Capítulo 11 - Aquele que sonha.

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Kirishima Eijirou


"Onde eu estou?..."

Eu sentia como se o meu corpo estivesse aos poucos afundando em uma imensidão densa e escura, apesar de alguma forma saber que estava em uma lenta queda livre, não me sentia incomodado, era tudo tão quente e pacífico. Silencioso também. E não havia nada perto pelo menos não que eu pudesse sentir, uma sensação tão confortável.

Meus olhos abriram levemente e bem acima de mim pude ver uma luz clara e turva, como o reflexo da lua visto do fundo de um lago. É estranho pensar que seja tão calmo assim, eu podia me sentir ficando mais pesado, quente, confortável. Como se me desse vontade de dormir. É... acho que é bom descansar um pouco... 


Ochako Uraraka:

Eu estava completamente sonolenta, Bakugou tinha algum compromisso na casa dos pais e acabara tendo que deixar para visitar o Kirishima outro dia. Embora quisesse ter ele aqui pra pelo menos fazer algum barulho, fico feliz que ele possa ter algum descanso disso também. A verdade é que tem sido cansativo pra todos nós, já faz quase um mês e até então ele não apresentou nenhum sinal de melhora, A nurse-girl não conseguia entender por que o quadro dele estava demorando tanto tempo, quase como se o próprio corpo se recusasse a melhorar...

Levantei-me para abrir a janela e pegar um pouco de ar, o vento estava frio e calmo, já havia me acostumado a essa altura com essa rotina, apesar de exaustiva. Quando dei meia volta para dentro do quarto foi que notei que a máquina que supervisionava os batimentos de Kirishima havia começado a emitir um som irregular, me aproximei e quando percebi do que se tratava fiz o possível para correr até o interfone, na pequena distância que era esse percurso foi o suficiente para que os bips da máquina fossem de irregulares para totalmente velozes e sem ritmo. 


- Ajuda! O paciente do quarto 302 está sofrendo uma parada cardíaca ou algo assim! Por favor! Mandem alguém! -  Eu ainda não havia absorvido os últimos instantes, estava no automático, sem conseguir realmente absorver algo a minha volta. -


Mal pude escutar o que veio depois da frase "médicos a caminho", desliguei do interfone e rapidamente meu corpo se moveu sozinho para pegar meu celular e procurar ligar para o Bakugou, minhas mãos tremiam enquanto ao fundo o som dos bips e a expressão do rosto de Kirishima em dor me deixavam cada vez mais nervosa. 


[Katsuki Bakugou]

- Então Katsuki, como tem sido as aulas? "Meu pai perguntou do seu jeito calmo e atencioso de sempre." 

Meus olhos entediados com o apoio da minha mão no rosto percorreram a mesa de jantar. Procurando se interessar por qualquer outra coisa que fosse útil para desviar o assunto em questão, mas sem sucesso. Nada naquela casa era interessante, embora desnecessariamente grande.  

- Normal, eu acho. - Desviei meu olhar para meu prato de comida e passei a enrolar o macarrão com o garfo, pensativo. - 


- Espero que não esteja arrumando nenhuma encrenca de novo. - A víbora fez seu primeiro comentário ao chegar junto da mesa. - 

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⏰ Última atualização: Nov 21, 2022 ⏰

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O Entardecer Carmesim / KiribakuOnde histórias criam vida. Descubra agora