Capítulo 155

845 77 2
                                    

Eles chegam e vão logo falar pra ela.

Maiara: Irmã, tá tudo bem? Você está com uma carinha de quem chorou. Aconteceu alguma coisa?

Maraisa: É... Não, irmã. Tá, é... Maiara, você já viu suas redes sociais hoje? Tá tudo bem?

Maiara: Não metade, não vi nada no celular ainda. Mas eu recebi uma ligação com uma notícia não muito agradável e quiz vir falar com você pessoalmente.

Maraisa: Ah, então você já deve saber neh, do Luiz... Ele sofreu um acidente e... Ah irmã, o Luiz está paraplégico. Acabei de ler uma matéria sobre o acidente que sofreram essa madrugada.

Maiara: Ah, então você já sabe do acidente e por isso essa carinha de quem chorou antes de eu chegar neh.

Wendell: Mah, ela já leu a matéria sim, já sabe de tudo da pior maneira. As pessoas estão marcando a dupla nós IG de fofoca. E sua irmã tem o péssimo hábito de já acordar vendo isso todos os dias.

Fernando: Mas não foi só isso Wendell, ela leu sobre o acidente  si, sobre tudo?

Maraisa: Li cunhado, eu já sei do Fabrício. Eu falei com Wendell que queria ir pra lá, mas ele não sabe se devo por conta do Gael e das fortes emoções no finalzinho.

Maiara: Irmã, eu falei com a mãe e a irmã dele no telefone. Elas acharam melhor nós não irmos porque além da viagem você vai guardar uma lembrança do Fabrício que elas não gostariam que você tivesse, prefere que você guarde ele com as coisas boas que viveram juntos.

Maraísa: Eu entendi irmã, mas agora o que eu quero de verdade é deitar e dormir de novo. Acho que pra uma manhã já tivemos emoções demais. E Maiara, o Luiz está numa cadeira de rodas. Imagino quando ele descobrir isso no hospital como ele vai ficar.

Maiara: Eu só não entendi de onde essa amizade dos dois de saírem juntos. Como ficaram próximos assim.

Maraísa: Eles se aproximaram agora irmã. A tal mulher dos vídeos com o Fabrício, era a Luiza, amiga dele. Mas enfim, já foi, já aconteceu e eu só quero deitar minha cabeça no travesseiro e esquecer que isso tudo está acontecendo já dois meses do meu filho nascer. Agora mais meu do que nunca.

Fernando: Vamos amor pra casa, deixa sua irmã descansar e vai descansar você também. Já foi emoção demais por hoje. Wendell, qualquer coisa liga pro doutor Kallil. Ele está a par da situação que elas passaram. Tchau cunha, e descansa a cabeça aí. Pensa no Gael em primeiro lugar.

Wendell: Obrigado Fernandinho por avisar e por se preocupar com ela. Pode deixar que vou cuidar dela aqui. E cuida da metade dela lá também, se não ela sente aqui.

Maraisa: Eu só queria entender porque! A vida é tão estranha e inesperada assim. Eu me sinto tão culpada por isso. Acho que isso nunca vai passar.
Ela fala e engata um choro intenso de dor, porque independente dela tentar ser forte, era o pai do filho que ela esperava.

Wendell: Eiiii, você não teve culpa de nada. Para com isso Maraisa. Nem ele teve culpa. Pelo que entendi, a moto que bateu na lateral do carro que eles estavam e aconteceu tudo isso. Não fica assim meu amor.

Maraisa: Para Wendell, se eu não tivesse visto aqueles vídeos nojentos e mandado ele embora, ele estaria aqui e nada disso estaria acontecendo. A culpa é minha sim.

Fernando: Maraísa, não é bem assim. Eu sei que você pensa desse jeito, mas seja justa com você. Você é uma mulher incrível. Você acha que deveria ficar sendo enganada por ele até quando? E se ele saiu, bebeu e dirigiu a culpa não é sua. E ele estava em Goiânia direto mesmo casado com você. Poderia ter acontecido de qualquer maneira. Não se culpe por uma culpa que não é sua e nem de ninguém. Agora vai descansar que o Gael não merece passar por isso. Ele está sentindo tudo que você sente. Wendell, dá um chá calmante a ela dos que o doutor Kallil receitou e deita com ela. Eu vou fazer o mesmo com minha baixinha. Tchau gente, e se cuida, cuida desse menino cunhada.

Maraisa: Obrigada Fernando, por tudo. Irmã, te amo e fica bem, fica tranquila. Eu vou deitar e tentar descansar e amanhã eu ligo pra mãe dele pra dar os pêsames. Independente de qualquer coisa, eles são avós e tios do Gael e eu quero me colocar a disposição pra qualquer coisa. Te amo metade, e obrigada por se preocupar comigo e esquecer a sua dor.

Maiara: Também te amo irmã, e no fundo eu nem sei se dói. Porque na vida a gente colhe o que a gente planta, e hoje o Luiz entende bem essa frase. Eu sinto muito pela mãe e pelo pai dele que são quem vão cuidar dele agora, porque ele nunca conseguiu ficar com ninguém porque não sabe valorizar as pessoas que gostam dele. Agora ele vai aprender a valorizar pelo menos os pais dele. Tchau metade, qualquer coisa a gente tá em casa. Fernando só tem show na sexta.

Eles se despedem nesse clima pesado, de culpa, mágoa, ressentimento e dor, mesmo que nada disso tenha sido ocasionado por nenhum deles.

Menina de 30 (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora