Capítulo 2 ●

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Billie Léo movia o maxilar só de pensar no ocorrido durante a aula de filosofia. Estava fadado a perdição, ou aparentemente a completa habilidade de se colocar em situações desconfortantes. Não era a primeira vez e com certeza não seria a última.

Quando Rufos Romanoff virou o corpo esbelto na tentativa de observar o desenho, ele sorriu. Léo lembrava-se perfeitamente da expressão do crush, os olhos confusos e a boca que em um movimento sútil abriu, mantendo-se entreaberta.

- Quem é? - foi a pergunta do sujeito. Léo não sabia se deveria estar satisfeito ou completamente irritado. Ora estava mais que nítido. A expressão descontraída era de Rufos (isso em seus pensamentos).

Agora deveria viver com nítida lembrança da falta de reconhecimento de seu Deus Rufos. Não que ligasse. Poderia fazer inúmeras coisas para passar o tempo. Por mais genioso que Léo fosse, algo era certo, poderia fazer de tudo um pouco. Mentira. De quase tudo serviria bem. Afinal seus desenhos não eram de deixar o queixo cair, eram tortos, desleixados. Mesmo assim o jovem costumava afirmar que eram feitos por puras intenções. E isso aliviada a mente incessante. Uma boa desculpa acreditava.

Rufos Romanoff apreciava a arte abstrata, a complexidade que um risco poderia demonstrar sem dificuldade, os sentimentos contidos e devidamente trabalhados.

- isso é lindo. - o jovem Rufos afirmou maravilhado com o rascunho. Nunca havia apreciado propriamente arte amadora, entretando naquele momento era como se tivesse visto o mais precioso tesouro.

- posso ficar com isso? - o adolescente completou abrindo um sorriso torto.

Léo mantinha-se encabulado. Não sabia como se comunicar e muito menos como agir. Sob circunstância alguma deixaria alguém guardar seu rabisco. Contudo Rufos não era ninguém...

- olha, pode ficar. Eu ficaria satisfeito em jogar no lixo. - respondeu de modo abrupto aguardado a confirmação do crush.

Algumas fileiras atrás, Jorge emitia um barulho agudo. Um riso peculiar. Gostava de ver seu amigo interagindo com outros indivíduos, não era ciumento.

(...)
Mystic high, mais tarde...

Josh Whyteblood não sorria, estava sério. As costas tencionadas demonstravam sua preocupação. O garoto andava próximo ao melhor amigo Jubs Lion, esse mantinha os olhos abertos procurando pistas a respeito do motivo da frustação do vampiro.

‐ o que foi? - resolveu perguntar, ouvindo o suspiro do Whyteblood logo em seguida.

- Não é nada, relaxa. - o adolescente respondeu direto soando até um pouco grosseiro. Não que essa fosse a intenção. - a aula foi boa? - perguntou rapidamente desviando do assunto.

Jubs pensava que deveria ser algo relacionado a saída de Josh na noite anterior. De todo modo não poderia dizer ao certo. Seu amigo as vezes conseguia ser mais misterioso do que um assassino. Isso se nunca tivesse matado alguém, as vez o jovem Lion cria que sim.

- olha eu não diria boa, mas foi útil até. Aprendi a matéria e química. - respondeu arrumando os óculos de sol avermelhados. Seus olhos costumavam mudar de cor por isso apresentavam grande sensibilidade.

O jovem Lion movia os pés apressadamente, seguindo um ritmo acelerado. Assim, nem percebeu quando devido seus cadarços dessamarrados escorreu sobre a superfície do pátio escolar. "Aish odeio essa droga de cadarço..." murmurou para si, e realmente sentia repúdio por esse tipo de calçado. Só havia vestido a bota pois acordou atrasado e consequentemente pegou um sapato aleatório de seu armário. Normalmente optava por sapatos mais simples, com zíper e sem amarras.

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