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"Talvez eu vá para uma praia, mas nunca mais serei feliz."
Queria poder dizer-te que discordo.
Que tenho esperança de que ainda conseguiremos alcançar a felicidade.
"Talvez eu vá para uma praia, mas nunca mais serei feliz."
Queria dizer que felicidade a gente inventa.
A gente cria, dói e sustenta.
Queria ter coragem de tirar toda essa armadura que criamos entre nós.
Queria eu, poder abraçar-te e dizer-te que não te culpo, por nada disso.
Falta-me, infelizmente, a coragem necessária para isto.
Queria dizer-te que perdoo todas as vezes em que farpas trocamos, nos machucando, ferindo ainda mais o que já estava quebrado.
Se antes fomos porto, hoje em dia somos mar revolto.
E será que teremos nós uma solução? Será que um dia nós deixaremos ser, solidão? Será que um dia nos reconheceremos no espelho?
Somos tão iguais. Somos tão feridas. Tão doloridas. Tão doídas.
"Talvez eu vá para uma praia, mas nunca mais serei feliz."
Porque o tempo correu e a gente ficou né, presas em toda dor que nos causamos.
Em toda amargura que criamos.
Em toda a mágoa que espalhamos.
Em toda raiva que emanamos.
Presas em tudo que fizemos uma à outra. E nós fizemos muito né?
E nós nos machucamos tanto.
Atadas à momentos que não voltam mais.
Não voltam mais.
Não nos deixam em paz.
Não mais.
Não dá pra voltar atrás.
Se bem quê, enfim.
"Talvez a gente vá para um praia e nunca mais seja feliz"
Quem sabe.

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