Capítulo 3

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O apartamento de Martins fica no oitavo andar. Ao saímos do elevador e nos aproximarmos da porta, percebo uma movimentação incomum do outro lado dela. Não tenho tempo cogitar possibilidades, antes que ele a abra e um, pequeno e cinza, bulldog se eleve, ansioso, em suas pernas.

Ele faz um carinho rápido no animal e adentra no apartamento. O cachorro me nota e é nas minhas pernas que ele passa a pular. Me agacho e faço carinho na criatura afoita.

Eu não sabia que Martins tinha um cachorro. Esse é o nosso nível de intimidade. Anos trabalhando juntos e eu não sabia dessa informação.

Expresso parte do meu pensamento quando Martins retorna, já está sem camisa e segurando uma lata de cerveja.

— Eu não sabia que você tinha um cachorro.

— Faz só uns meses — Ele dá de ombros.

— Como ele se chama? — Ainda estou agachada acariciando o bulldog carente.

— Ela — ele frisa o sexo do animal — se chama Cotonete.

Martins pressiona os lábios tentando disfarçar um riso quando termina de falar. Parece que ele está me zoando, mas sei bem que é capaz de atribuir esse nome ao bicho.

— Quer beber algo? — Me pergunta quando levanto e me aproximo dele.

— Não.

— Quer conhecer meu quarto? — Direto.

Eu não me ofendo com sua pouca cerimônia. Nós dois sabemos porquê estou aqui.

Eu o acompanho pelo corredor. Seu apartamento não é grande, então, em alguns passos, chegamos ao quarto.

Não é um quarto espaçoso. Está iluminado apenas pela luz noturna, que escapa das janelas vidro, e contém poucos móveis: um guarda-roupa, cama, criado-mudo, estante com televisão, e o que parece ser um vídeo game, e uma porta que leva ao banheiro. Tudo em tons de branco e preto.

Ao terminar de avaliar o local, me volto para Martins, já sem a cerveja em mãos.

— Gostou? — Questiona sabendo o que eu estava fazendo.

— É bem você — Não estou o desmerecendo e ele sabe disso, porque rir com minha resposta.

Quando seu sorriso se desfaz, o silêncio toma o quarto e a expectativa volta a permear o ar.

Martins se aproxima, vagarosamente, mantendo os olhos fixos nos meus e se posiciona frente a mim. Toca meu braço esquerdo em um movimento de sobe e desce, o que faz meus pelos arrepiarem. Ele fica observando o gesto e minha pele corresponder.

Ao levantar o olhar, encaixa sua mão na minha nuca, prendendo alguns fios do meu cabelo junto.

Sinto o ar me faltar e seus lábios chocam-se com os meus.

O beijo é uma continuidade do anterior, firme e poderoso, mas, agora, mãos o acompanham. Com um aperto em minha bunda, Martins aproxima nossos corpos, me fazendo sentir sua ereção iminente.

Me apoio em seus ombros, largos e duros, em busca de equilíbrio.

Seus beijos saem da minha boca e passeiam pelo meu pescoço.

— Você é tão cheirosa — sua voz é rouca e sofrida.

Eu me sinto inerte. Sem reação. Passiva as suas investidas.

As mãos de Martins alcançam o topo do meu vestido e o desce até a cintura.

Estou sem sutiã porque o vestido permite, o que possibilita acesso livre de seus lábios ao meu seio. Ele não hesita e o chupa como seu doce preferido, enquanto, a mão áspera massageia o outro.

Um gemido me escapa. A pressão entre minhas pernas aumenta e a umidade se acumula.

Inebriada em sensações, sinto quando meu corpo aterrissar na cama. Martins sobe em mim apoiado pelos braços, que tensionam com o esforço, ressaltando os músculos.

Seus lábios voltam aos meus, agora, mais selvagens. Mas não se demoram neles e voltam aos meus seios. Desta vez, dando a devida atenção aos dois. Agarro seus cabelos prateados para mantê-lo por lá, porém, ele tem outros planos.

Se levanta em seus joelhos e estende meu pé esquerdo na altura de sua visão, desabotoa minha sandália de tira preta e, em seguida, faz o mesmo com o pé direito.

Depois, puxa o vestido por minhas pernas, até que esteja totalmente fora do meu corpo e me observa com puro desejo.

Eu também estou desejando-o.

Ele pode sentir isso quando afasta minha calcinha renda e passa o dedo pela minha entrada. Constatar a umidade lá, o faz gemer.

Martins fica em um movimento penoso de sobe e desce na minha boceta até inserir dois dedos, que entram com facilidade. Os dedos entram e saem, vagarosamente, enquanto seu o polegar massageia meu clitóris e a tortura se eleva mais um nível.

Já não consigo mais conter os gemidos, o que parece sinalizar algo para ele, que interrompe o que está fazendo e se afasta.

Em meio a nevoa de prazer e escuridão do quarto, vejo Martins tirando os coturnos e a calça. Ele não estava usando cueca ou retirou junto a calça, porque já posso vislumbrar ele nu de onde me mantenho deitada.

Quando ele se aproxima, vejo seu pau ereto e já coberto com preservativo. Ele permanece em pé na beira da cama e se encaixa em mim em um movimento único e brusco.

Nós gememos com o encaixe.

Seu pau possui o tamanho ideal para eu senti-lo exigir espaço sem incomodar.

Martins intercala entre entocadas lentas e firmes e rápidas e brutas.

— Que delícia, Mendonza! — Ele fala sem fôlego em meio as entocadas.

Está quente e estamos pingando de suor.

Os gemidos e o barulho dos nossos corpos se encontrando são os únicos sons no local.

A sensação de estar à beira de um abismo se instala.

Interrompemos o ritmo apenas para que eu fique de bruços e ele meta por trás em mim. A beira da cama faz contato com meu clitóris e me aproxima mais do salto no abismo.

Ao apertar minha bunda para me fazer engolir seu pau, eu não aguento e pulo.

Pulo no mais profundo orgasmo.

Meu corpo parece tremer por minutos.

Noto seus movimentos acelerando e ele correndo para saltar no seu próprio precipício.

Martins dá um tapa na minha bunda e me faz tremer mais.

Seus gemidos de saciedade e movimentos perdendo ritmo, me sinalizam que ele também pulou e seu corpo cai ao meu lado.

SINERGIA (Conto Erótico) - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora