𝟱𝟭, veronica.

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Minha única companhia nessa noite de sábado era um enorme pote de sorvete de creme com cobertura de chocolate e menta. Digo era porque acabou dez minutos depois que eu o tirei do congelador. E também digo era porque assim que acabou, Olivia invadiu minha casa.

─ Seu bebê vai congelar aí dentro. ─ ela diz, se jogando no sofá do outro lado da sala.

─ Você não tem casa, Olivia? ─ indago, apertando o cobertor nas pernas.

─ Tenho, mas a sua é maior. ─ ela pisca, me fazendo rir. ─ Minha apresentação é em quinze dias. Treze, na verdade.

Se eu tivesse com sorvete na boca, eu teria cuspido.

Eu estava prestes a gritar de animação por ela, mas então eu reparei na sua expressão nervosa e eu soube que não era pela apresentação.

─ Você não tá mudando de ideia, né? ─ pergunto, abrindo espaço no sofá em que eu estava. Logo, Olivia estava com a cabeça no meu colo.

─ Eu não sei mais o que eu quero, V. ─ sorri fraco. O "apelido" que Samuel criou – que não passa da inicial do meu nome – já ficou mais recorrente que o Ronnie de sempre. ─ Eu quero o Samuel, isso é certo, mais claro que o sol e mais transparente que água, mas...

─ Mas a sua faculdade é em outro estado e você só poderia vê-lo de vez em quando. ─ completo e a vejo aquiescer com tristeza. ─ Liv, você tem que perguntar à você mesma se você desistiria do seu sonho por ele, e se ele aceitaria o seu sonho por você.

Sua testa franze e ela pensa em silêncio.

─ Eu acho que sim. ─ ela murmura. ─ Ele disse que me ama. Ontem. ─ ela ri quando o meu queixo caiu. ─ Eu não disse de volta, mas acho que ele entendeu o sentimento.

─ Por quê?

─ Eu transei com ele. ─ dou risada pela sua casualidade. ─ Estávamos "juntos" já há algum tempo e.. bom, depois que ele disse que me ama eu joguei tudo no ar. Foi maravilhoso.

Não consegui deixar de pensar o quanto ela tem sorte. Sammy é um fofo, atencioso, engraçado e todos os bons adjetivos existentes. Fico feliz por ela.

Nós duas ficamos aproveitando o bom silêncio até que o celular dela vibrou no sofá.

Onde mais eu estaria, porra? Eu tô em casa! E a porta ta trancada, só vai entrar quem tem a chave. Não vou levantar da cama pra ninguém. ─ estalei os olhos quando ouvi a voz de Nathan no áudio que ele enviou.

─ Por que é que eu não estou nesse grupo? ─ pergunto.

─ Matt criou na semana passada, para organizar a festa de halloween. E caso a senhorita não se recorde, eu te coloquei no grupo e você saiu três segundos depois. ─ ela esclarece e eu dou um sorrisinho sem dentes.

Ela vai abrindo os áudios dos meninos até que a voz de Nathan soa novamente, e então a coisa mais estranha, confusa e maravilhosa aconteceu.

Meu bebê mexeu.

─ Mas que... ─ Olivia murmura, e eu dou risada quando percebo que ela tinha levado um chutinho na cabeça. ─ O primeiro chute do bebê foi em mim!!

Fechei os olhos com força ao perceber o que tinha acontecido.

─ Liv, ─ a chamo, sentindo meu bebê ficar quieto novamente. ─ abre um áudio do Nathan de novo. Qualquer um.

Depois das duas primeiras palavras, minha barriga foi feita de bola de futebol na rua em um sábado a tarde. Mas que merda!

─ Você é mesmo muito sortuda, V. ─ ela ironiza e eu semicerro os olhos. ─ Tantas vozes, e esse bebezinho escolhe justo a do canalha do pai. Você jogou chiclete na cruz, V?

mom's boyfriend  ꪵOnde histórias criam vida. Descubra agora