Capítulo 7 - Aquele que machuca

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Katsuki Bakugou 

"Chega a ser incrível como eu não consigo ter um dia de paz nessa porcaria de escola.. Logo hoje que eu ousei pensar que meu ia ser tranquilo, tsc... " 

Claramente eu estava puto, imbecis... Não medi tempo em me direcionar até os vestiários, peguei a rota mais rápida sabia, afinal o quanto antes me vestisse, antes poderia começar o treino e antes iria embora. Hoje com toda certeza foi um dia de merda e eu não vejo a hora de poder voltar pro meu dormitório. Tudo isso por causa daqueles comentários fudendo estúpidos daquele réptil de merda... Porque ela tinha que ficar reparando desse jeito nas coisas? Falando que eu e o cabelo de merda estamos... juntos ou qualquer outro pensamento doente vindo daquela cabeça imunda... 

O misto de raiva e uma sensação esquisita preencheram meu corpo de uma ponta a outra, quase não podia controlar o suor na palma das minhas mãos por conta desse desconforto que crescia em mim, provavelmente a ansiedade que me tomou conta nesse momento era a responsável. Nesse momento por mais irritado que eu estava, fiz o máximo tentar me conter e retirar as mãos dos bolsos e olhar pra elas com mais atenção, deixando-as a mercê do vento por um tempo para secar enquanto eu procurava me acalmar na medida do possível. 

Minha individualidade não é potente apenas por eu ser o único com capacidade mental boa o suficiente pra usá-la diferente desse resto de retardados...  Quando eu era pequeno eu tinha esse hábito de ao ficar muito estressado ou ansioso, minhas mãos suarem e eu não conseguir mais prestar atenção em nada. Essa ansiedade que me consome toda vez, acabou se tornando um dos principais gatilhos pra minha força, quanto mais nervoso eu estava, mais forte. Quanto mais preocupado, mais forte.  Toda vez que consigo superar minha força, é porque estou mais fundo nessa sensação de medo e impotência... Com o tempo comecei a transformar todo esse medo em reflexo, todo esse anseio em poder..., mas mesmo assim... isso não quer dizer que não machuque...  

Nesse momento, a única coisa que se pode vir a minha cabeça foi a conversa que tive com Kirishima na noite passada, ele não achou que toda essa insegurança fosse uma fraqueza estúpida... ele realmente acreditou que eu era forte por estar me sentindo desse jeito... E Tão rápido quanto isso pareceu me acalmar, vieram os pensamentos sobre o rosto dele, o sorriso radiante e pontiagudo, da distância que estávamos, de como eu me senti por alguns segundos tão calmo...do perfume...e nesse exato momento a fala de Asui passou quase que destroçando a minha cabeça como uma britadeira...


"GRRRAAAAAAAAAAAAAAAA!! QUE FRUSTRANTE ESSA MERDA!!!"


A frustração na minha cabeça não se limitava apenas ao intangível mundo dos meus pensamentos, por mais que tentasse me conter, eu podia ter certeza que estava deixando  transparecer toda essa frustração para qualquer um que me visse nesse momento. Não que isso fosse algo incomum, já que é com essa feição que usualmente estou acostumado a exibir.. Mas com certeza hoje é um dia excepcional nesse quesito. 

"O que aquela réptil de merda pensa? O parto dela deve ter sido em pé de frente pra uma escada pra ela sair falando esse tipo de babaquice na frente dos outros assim, GRRAAAAAA!! "

... 

Fiz o que podia pra manter minha cabeça vazia, e acabei chegando sozinho aos vestiários, uma vez lá me despi tão rápido quanto coloquei meu uniforme de treino. Era estranho se trocar no silêncio, quase como se algo faltasse, enquanto terminava de acoplar uma de minhas luvas de granada escutei algo vindo da entrada. Uma surpresa detestavelmente ambígua. 

O Entardecer Carmesim / KiribakuOnde histórias criam vida. Descubra agora