Depois de ver o desfile do cara e todos ficarem de boca aberta, ele se senta na carteira próxima a de Laura e fica quieto, nós o observamos e voltamos a conversar. De fato ele era lindo, mas não era algo tão impactante assim para nos fazer sair de nossa conversa. Ele estava na dele e nós no nosso canto também até o professor chegar, ele se ajeitou em sua cadeira, colocou sua bolsa em cima da mesa e começou a arrumar seus livros e notebook.
- certo pessoal, como é aula de história, nada melhor do que assistir um filme sobre a história do mundo mesmo. Hoje será "O Diário de Anne Frank" como estamos estudando sobre o Holocausto e cada um pegou por um tempo o livro, acredito que tenha uma pequena noção de como será o filme - ele comentou - Ah! E não se preocupem, eu pedi aos professores da próxima aula se podia passar direto e eles aceitaram - nesse caso era um noticia boa, a próxima era matemática e um dia de folga assim seria bom até.
O professor havia ajeitado o retroprojetor para o quadro e então o filme começou. Até onde eu sabia da história de Anne Frank é que ela era um judia e o Hitler não gostava de judeus, sendo assim, como ditador da época, ele pediu para que o soldados nazistas encontrassem judeus para colocar num campo de concentração os mais velhos para trabalhar e os que eram idosos, com alguma dificuldade ou abaixo dos 14 anos eram colocado em um local onde eles matavam a partir de algum tipo de toxina, foi assim por um período, é uma história interessante, a única pessoa que se sabe do que aconteceu com Anne Frank até onde eu saiba esta viva, ela aparece também no filme "Os Escritores da Liberdade" outro filme muito interessante também.
Não haviam se passado dois minutos de filme e Zaiene já havia mudado de lugar para o que fica ao lado dele e se aproximou, ele não deu bola, era como se ela não existisse para ele, quando ela chegou perto dele ela já começou a conversar com ele por bilhetes, sim conversar por que ele respondia, não existia vergonha na cara daquela garota, eu e Laura nos olhamos e reviramos os olhos, afinal aquilo sempre acontecia e sempre nos dava uma repulsa do jeito que ela sempre ficava em cima dos garotos, nem respeitar o próprio namorado a guria respeitava.
Evitamos olhar para aquela cena nojenta e voltamos para o filme, era bem interessante, então vimos ela saindo do lado dele toda irritada, ele só sorriu, olhou pra nós com o mesmo sorriso e voltou a assistir o filme, aquele olhar me congelou a espinha, Laura estava toda feliz por que o menino deu um fora na outra e aparentemente deu um sinal de interesse para nós, mas eu não havia gostado daquele olhar, o tipo de olhar que parece que a pessoa sabe de tudo sobre você, como se já tivessem se visto tanto que ele sabe como seu corpo é nu, eu não gostava daquela sensação, por que eu não o conhecia de verdade. Sem perceber comecei a me sentir sonolenta, como se eu estivesse sobre o efeito de algum tranquilizante, deitei minha cabeça e antes de dormir, tudo o que eu vi foi o rosto dele. Sorrindo.
Acordo quando o sinal toca todos haviam ido, mas a sala parecia diferente, a minha carteira era a única levantada e inteira, o cenário era todo bagunçado como se tivessem lutado no lugar, cadeiras com as pernas de metal todas entortadas ou quebradas, as mesas estavam ou quebradas ou estavam viradas como se tudo fosse jogado conta algo, o quadro todo manchado de giz e algo mais escuro, os vidros quebrado, as cortinas de cor bege estavam todas rasgadas ou com resquícios de que foram queimadas, partes de corpos jogadas no chão separado de todo o resto por algum tipo de explosão. No meu lado direito a parede estava com um buraco nada perfeito, haviam quebrado com o peso de algo ou com alguém por que dava pra uma pessoa passar facilmente. Quando olho para o meu corpo, eu vejo a minhas mãos, sujas de sangue, minha respiração pesada como se o ar fosse rarefeito, mas o problema não era o ar. Foi ai que eu percebi, aquele cenário era o cenário de uma luta, bem sangrenta, não era apenas corpos humanos que havia ali, mas corpos de alguma coisa de metal, ao meu lado havia algum tipo de barra de metal pontuda, eu olhei pra ela e a peguei, ao pegar ela ouvi passos, chegando perto do buraco a minha direita, como num impulso eu me escondo na parede ao lado do buraco e no mesmo lado em que vem o som de passos.
Os passos chegavam cada vez mais perto e meu coração palpitava cada vez mais, por um segundo eu jurava que ele estava alto o suficiente para a pessoa ouvir. Suguei uma quantia considerável de ar e consegui me acalmar milagrosamente, minhas pernas tremiam meus braços estavam junto ao meu dorso, minhas mãos seguravam com tanta força a barra de metal que não sei como ela não amassou, mais um passo foi dado em minha direção, estava quase para me encontrar, do nada, eu senti que eu não estava na posse de meu corpo mais, a emoção havia sido colocada de lado rapidamente e o raciocínio era rápido de mais para acompanhar, aquela não era eu, era outra pessoa dominando meu corpo.
E finalmente aqueles passos me alcançam e eu avanço sem poder me conter. Do nada, tudo preto.
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Fiksi UmumAparentemente pode ser tudo normal, mas e aqueles machucados que aparecem do nada? Será que vivemos mesmo em uma Matrix da vida? Por que isso sempre acontece? Será que existe um outro? outro mundo, outra realidade, como realmente conseguimos machuc...