Capítulo 6 ●

10 0 0
                                    

Mystic falls

Os olhos do sujeito não identificado por Athibaldo estavam arregalados. O tom escuro da Iris parecia ainda mais pesado com as pupilas nitidamente dilatas. Athi rapidamente moveu o olhar para os postes que se posicionavam sobre a rua. A luz falhava, quase como uma mensagem subconsciente de caos. Os passos do homem a sua frente ocilaram. E assim Athibaldo Lion sorrio amplamente.

- E eu posso saber o que você quer? - Murmurou Athi em um tom misto de sedução com medo. O jovem não deixou a guarda baixa, estava atento a tudo e todos, oras ele prezava pela própria existência mais do que gostaria de admitir.

- Você não sabe, eu quero o que todos querem. Aliás sou Rayn, não que você queira saber, mas nunca se sabe. - completou com um riso que seria assustador para qualquer um, mas não para Athibaldo Lion (ele trabalhava na mafia, tinha que manter o orgulho intacto. Isso quando não o ocasionalmente o corrompiam). E mesmo que as palavras carregassem certa conotação sexual. Athi sabia que não se tratava de sua virtude, não era tão burro quanto normalmente deixava transparecer. Para sobreviver em seu ramo, tinha que fazer de tudo...

- Não acho que tenha te visto, por acaso veio comprar algo para alguém?

Embriagado. Athibaldo ainda estava sob o efeito destruidor do álcool, entretanto ainda tinha plena certeza que Rayn não vivia em Mystic Falls. Ele também não parecia nenhum estudante aleatório de Mystic High (se por ventura estudasse no instituto, não devia comparecer as típicas festas adolescentes). O Lion acreditava estar no controle. Talvez fosse uma ilusão remota e inverossímil, contudo era um panorama reconfortante já que ele amava controlar as coisas de modo geral, isso quando não estava sendo controlado por seus vicios. Ele tinha muitos por sinal.

Athibaldo fez uma nota mental, consultaria a máfia assim que saísse daquela situação, ele tinha que falar com Edmundo. Provavelmente não se lembraria de fazê-lo propriamente, portando tentou pensar em algo a dizer a Rayn. Mas o viajante foi mais rápido.

- De fato meu caro, não moro aqui. Mas isso não se diz a respeito de você também. Façamos um acordo.

- Que tipo de acordo... Rayn?

Rayn contorceu os lábios e franziu o cenho como se estivesse pensando. Não que fosse verdade, ele estava apenas satirizando a pose no intuito de incomodar o seu alvo.

- Um que seja benéfico para ambos querido Athi. Vou te mandar uma mensagem amanhã com a localização, lá falaremos a respeito disso. Não posso deixar você assinar algo quando está nitidamente embriagado. - Rayn emitiu um riso baixo. Muitos teriam o chamado de risinho, um importuno e sarcástico som de escárnio.

- Esperarei então meu novo amigo. - Concluiu o Lion com um sorriso parcialmente forçado. Deixaria para pensar na situação depois, quando finalmente estivesse sóbrio.

Minutos depois Rayn partiu com rapidez. Como um vulto se escondendo no emaranhado da noite. Athibaldo duvidava que o sujeito fosse visto, parecia sagaz e profissional. O que era assustador.

Athibaldo Lion de modo desengonçado buscou por seu celular pelos muitos bolsos da calça jeans. O aparelho ainda tinha um pouco de bateria, pois não demorou a ligar. Athi deslizou o dedo quente pelo ecrã, onde sem esforços visualizou o horário, já passava da meia noite. Ele não demorou a tirar um maço de cigarros também do bolso, junto de um isqueiro (presente de Rufos Romanoff anos antes).

O jovem tragou a fumaça tentando relaxar. Suspirou a medida que o cheiro se espalhava pela atmosfera Pacífica. A cena lhe causou um pequeno dejavu. Ele se lembrou de um momento que ocorreu no verão em que decidiu largar a escola, seus pais estavam irritados demais e ele havia acabado de ser deserdado. Naquela época tinha pavor de tudo relacionado ao nome Lion. Fora naquele momento que conheceu Rufos Romanoff. Afinal estava fumando em uma rua como aquela em um horário tardio quando Rufos lhe pediu sorridente por um cigarro, e ambos começaram a conversar. Para Athi, Rufos parecia um sol que trazia vida a complexidade de seus sentimentos. Rufos fazia Athibaldo ter certeza de que estava vivo.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Mar 31, 2021 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Mystic Falls ●Onde histórias criam vida. Descubra agora