We are not alone.

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Pov Harry

Passei minhas mãos pelas suas costas e ombros, a abraçando de volta, a acalmando. Senti que metade dos olhares da sala estavam sobre nós, mas não importava. Eu simplesmente não me importava.

-Você está segura agora.

Falei baixinho, trazendo seus olhos aos meus. Quando ela sorriu, eu soube que tinha feito o certo.

-Temos uma turnê para fazer!!

Lauren sorriu, se afastando. Era seguro dizer que ela havia entrado na sala torcendo para que ninguém tivesse notado nada.

A primeira parte do ensaio havia sido mais tranquila, apesar do buraco que David havia deixado.

Lauren desceu com as meninas durante o intervalo e eu me aproximei de Mary, que parecia imersa em seus mil pensamentos.

-Você conhece alguém? -perguntou-
-Não, acho que não...
-Eu não sei se os testes parecem uma boa ideia, é só uma pessoa.

Pensei.

-Ainda temos as fichas salvas, posso dar uma olhada e selecionar um dos que ficaram pra trás.
-Em quanto tempo consegue fazer isso? Não temos tempo.

-Uma semana?
-Certo, boa sorte.

Ela anotou, as meninas adentraram a sala de novo.

-Quero fazer um convite, atenção!

Linz os chamou, Lauren parou pertinho.

-Sem fome?
-Tomei um café por aqui mesmo, precisava resolver umas questões.

Respondi baixinho, ambos encarando Linz no centro.

-Bom, essa semana é o meu aniversário e eu pensei em fazer uma festinha lá em casa, amanhã. Tudo bem Harry?
-Oh... Sim, acho que sim. -tentei me lembrar da agenda-
-Maravilhoso, enviarei o endereço por mensagem.

Linz não tinha obrigação nenhuma em saber como a realidade funcionava para mim, eu não poderia ir em festas casuais tão tranquilamente assim.

-Pode ser legal.

Lauren deu de ombros, passando pelo microfone.

-Você poderá ir?
-Não sei, honestamente.
-Você vai, não vai?

Linz nos interrompia então, apoiando o braço em meu ombro.

-Você também, Lauren!
-Acho que sim.

Lauren sorriu sem graça, Linz ofendeu-se.

-Ah, qual é gente! Harry, eu espero que você vá. Será meu convidado do ano.

Sorri sem graça, a observando se afastar.

-Acho que ela gosta de você.
-Hum, será? Talvez eu deva ir então.

Sorri, a provocando.

-E bom, não é dela que eu gosto.

Roubei um selinho rápido, a fazendo gargalhar em vergonha.

-Quero te levar a um lugar depois daqui. Topa?
-Hummm, pensarei.

Era ela linda.

Abri a porta do carro para ela e entrei em seguida, quando a vi se acomodar. O céu estava limpo, muitas estrelas. Ela parecia gostar das estrelas. Uma música calminha tocou durante o caminho, de vez em quando eu a escutava cantarolar.

Eu sentia que as coisas estavam acontecendo muito rápido, mas ao mesmo tempo eu sabia que queria que fosse com ela. Intercalava meu olhar entre o volante e Lauren o tempo todo, era diferente.

Me sentia como se um tivesse entrado no campo magnético do outro, com linhas invisíveis de energia me puxando para ela a todo instante. Eu ardia em desejo.

Lauren me mostrava sua vida aos poucos, eu estava a conhecendo melhor. Me encantando cada vez mais.

-Central Park!

Ela disse sorrindo, abrindo a porta.

-Caramba, eu moro aqui há quase um ano e nunca estive aqui. Acredite.

-Me disseram que a noite é ainda mais especial.

-E o que é isso tudo?

Perguntou ao me ver pendurar uma bolsa de pano pelo ombro.

-Parte da surpresa. Acho que aqui está bom.

Lauren me olhava com cuidado. Calculei onde sengaríamos, onde seria menos provável que olhos nos vissem.

Coloquei a bolsa no chão, na grama, e tirei uma toalha branca dali. Dei alguns passos para trás e a estiquei, ajeitando as pontas depois. Direcionei meu olhar à ela, que tinha as duas mãos na boca agora.

-Eu não acredito!

Apenas sorri. Tirei da bolsa preta grande um suco de caixinha, um bolo pequeno de chocolate e uma vasilha cheia de sanduíches de tomate, presunto, queijo e molho especial.

-Que tal se juntar comigo?

Estiquei minhas mãos para ela.

-E se alguém nos ver?

Sentou-se.

-Bom, torça para que não.

Fui sincero, ela pareceu achar graça.

-Mas não se preocupe, não tenha medo. Já esteve em um piquenique noturno antes?
-Nunca!

Apoiei meu corpo em um dos braços, ficando um pouco deitado, ainda de frente para ela. Lauren cruzou as pernas de lado também, deixando suas coisas na grama.

A garota estava maravilhada com as estrelas à cima, eu não conseguia não olhá-la. Eu a olhava como se ela fosse o céu e os seus olhos as estrelas piscantes.

Em algum momento, a realidade gelada batera contra nós. A entreguei um moletom preto, ficando três vezes maior nela. Meu coração acelerou ao vê-la vestida nele.

-Melhor?
-Sim, bem cheiroso inclusive.

Sorri, abaixando a cabeça.

-Tudo isso é tão diferente... Mas eu gosto.

Eu não aguentava mais vê-la e não tê-la.

-Preciso confessar, tenho um pouco de medo de ser vista. E odiada.
-Oh não, não fale assim. Não te odiariam.

Cortei seu pensamento, eu também tinha medo, mas obviamente não a deixaria passar por aquilo. Me ajeitei na melhor posição, a fazendo olhar apenas para mim.

-Se quiser embarcar nisso, saiba que eu não te deixaria ser odiada.

Segurei seu rosto com minhas duas mãos, selando nossos lábios. Era quente, era macio.

Ambos com muita vontade, Lauren me tirava o ar toda vez. Seus lábios macios indo contra o meu, sua respiração rápida em cima da minha. 

Eu sentia frios na barriga. Como na primeira vez.

Ela correspondeu com um suspiro abafado, apertando levemente a minha coxa. O suficiente para uma corrente ardente atravessar o meu peito e jogar faíscas para todo lado. Eu podia sentir um volume se formar na minha calça.

Mas Lauren se afastou por um segundo, parecia estar tomando o ar novamente. O que era bom, eu perderia o controle.

Nossas testas ainda coladas, olhos fechados. Impossível manter uma respiração compassada, ela me deixava sem freio, sem rumo.

Eu estava perdido em seus braços. Sem nenhuma palavra ela se aproximou e colou nossos lábios de novo, fazendo uma leve pressão de vai e volta. Eu amava aquele tipo de afeto.

E eu poderia continuar amando, se um rajado de luz não tivesse atravessado meu rosto. Lauren se afastou rapidamente , olhando para trás.

-O que foi isso?
-Eu não sei, não sei...

Mas eu sabia.
Luz.
Flashes.
Cliques.

-Acho que não estamos sozinhos.

End Of The Day - 1Onde histórias criam vida. Descubra agora