✓ INEFFABLE | as crônicas de nárnia.

𝐢𝐢𝐢. AS MENTIRAS DE EDMUNDO

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𝐈𝐍𝐄𝐅𝐅𝐀𝐁𝐋𝐄
[ CAPÍTULO 03 ]

‖ AS MENTIRAS DE EDMUNDO

O DIQUE ERA AINDA MAIS ACOLHEDOR por dentro. Era uma casinha de castores, é claro, e por isso era tão pequenina quanto podia se imaginar. Ainda assim, era grande o suficiente para que as crianças pudessem ficar ali, ainda que Pedro e Susana precisassem se curvar levemente para não bater a cabeça no teto.

Os Pevensie já haviam tirado os casacos, sentindo-se aquecidos o suficiente no dique. Betty, no entanto, ainda sentia frio demais para retirar o seu e temia que sua asma atacasse caso enfrentasse outra mudança drástica de temperatura. Tinha de ter cuidado, oras!

─ Ainda não me acostumei, Castor! ─ a senhora Castor sussurrou para o marido, enquanto os dois observavam as crianças bebendo chá. ─ Todos os cinco! Tomando chá na minha cozinha!

─ Querida, se acalme! ─ o marido pediu, rindo.

As crianças se entreolharam mais uma vez, curiosas, mas se mantiveram em silêncio.

─ Não há nada que possamos fazer para ajudar Tumnus? ─ Pedro perguntou.

─ Poucos são os que passam pelo portão do castelo e voltam. ─ o senhor Castor respondeu, fazendo com que a senhora Castor o olhasse feio.

─ Mas há esperança, queridos! ─ ela assegurou, colocando um prato de peixes fritos na mesa. ─ Sempre há esperança, não é Castor?!

O castor cuspiu o chá que bebia, agitado, e se inclinou sobre a mesa, falando com a voz baixa:

─ Ah, sim, muita esperança! Aslam está à caminho.

As crianças nunca tinham ouvido falar em Aslam antes, mas assim que o castor proferiu seu nome, todos sentiram-se imediatamente mudados. Você já deve ter sentido isso alguma vez. Quando alguém diz algo que você não sabe exatamente o que quer dizer, mas parece ser de uma importância e profundidade tão grande, como se pudesse mudar sua vida para sempre ─ talvez para melhor, como em um sonho, ou em um verdadeiro pesadelo.