O apartamento de Martins fica no oitavo andar. Ao saímos do elevador e nos aproximarmos da porta, percebo uma movimentação incomum do outro lado dela. Não tenho tempo cogitar possibilidades, antes que ele a abra e um, pequeno e cinza, bulldog se eleve, ansioso, em suas pernas.
Ele faz um carinho rápido no animal e adentra no apartamento. O cachorro me nota e é nas minhas pernas que ele passa a pular. Me agacho e faço carinho na criatura afoita.
Eu não sabia que Martins tinha um cachorro. Esse é o nosso nível de intimidade. Anos trabalhando juntos e eu não sabia dessa informação.
Expresso parte do meu pensamento quando Martins retorna, já está sem camisa e segurando uma lata de cerveja.
— Eu não sabia que você tinha um cachorro.
— Faz só uns meses — Ele dá de ombros.
— Como ele se chama? — Ainda estou agachada acariciando o bulldog carente.
— Ela — ele frisa o sexo do animal — se chama Cotonete.
Martins pressiona os lábios tentando disfarçar um riso quando termina de falar. Parece que ele está me zoando, mas sei bem que é capaz de atribuir esse nome ao bicho.
— Quer beber algo? — Me pergunta quando levanto e me aproximo dele.
— Não.
— Quer conhecer meu quarto? — Direto.
Eu não me ofendo com sua pouca cerimônia. Nós dois sabemos porquê estou aqui.
Eu o acompanho pelo corredor. Seu apartamento não é grande, então, em alguns passos, chegamos ao quarto.
Não é um quarto espaçoso. Está iluminado apenas pela luz noturna, que escapa das janelas vidro, e contém poucos móveis: um guarda-roupa, cama, criado-mudo, estante com televisão, e o que parece ser um vídeo game, e uma porta que leva ao banheiro. Tudo em tons de branco e preto.
Ao terminar de avaliar o local, me volto para Martins, já sem a cerveja em mãos.
— Gostou? — Questiona sabendo o que eu estava fazendo.
— É bem você — Não estou o desmerecendo e ele sabe disso, porque rir com minha resposta.
Quando seu sorriso se desfaz, o silêncio toma o quarto e a expectativa volta a permear o ar.
Martins se aproxima, vagarosamente, mantendo os olhos fixos nos meus e se posiciona frente a mim. Toca meu braço esquerdo em um movimento de sobe e desce, o que faz meus pelos arrepiarem. Ele fica observando o gesto e minha pele corresponder.
Ao levantar o olhar, encaixa sua mão na minha nuca, prendendo alguns fios do meu cabelo junto.
Sinto o ar me faltar e seus lábios chocam-se com os meus.
O beijo é uma continuidade do anterior, firme e poderoso, mas, agora, mãos o acompanham. Com um aperto em minha bunda, Martins aproxima nossos corpos, me fazendo sentir sua ereção iminente.
Me apoio em seus ombros, largos e duros, em busca de equilíbrio.
Seus beijos saem da minha boca e passeiam pelo meu pescoço.
— Você é tão cheirosa — sua voz é rouca e sofrida.
Eu me sinto inerte. Sem reação. Passiva as suas investidas.
As mãos de Martins alcançam o topo do meu vestido e o desce até a cintura.
Estou sem sutiã porque o vestido permite, o que possibilita acesso livre de seus lábios ao meu seio. Ele não hesita e o chupa como seu doce preferido, enquanto, a mão áspera massageia o outro.
Um gemido me escapa. A pressão entre minhas pernas aumenta e a umidade se acumula.
Inebriada em sensações, sinto quando meu corpo aterrissar na cama. Martins sobe em mim apoiado pelos braços, que tensionam com o esforço, ressaltando os músculos.
Seus lábios voltam aos meus, agora, mais selvagens. Mas não se demoram neles e voltam aos meus seios. Desta vez, dando a devida atenção aos dois. Agarro seus cabelos prateados para mantê-lo por lá, porém, ele tem outros planos.
Se levanta em seus joelhos e estende meu pé esquerdo na altura de sua visão, desabotoa minha sandália de tira preta e, em seguida, faz o mesmo com o pé direito.
Depois, puxa o vestido por minhas pernas, até que esteja totalmente fora do meu corpo e me observa com puro desejo.
Eu também estou desejando-o.
Ele pode sentir isso quando afasta minha calcinha renda e passa o dedo pela minha entrada. Constatar a umidade lá, o faz gemer.
Martins fica em um movimento penoso de sobe e desce na minha boceta até inserir dois dedos, que entram com facilidade. Os dedos entram e saem, vagarosamente, enquanto seu o polegar massageia meu clitóris e a tortura se eleva mais um nível.
Já não consigo mais conter os gemidos, o que parece sinalizar algo para ele, que interrompe o que está fazendo e se afasta.
Em meio a nevoa de prazer e escuridão do quarto, vejo Martins tirando os coturnos e a calça. Ele não estava usando cueca ou retirou junto a calça, porque já posso vislumbrar ele nu de onde me mantenho deitada.
Quando ele se aproxima, vejo seu pau ereto e já coberto com preservativo. Ele permanece em pé na beira da cama e se encaixa em mim em um movimento único e brusco.
Nós gememos com o encaixe.
Seu pau possui o tamanho ideal para eu senti-lo exigir espaço sem incomodar.
Martins intercala entre entocadas lentas e firmes e rápidas e brutas.
— Que delícia, Mendonza! — Ele fala sem fôlego em meio as entocadas.
Está quente e estamos pingando de suor.
Os gemidos e o barulho dos nossos corpos se encontrando são os únicos sons no local.
A sensação de estar à beira de um abismo se instala.
Interrompemos o ritmo apenas para que eu fique de bruços e ele meta por trás em mim. A beira da cama faz contato com meu clitóris e me aproxima mais do salto no abismo.
Ao apertar minha bunda para me fazer engolir seu pau, eu não aguento e pulo.
Pulo no mais profundo orgasmo.
Meu corpo parece tremer por minutos.
Noto seus movimentos acelerando e ele correndo para saltar no seu próprio precipício.
Martins dá um tapa na minha bunda e me faz tremer mais.
Seus gemidos de saciedade e movimentos perdendo ritmo, me sinalizam que ele também pulou e seu corpo cai ao meu lado.
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SINERGIA (Conto Erótico) - COMPLETO
Short StoryMartins e Mendonza são uma dupla de instrutores na Academia da Polícia Militar. Eles mantem uma relação estritamente profissional até se permitirem explorar outras perspectivas desse relacionamento.