Capítulo 2 - Marcas desaparecem?

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Acordo no outro dia com o despertador avisando escandalosamente que era 6 e 30 da manhã, a minha vontade de tacar o despertador na parece foi grande, mas o mesmo era meu celular então me obriguei a acalmar os ânimos.

Depois daquele pesadelo eu não me lembro de ter sonhado nada e agradeço por isso, consegui dormir tranquilamente e queria ter dormido mais. Resmungando, eu me levanto e fico sentada na cama pra não voltar a dormir e perder o horário, minha escola era um pouco rígida para uma escola pública.

Ainda sentada observo ao meu redor, meus ursos de pelúcia estão no canto direito do meu quarto, adoro deitar neles quando eu me sinto arrasada depois da aula, então estão fora do lugar (o dia anterior foi um dia daqueles, duas provas em duas aulas seguidas e duas aulas de matemática, tinha chegado em casa achando que a minha cabeça iria explodir, meus ursos levaram a minha energia ruim) ao lado minha mesa de estudos que também é uma mesa de maquiagem com pouca maquiagem e tinha meu notebook carregando com a tela abaixada, do lado da minha cama havia um criado mudo com meu celular em cima carregando, no meu lado esquerdo tem o meu guarda roupas que não é grande, mas estava bagunçado, olhar toda aquela roupa bagunçada me da ainda mais preguiça de arrumar, no canto ao lado da minha cama não havia nada e eu odeio isso, sempre que vou dormir parece que algum espírito vai ficar parado ali me olhando dormir com um sorriso de orelha à orelha e dentes afiados. Acho que é sobrenatural demais.

Levanto-me da minha cama, o chão feito de carpete não deixa nenhum frio passar o que é perfeito, mas mesmo assim eu uso pantufa, apenas os quartos é que tem carpete, o resto da casa é madeira, me arrumo com uma camiseta preta, cinza e bordô da minha escola o que eu acho uma combinação de cores horrível mas tudo bem, é uniforme, e uma calça jeans com um tênis que não estava em seus melhores dias de limpeza, mas eu adorava aquele tênis. Finalmente desço e sinto o cheiro do café da cafeteira no ar, eu adoro esse cheiro, nunca sei se tomo café com leite ou sem quando é de cafeteira, mas eu não quero amarelar meus dentes então opto por café com leite, fica gostoso igual, preparo meu sanduíche e uma fatia de pão com mumu (doce de leite pra quem entender assim) vejo minha mãe e então, lembro dos hematomas em meu corpo que eu vi na noite anterior, antes de ela notar eu me abaixo um pouco, porém ela achou esquisito essa minha reação o que prova que ela não viu meus hematomas.

- cólica filha? - ela pergunta com um olhar de preocupação em seu rosto.

Quem olhar pra nós duas não diria que somos filha e mãe, ela é branca, olhos esverdeados e cabelos castanhos, fora que sua estatura é pequena, já eu... Puxei ao meu pai, olhos castanhos escuro, cabelo escuro pele mais escurinha, mas não tanto quanto a dele, a única coisa que eu não puxei dos dois foi a altura, sou mais alta que os dois o que aumenta ainda mais a desconfiança dos outros, mas não fui adotada se quer saber.

- pois é mãe, sorte que hoje acaba - comentei pra disfarçar, ela se levantou e foi em direção a cozinha americana onde tem uma reserva de remédios para algum tipo de dor, ou pra tosse, ou algo assim - não precisa mãe, sabe que eu odeio remédio pra cólica - impedi ela, não que eu não estivesse com cólica, mas ela não era tão forte, só era chata.

- mesmo assim tem que tomar, vai ir pra escola com essa cólica? - ela protestou.

Eu não estava com medo da cólica ou algo assim, eu estava mais era enjoada pelo meu corpo, o que eu vi na noite anterior foi horrível, não sei como consegui aquilo. Eu apenas revirei os olhos com o que ela havia falado e aceitei o remédio que era amargo que nem a alma da Zaiene, a guria mais popular, narcisista, paqueradora e arrogante da escola, sinto nojo dela, se paga de inteligente mas é filhinha de papai, nem sei o que tá fazendo em uma escola pública, dizem que escola particulares são melhores, fora que o nome dela veio de lugar nenhum nunca ouvi e não tem um idioma pra isso e é exatamente pelo nome dela que ela se gaba dizendo que ela é única e falando que ninguém vai conseguir ser que nem ela e que Deus fez só ela, essa parte eu agradeço, não suportaria outra dela, apesar de as Marias vai com as outras das amigas delas que são quase a mesma coisa que ela. Enfim bebi aquele remédio e terminei meu café que já havia sido estragado com o gosto daquela coisa horrível e fui escovar os dentes, mas antes pra ter certeza fui me olhar no espelho do meu quarto. Fiquei estupefata quando eu olhei meus braços, nada de vergão erguido, nada de roxo, nenhuma marca deixada, olhei para a minha coxa e minha barriga, os hematomas ainda estavam lá, virei-me e olhei para as minhas costas, nada, havia apenas hematomas e o machucado em minha sobrancelha que não dava pra ver quase, fiquei espantada, será que com o espanto da noite passada eu imaginei aquelas coisas nos meus braços e costas? "Bom, deixa pra lá" foi o que pensei antes de ir para a escola.

Antes de ir para a tortura...

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