Homeland, e fiquei sabendo que eu precisava de alguém ao meu lado a todo passo que eu desse para a minha propria segurança, pedi a justice que minha acompanhante fosse uma mulher, no caso uma fêmea e ele atendeu ao meu pedido sem exitar.
Despeço-me dela antes de sair do carrinho e escuto ela dizer "eu não desisti ainda" enquanto vou andando até a entrada do prédio.
Hoje o movimento no hospital estava lento, eu não tinha nenhuma consulta marcada em minha agenda, porem estava atenta a qualquer emergência que viesse a ter. Conversando com Trisha, ela me disse para ficar preparada a qualquer imprevisto, pois, a força tarefa havia saído para mais um resgaste e se tudo desse certo teríamos mais espécies entre nós. E com mais espécies, tinha o risco de ter mais feridos.
Ainda não havia presenciado a chegada deles em homeland depois de serem resgatados, mas pelos comentários da Trisha, não era nada fácil chegar perto deles quando estavam conscientes e na maioria das vezes precisavam ser sedados e seguranças ao nosso lado para não nos machucarmos.
Eles tinham uma má experiência com humanos, ainda mais aqueles que usam jalecos e seria difícil criar confiança.
O tempo ia se passando e nada deles chegarem. Toda a equipe estava à espera com semblantes nervosos no rosto e quando começou a anoitecer o helicóptero com os novas espécies resgados finalmente chegou e o hospital estava preparado esperando por eles. Em poucos minutos o local se tornou uma bagunça e podiam ser ouvidas vários espécies rosnando quando eu me aproximava para cuidar dos ferimentos.
Um em especial acordou bem na hora em que eu estava me aproximando para dar uma olhada em sua perna quebrada. Seja o que tivesse acontecido, foi bem grave e ele ficaria um bom tempo sem andar. Eu não poderia fazer muito por ele naquele momento, apenas cuidei para que não acontecesse nada de errado enquanto não fosse operado.
- Se rosnar para mim mais uma vez, eu vou te largar aqui e deixar você se virar sozinho. – digo quando já estou cansada de ouvir rosnados toda vez que tento toca-lo. – assim que os outros feridos estiverem fora de perigo, você ira para a sala de cirurgia.
Sirius
Não é fácil matar um da minha espécie. Digo isso, pois estamos todos bem na medida do possível. Sobreviver a uma bomba seria impossível para meros humanos e não digo isso por serem frágeis. Nós temos muitas características que ele não tem.
Velocidade é uma delas e foi muito importante para que recebêssemos o menor impacto possível. Quando o tempo acabou e a bomba enfim explodiu, estávamos chegando ao primeiro andar quando partes do teto e a parede começou a ceder e caiu em cima de nós.
Não me lembro de como sai de lá. Provavelmente a outra equipe nos ajudou. Acordei já em Homeland em uma cama de hospital quando uma medica que eu nunca tinha visto antes estava prestes a tocar em minha perna.
- Você acordou. – disse quando solto um rosnado - Sou a Dra. Smith e vou precisar tocar em sua perna.
Ela começa a examina-la enquanto solto rosnados a cada toque. No começo ela não faz nada, mas sinto sua irritação e ela perde a paciência alterando sua voz para falar comigo.
- Se rosnar para mim mais uma vez, eu vou te largar aqui e deixar você se virar sozinho. – diz se aproximando de mim. Posso sentir seu cheiro doce que antes não foi percebido por mim – assim que os outros feridos estiverem fora de perigo, você irá para a sala de cirurgia.
- Cirurgia? – imediatamente olho para minha perna que esta presa em uma tala.
- Fraturou a perna esquerda. – ela diz – está sentido dor em algum outro lugar? – ela pergunta.
- Não. – respondo.
Ela termina de me examinar e vai embora com o Smile logo atrás fazendo a segurança.
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Sirius - Novas Espécies
ChickLitSirius conheceu sua companheira ainda nas indústrias mercille quando Amália foi jogada em sua cela para procriarem. Depois que foram salvos pelos seus irmãos espécies, continuaram vivendo juntos em uma cabana na reserva. Depois de muito tempo tentan...