𝟬𝟲, veronica.

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Depois do jantar de ontem, uma tempestade começou e infelizmente Nathan não pôde ir embora.

Agora são duas da manhã de domingo, e eu adoraria estar dormindo, mas o meu subconsciente não permite.

Primeiro porque eu passei todo o tempo que tive sozinha pensando sobre o que eu fiz, e segundo porque eu sempre tive uma coisa com chuva, e a maioria das vezes que chove forte, como agora, eu não consigo dormir.

Sei que o sono da minha mãe é muito pesado, ela não acordaria nem se eu derrubasse a sua porta, então não tenho nenhum problema em sair do quarto.

Decido fazer cupcakes; eu não estava com nem um pingo de fome, mas eu sempre soube que cozinhar era a minha terapia.

Misturo todos os ingredientes na batedeira e a ligo, pouco me importando se ele acordaria ou não; estou na minha casa, se ele achar ruim, o problema é dele.

Deixo a massa descansar por alguns minutos enquanto eu colocava os suportes de silicone na forma de acrílico que iria no forno.

Como eu imaginava, ele acordou. Nathan parou na porta da cozinha e encostou no batente de madeira, me observando em silêncio, enquanto eu fingia não ver.

─ Não gosto de ser observada. ─ falo, curta e grossa.

Ele não responde.

Passo a massa do cupcake para as formas e, ao terminar, coloco a forma de acrílico no forno e ligo o cronômetro.

Ele ainda me observava.

Depois de passar uma água pela batedeira, a coloco novamente na bancada e jogo todo o creme de leite que eu havia guardado, exatamente pra isso.

─ Eu disse que não gosto de ser observada! ─ ressalto, sem o olhar.

De soslaio, percebo ele levantar os braços em sinal de rendição, antes de se retirar da porta e entrar de vez na cozinha, indo até a pia.

Quando o chantilly estava quase ficando no ponto certo, desligo a batedeira e me viro, percebendo que ele estava bem na frente do armário onde fica o chocolate em pó.

─ Dá licença. ─ peço em tom baixo, vendo o seu olhar cair sobre mim novamente.

─ Perdão? Não entendi. ─ ele diz, colocando o copo com água na pia.

─ Eu pedi licença. ─ repito, me aproximando.

Ele mexe a cabeça e muda de lugar, deixando com que eu tenha acesso ao armário.

Pego o chocolate em pó e despejo no creme de leite, voltando a ligar a batedeira por mais alguns minutos. Novamente, eu sentia o seu olhar sobre mim, então respirei fundo, tomando coragem, e me virei para ele.

─ O que foi? ─ sou direta.

─ A gente pode conversar agora? ─ ele cruza os braços, então eu sinto a minha barriga formigar ao perceber que ele estava sem camisa.

─ Estou ouvindo.

Me viro de costas novamente, pegando o suporte de silicone na gaveta. Despejo todo o chantilly de chocolate dentro do plástico, esperando que ele dissesse alguma coisa.

─ É sério, Veronica! ─ respiro fundo e me viro novamente assim que termino o que estava fazendo.

─ Eu pareço estar brincando, Nathan? ─ cruzo os braços, provavelmente com a expressão mais fechada que já tive.

─ Eu não estava oficialmente com a sua mãe quando nós... Você sabe. ─ ergo a sobrancelha.

─ E agora está?

mom's boyfriend  ꪵOnde histórias criam vida. Descubra agora