Aposta || ZhuiLingYi

Jin Ling

Sizhui, como de costume, havia voltado da caçada noturna e ido para Lanling, virara mais frequente depois de seu beijo e de Jingyi.
Não que ele quisesse se afastar do melhor amigo, mas estava tímido, então sempre dava alguma desculpa para ir, mas após ir tantas vezes, ele não dava mais desculpas e apenas dizia que queria passar com tempo com Jin Ling, o que era pura verdade.
Claro que Jin Ling no começo havia estranhado, mas ele não ia reclamar, gostava de passar tempo com Sizhui.

– Líder Jiang. – Sizhui fez reverência, formando o arco em frente ao corpo, em respeito.

– Ah, você de novo. – disse com indiferença. – O que quer?

– Eu iria te perguntar se você viu Jin Ling, eu voltei com ele da caçada noturna, mas após meu banho ele sumiu. Não o encontrei em nenhum canto da Torre.

– Eu não sei, já olhou na biblioteca?

– Já sim, líder Jiang.

– Eu não sei onde ele está, Sizhui. Vá até o quarto dele e o espere por lá. – apenas disse isso e o mais novo fez reverência e saiu.

O jovem Lan estava preocupado de não ver o amigo a quase uma hora, mas esperaria ele em seu quarto.
Ficou mais uma hora esperando e aproveitou para fazer o relatório sobre a caçada, que entregaria para o líder no dia seguinte quando fosse embora. Quando terminou de escrever a última palavra, a porta do quarto se abriu e Sizhui levantou sem sair dali.
Ele viu Fada entrar no quarto, mas não havia ninguém junto do animal. O cão caminhou até Sizhui, que sorriu e acariciou a cabeça dele.

– Onde está seu dono, hm? – perguntou com um pouco de preocupação na voz e o animal latiu. – Às vezes parece que me responde. – assim que ele disse isso, o cão saiu correndo dali e Sizhui se levantou confuso. – Fada? – ele correu atrás do animal, talvez tivesse alguma ideia de onde Jin Ling estava.

O animal seguiu pelos corredores confusos da Torre de Carpa, mas logo parou em frente à uma porta e latiu uma vez, esperando que Sizhui fizesse algo.

– Você corre muito. – disse um pouco ofegante e olhou para a porta. Aproximou-se e colocou a mão na maçaneta, assim o cão foi embora, deixando Sizhui confuso novamente.

O Lan abriu a porta e entrou, nunca havia visto aquela sala. Havia alguns móveis de ouro e vários artefatos pelo local. Talvez fosse um salão de artefatos? Ele se perguntou mentalmente, mas deu de ombros, passando o olho por todo o lugar.
Até que ele escutou algo estranho, eram grunhidos vindo de alguém em algum canto do local. Ao ir se aproximando do som, percebeu que parecia alguém chorando.

– A-Niang... – ao escutar a voz que tanto conhecia, apressou-se para ir até o canto.

Ele viu Jin Ling encolhido e abraçado aos seus joelhos, enquanto segurava algum objeto em mãos e sua espada estava ao lado de seu corpo no chão. Estranhamente, Sizhui sentiu seu peito apertar e quis chorar junto, mas ele não iria.

– A-Ling... – se aproximou do mais novo e sentou ao lado dele. – O que foi? – perguntou e não teve resposta. – Tudo bem... – ele não era burro, já imaginava o que poderia estar acontecendo e queria poder consolar o garoto, mas ele não era tão bom nisso, então só abraçou seu corpo encolhido, o puxando um pouco para deitar em seu próprio ombro. Ele levou a mão aos fios do garoto e acariciou ali, até que ele se acalmasse.

Foi quase uma hora assim, até Sizhui notar que o mais novo, sem querer, havia dormido.

– Jin Ling...? – o chamou baixo, não querendo realmente acordá-lo, mas acabou que ele se mexeu um pouco e virou o rosto para o mais velho.

– Eu dormi... – ajeitou a postura e coçou os olhos um tanto inchados.

– Tudo bem, você parecia cansado... – disse com um pequeno sorriso no rosto.

O Jin foi o primeiro a se levantar, em seguida Sizhui fez o mesmo e o segurou ao vê-lo cambalear.

– Você precisa descansar. – Jin Ling assentiu concordando.

Sizhui andou em passos lentos até a saída e Ling pegou sua espada no chão, para finalmente seguir o mais velho.
Enquanto eles andavam em silêncio e um pouco lento, nos corredores da Torre, Jin Ling pensou várias vezes em o agradecer, mas não sabia como fazer isso, afinal nunca dizia "obrigado" a alguém.

– Sizhui... – Ling parou de andar, chamando-o em tom baixo.

– Hm? – virou-se para ele.

– Eu... – olhou para os lados, tentando dizer. – Hm... – ele não conseguia, já se sentia envergonhado o suficiente por ter tanta atenção do Lan.

– Você tá bem? – perguntou e ele assentiu em resposta. – Então vamos. – disse dando um sorriso.

Quando o mais velho foi andar, Jin Ling segurou seu pulso, levemente o puxando.

– O que foi? – virou-se para ele novamente, Jin não o soltou.

– Tsc. – revirou os olhos. – Você não me espera falar. – suspirou já ficando irritado.

– Pensei que não iria falar, desculpe. – sorriu novamente para ele.

– Ah! Não peça desculpas. – fez bico. – Eu... Queria agradecer. – ainda o segurando pelo pulso, não encarou o mais velho.

– Você não precisa me agradecer. – e de novo sorriu, deixando Jin Ling irritado.

– Pare de sorrir assim. – disse em tom impaciente.

– Oh. Me desculpe. – pediu novamente e Jin Ling, agora sim, o encarou irritado. – Por que ficou tão bravo? – o mais velho ali estava realmente confuso com a irritação do garoto.

– Você fica pedindo desculpas.

– Mas eu... – ainda mais confuso. – Tudo bem... O que tem de errado em eu sorrir? – resolveu perguntar.

– Seu sorriso é bonito demais pra ficar o dando para mim. Eu sinto vontade de beijar. – disse e assim que percebeu o quão grave foi não medir suas palavras, ele soltou o garoto e se afastou.

Sizhui estava com seu rosto um tanto vermelho e o encarava, mas Jin não ousou o encarar de volta, ele, sim, parecia que iria explodir de tão vermelho.

– Mas se você acha isso... Acho que merece meu sorriso. – iniciou tentando não tropeçar nas palavras. – É especialmente pra você. – disse e sorriu, assim se aproximando do mais baixo e segurando seu queixo para que o olhasse. – Só pra você.

Nesse momento Jin Ling queria sumir de tanta vergonha que estava sentindo, não que ele não tivesse gostado do jeito que Sizhui estava o tratando, mas com certeza ele estava com medo de que o mais velho estivesse escutando seu coração bater tão forte.

– Eu posso te beijar? – o Lan perguntou educadamente.

– Você ainda quer que eu responda? – perguntou daquele seu jeito impaciente.

Sizhui riu e se aproximou um pouco mais dele. Jin Ling estava convicto de que Sizhui podia ouvir seu coração e isso o deixava ainda mais envergonhado. Então, Sizhui deixou um selar em seus lábios e após alguns segundos — que para Ling foram longos segundos no paraíso — afastou-se, pegando na mão dele.

– Vamos, você está cansado. – então voltou a andar normalmente, com as mãos entrelaçadas ao de Jin Ling.

O mais novo não sabia como estava se movendo, provavelmente estava no automático. Aquele havia sido seu primeiro beijo e tinha sido fantástico, mesmo que não fosse grande coisa aos olhos de muitos, para ele foi, apenas por ter sido Sizhui que o concedeu tal honra.