Capítulo 6

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O vi dormir a noite toda, tão calmo e sereno, li muitas matérias sobre ele, e sempre diziam que ele era arrogante, presunçoso, mandão, só que realmente não parece que ele seja assim, bom, pelo menos até agora.
Ja são 07:00Hrs da manhã, tenho que acorda-lo para que possa fazer os exames, quanto mais rápido o fizer, mais rápido ele vai para o quarto, mais sinceramente estou sem coragem, ele está tão lindo dormindo assim, que dá pena de acorda-lo.
Mais se tem que fazer, vou fazer.
Me aproximei de sua cama, e olhei mais de perto seu lindo rosto, e possível entender o por que de as mulheres se matarem para passar uma noite com ele.
Sua respiração pesada, mostrando que esta em sono profundo, expressão tão angelical, tão sereno, que quando vi, ja estava passando a não em seu rosto, o toque foi suave, mais isso não impediu dele abrir os olhos.

- Bom dia doutora.-- disse assim que abriu os olhos.
Senti minha pele esquentar, por vergonha de ter sido pega acariciando seu rosto.-- Passou a noite toda aqui?

- Bom dia Sr.Mantovani, sim, passei a noite sentada ali.-- Disse apontando para a poutrona ao lado da cama.-- O acordei para que possamos fazer os exames que lhe falei ontem, para eu poder libera-lo para ir para o quarto e receber visitas.

- Sim, tudo bem, e obrigado por me acordar na hora certa.-- Disse e deu-me um meio sorriso.
Eu realmente estaria mentindo se dissesse que ele não desperta minha atenção, ele é muito bonito, tem a voz firme, rouca, e tem o sorriso mais lindo que ja vi.

- Por nada, bom... vou chamar as enfermeiras para acompanharem o senhor nos exames, vou coletar umas amostras de sangue agora, e quando o senhor voltar dos exames, poderá comer alguma coisa.- Disse e me dirigi a mesa do outro lado da cama e comecei a coletar as amostras.-- Quando os exames ficarem prontos, eu volto para leva-lo para o quarto, e seus amigos ja estarão lá esperando por você.

- Certo, obrigada por ficar. -- Disse assim que terminei de colher o sangue, ele não é um homem de muitas palavras.

- Bom, ja vou indo, até mais tarde Sr.Mantovani. -- Disse ja me afastando.

- Lorenzo.-- Disse rápido.

- Oi? -- Perguntei confusa.

- Pode me chamar de Lorenzo, você ja cutucou meu cérebro, já tirou sangue de mim, dormiu comigo, acho que não tem como ficar mais íntimo que isso doutora...- Falou a última palavra como se estivesse perguntando meu nome.

- Elizabeth Molinni. -- Disse.

- Doutora Liz, não tem como ter mais intimidade que isso.

- Entendi, tudo bem Lorenzo.
Quando terminar os exames eu volto.-- Disse e me retirei.
Assim que sai do quarto, pus a mão no coração, estava acelerado, como se tivesse corrido uma maratona, como assim, como posso sentir isso só de conversar olhando em seus olhos? Como pode mexer tanto comigo se eu nem o conheço? Eu nunca senti isso por ninguém, apesar de não saber exatamente o que é, eu sei que é intenso.
Fui direto para a sala dos plantonistas, peguei um uniforme limpo e fui tomar um banho, passei uma maquiagem simples para disfarçar a cara de quem não dormiu quase nada, e passei também um gloss, arrumei os cabelos e os deixei soltos, peguei o jaleco e meu celular e fui no refeitório comer algo.
Ao pegar o meu "café da manhã" sentei na mesa e ja fui olhando as mensagens no meu celular, umas eram da minha mãe, e outras muitas da Gih.

DE GIH.
PARA LIZE.

" OI COMO ESTÃO AS COISAS AI? VOCÊ ESTA BEM? ME MANDA NOTÍCIAS."

DE GIH.
PARA LIZE.

" VOCÊ SUMIU DE NOVO, NUNCA FICOU TANTO TEMPO SEM FALAR COMIGO ANTES, TA TUDO BEM?"

DE GIH.
PARA LIZE.

" CERTO, SE NÃO ME RESPONDER ATÉ AS DEZ HORAS DA MANHÃ EU VOU BOTAR ESSE HOSPITAL A BAIXO PARA TER NOTÍCIAS SUAS. "

DE GIH.
PARA LIZE.

" ESTOU PREOCUPADA DEMAIS AMIGA, CADE VOCÊ?. "


DE LIZE.
PARA GIH.

" VOCÊ PODE TER CALMA MALUCA? EU ESTAVA NO CTI A NOITE TODA, NÃO PODE ENTRAR LÁ COM O CELULAR, ESTOU ÓTIMA, NÃO SE PREOCUPE, JA SOU BEM GRANDINHA PARA ISSO, PASSEI A NOITE ACOMPANHANDO O LORENZO, POR ISSO NÃO RESPONDI ANTES.
BOM DIA, TE AMO, BEIJOS. "


Após o surto de mensagens da Gih, respondi ela, guardei o celular e tratei de comer, hoje o dia vai ser longo, e sabe se lá se terei tempo de comer hoje de novo.
Após meu café da manhã, me apressei para ir buscar os exames de Lorenzo, e aproveitei para ver também outros pacientes, assinei duas altas, prescrevi novos remédios para outros pacientes, e depois me dirigi novamente para o CTI.

- Voltei.- ja entrei falando e sorrindo.-- e tenho ótimas notícias, seus exames estão ótimos, você ja vai poder ir para o quarto. -- Me aproximei auscutando o seu coração, e checando suas pupilas.

- Fico feliz de sair daqui, esse quarto é muito deprimente.-- Disse sério.

- O outro não vai ser muito diferente, só não vai ter gente entrando o tempo todo, você deu sorte, pois eu fiquei aqui, se eu não tivesse ficado, provavelmente seria incomodado de meia em meia hora. -- Disse sorrindo.

- Mais uma coisa para a lista do que tenho para te agradecer.

- Não precisa agradecer, eu prometi pros seus amigos, e não foi um problema para mim, eu praticamente moro aqui nesse hospital. -- Disse e me afastei, as enfermeiras entraram para ajudá-lo a ir para a cadeira de rodas, quando botaram ele de pé, pude ver todas as suas costas nuas, ele estava usando apenas a bata hospitalar, e uma cueca boxer branca, e Deus, que visão, costas largas, bunda grande, pernas grossas.
Desviei o olhar e quando ele sentou na cadeira, e as enfermeiras ajeitaram sua perna na cadeira, fui o empurrando para fora do quarto, os amigos dele ja estavam o esperando a quase uma hora pelo que soube, eles devem estar preocupados.
Assim que entramos no quarto o loiro do cabelo cumprido veio quase correndo para perto de nós.

- Bom dia rapazes.-- Disse educada.

- Bom dia Dr.Molinni.-- Disse o loiro de olhos castanhos.

- Bom dia.-- Disseram os outros dois em uníssono.

- Então, quando vamos poder leva-lo para casa?-- Perguntou o loiro de cabelo cumprido.

- Eu mal cheguei, vocês nem falaram comigo, e já estão perguntando quando vou para casa?-- Disse Lorenzo brincalhão.

- Lógico que queremos saber quando vai poder sair daqui, primeiro que você odeia hospitais, e segundo que você odeia ficar preso na cama. -- Disse o loiro de olhos castanhos, pelo que percebi deles até agora, só eles falam, pois o fortão careca nunca diz nada.

- Bom, ainda vamos mante-lo aqui por mais dois dias, se tudo ocorrer bem, ele terá alta, mais vai precisar de repouso, e após duas semanas vai começar a fazer fisioterapia.

- Obrigada Liz, você pode nos deixar a sós um pouco? -- Perguntou Lorenzo educado.

- Claro Lorenzo, volto mais tarde para checa-lo antes de ir.- Disse e sorri.-- Bom rapazes, tenham um bom dia e cuidem bem dele.

- Claro que sim LIZ. -- Disse o loiro de olhos castanhos enfatizando meu mais novo "apelido".

Sorri mais uma vez e me retirei do quarto.




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