Capitulo 02

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Mas encontra-lo seria um desafio, afinal não sabia nem onde o sujeito residia, mais lembrei-me vagamente que Claudio havia comentado em uma determinada ocasião que prestava serviços para a Emater,(Empresa pública assistencial aos agricultores da região) de sua cidade, e eu sabia onde ficava o escritório da mesma.

No outro dia saí de casa cedo, indo procurar o responsável pela minha gravidez, cheguei ao escritório encontrando um rapaz sentado na recepção.

__Bom dia eu posso falar com Luiz Claudio? __Ele trabalha aqui?

__Luiz Claudio? Trabalha sim, mais ele está no campo, só volta por volta das cinco horas da tarde.

__. Não acredito, pensei o que fazer então, pensando rápido deixei um recado.

__O senhor dá um recado para ele? Esperei pela resposta do moço que assentiu.

__. Diga para ele que Tereza Cristina esteve aqui e que amanhã eu volto à tarde para ele me esperar aqui.

__. Pode deixar eu falo sim. Voltei para casa no mesmo carro que fazia lotação, não podia ficar esperando-o não havia nem avisado a minha mãe, tinha que resolver logo isso antes que aquela assombração tomasse conta de uma vez da nossa casa, ninguém poderia saber dessa gravidez, mais não deixaria de falar com Luiz Claudio para da próxima vez ele deixar de ser irresponsável.

Já era noite quando minha mãe batia forte na porta do meu quarto dizendo:

__Tereza tem um criolo te chamando aí na porta, está devendo alguma coisa? __Só pode ser cobrança. Minha mãe já mais imaginaria que eu sairia com um negro. Pulei da cama em um salto. __Meu Deus Luiz Claudio, não acredito, como ele teve coragem de aparecer assim do nada.

Escancarei a porta com minha mãe me seguindo.

__Mãe é um assunto pessoal é da escola, posso falar a sós com o rapaz? Pedi.

__. Vê lá em Cristina, vê lá...

__. Está bem. Graças a Deus ela me obedeceu. Fechei a porta atrás de mim e sai puxando-o pelo braço.

__O que diabos é que você veio fazer aqui? __. Ficou doido?

__. Você foi atrás de mim, no meu serviço, achei que era importante.

__E era, como achou a minha casa?

__. Não importa o que era de tão importante que queria falar comigo? __ não apareceu mais em Afogados, já estava sentido sua falta, e nisso ele se chegava a mim tentando me beijar, mostrando aquele sorriso, no meio da rua, da minha rua, onde todos vivam de olhos grudados em meus passos, doídos por um motivo.

__. Se afasta de mim está doido? __. Estamos na minha rua... o sorriso morreu em seus lábios ele fechou o cenho, enrugou a testa, afastando –se de mim perguntou de novo.

__O que era de tão importante? __. Me diga logo, não morro aqui, e não posso ficar até tarde.

__. Porque veio? __. Eu não disse para você vir, amanhã eu ia te encontrar lá.

__Tá, mais eu já vim vamos acabar logo com isso. Luiz Claudio já mostrava sinais de impaciência, até que chegamos em uma rua um pouco menos movimentada, me encostei no muro alto na esquina que levava para outra rua, ali o movimento era bem menor e já era noite, então... desabafei...

__. Você me engravidou, o que é que eu vou fazer? Por uns minutos achei que ele ia desmaiar, estava pálido, amarelo, o sangue fugiu do seu semblante escuro.

__. Você está me dizendo que está gravida? Ele falou assim que conseguiu.

__. Fala baixo, aqui as paredes têm ouvidos, estou sim de você, eu sei que você percebeu que eu era virgem. Eu não sabia definir qual a sua fisionomia, se perturbado ou feliz.

DOIS EM UMOnde histórias criam vida. Descubra agora