Capítulo I - Tempus

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        É engraçado o fato que podemos mudar tudo com simples palavras, tipo relacionamentos acabam, momentos e até mesmo pedaços de vida. Enquanto isso vamos soterrando todo um cemitério de sentimentos e chamamos de amadurecer, afinal o que fica é o aprendizado, né?

Tudo começou com a brilhante ideia de Pandora, acho que a mais da Tia Pansy nela do que o rostinho que puxou da Tia Luna aparenta...

—Poxa, Victoire fugiu de novo. Quando ela vai deixar de ter medo de nós? A gente nunca fez nada para ela — reclama pela décima vez, enquanto bebíamos firewhisky que ela pegou emprestado da Tia Pansy, vamos ficar apenas em emprestado mesmo, Pan pode ser um inferno sangrento quando quer.

—Ela não tem medo só é tímida, sua maluca. Provavelmente tu assustou ela — virei mais um gole, admito sou uma pessoa facilmente influenciável pelas idéia dela.

—E nem vem garoto, esse Fire cozinhou seu cérebro? — virou seu copo de uma vez, as vezes eu me questiono, será que Pandora ainda tem um fígado? Que bom que somos bruxos!

Teddy passou perto de nós e Pandora deu um pulo para esconder a garrafa. Estávamos deitados na grama um pouco afastado da festa, o natal na casa do Weasley sempre foi animado, mas esse ano eu me sentia aguado, comecei a ver Teddy além de meu melhor amigo e companheiro de bagunça, talvez esteja me metendo em um encrenca tremenda, o cara que mora no Pai Draco fala que sentimentos podem ser sua ruína.

—Tá viajando na cerveja amanteigada de novo? Todo mundo sabe que vocês se gostam, mas ficam com essa glicose anal, pelo amor de Morgana, James. Você sabe que ele tá indo embora, né? Acho que não preciso te lembrar disso novamente, espero que vocês não se arrependam no futuro por tanta glicose. — vira mais um copo, Pan já é sincera normalmente, porém quando se alcooliza fica infinitas vezes pior.

Não sei se foi o copo que virei instantaneamente depois que ela disse essas palavras ou alguma força se apoderou de mim me dando coragem, assenti e levantei em um rompante deixando Pandora para trás. Afinal o que pode dar errado? É apenas Teddy...

Primeiro erro da noite acabou de ser cometido.

Corri pelo mesmo caminho que Teddy tinha passado, dava para a frente da Toca, já que a festa acontecia em uma tenda armada na parte de trás da propriedade. Não sei como, mas eu sempre posso sentir a magia de Teddy, a de Pan e dos meus pais também, mas é mais fraco do que a de Teddy. Papai diz que pode ser algum resquício deixado pelo incidente que me deixou na frente da porta deles a anos atrás.

Voltando a Teddy, percebi que ele não estava sozinho na varanda, parecia conversar com mais alguém, aproximei e percebi que ele conversava com uma amiga de Victoire. Que estranho... Resolvi chegar ainda mais perto.

Segundo erro da noite.

—Qual seu lance com aquele menino da mecha loira? Vocês são namorados? — pergunta devagar a morena com traços franceses.

—Quem? James? A não, venho tentando deixá-lo longe, mas ele não entende que não to afim. Sabe como é, não posso magoar o bebezinho da família, né? — Teddy deu uma risada alta e a francesa acompanhou, que idiota quer ser um desfazer, mas caiu direitinho no encanto de uma veela. E digo que o encanto foi medíocre.

Subo as escadas fazendo barulho para eles percebam que estou aqui, passei por Teddy quase correndo e abri a porta entrando na casa. Não demorou quase nada para ter um metamorfomago gritando meu nome e me perseguindo pela casa.

—James espera, me desculpa não estava pensando direto —pede segurando meu braço, enquanto eu tentava sair pelas portas dos fundo, recolhendo os ultimos resquicios da minha dignidade, que estava segurando minhas lágrimas, encarei o indivíduo.

Lótus - JEDDYOnde histórias criam vida. Descubra agora