Harry estava novamente jogado na cama. Isso já era rotina há quase uma semana quando resolveu encerrar de vez todas as possibilidades de ter algo com Chelsea em vista de um garoto que conheceu na última festa da universidade e que não saía, por nada no mundo, de sua cabeça. Malik havia o apelidado de Cinderella, enquanto sentava na mesma cama, pernas cruzadas uma sobre a outra, impossibilitado de ficar quieto sobre como Liam era isso e também aquilo outro. Styles estava 100% nem aí para quantas irmãs Liam tinha, se Liam fodia bem, se o lanche favorito de Liam era x-burguer ou se Liam arrumava as meias por degradé, mesmo nem sabendo o que isso significava.
Mas assim como Harry, Zayn estava 100% nem aí pro amigo e permanecia falando do incrível garoto que estava fodendo com ele nas horas vagas.
O cacheado imaginava cada única pessoa da universidade, considerando jocks fortes em processo de perda de peso para lutas e até lésbicas magras de cabelo curto, somente para não acreditar na tese de que o garoto era uma visão ou um demônio que tomou forma humana para atazanar a vida do mimado garoto riquinho que merecia uma lição. Talvez por isso mencionasse tanto a Disney. Talvez o mesmo tenha sido um experimento para um novo filme, ou, talvez, filmes fossem reais. Sua mente buscava qualquer solução, lógica ou não, pro sumiço daquela criatura, já que até folhetos o mais novo fez. Folhetos, cartazes, anunciou na rádio da escola e no site da mesma. Até seu seus perfis em redes socias tinham fotos da máscara procurando pelo dono.
Ele já estava ficando maluco e talvez até psicótico, mas ele queria achar o dono daquele beijo com gosto de canela. Ele precisava disso. Não é como se o árabe pedindo que ele parasse com essa perseguição doentia fosse realmente o fazer parar. Ele precisava saber quem fez aquilo com ele, precisava de uma conversa sincera sobre tudo que havia ouvido, queria ouvir da família daquele rapaz, queria admirar seus dedinhos tão pequenos e continuar bêbado naquele cheiro de canela. Ele conseguia sequer ouvir o que o amigo falava se doendo por dentro tentando perceber qualquer detalhe que o garoto havia deixado escapar sobre sua identidade. Se desculpou com o amigo prometendo conversar sobre isso depois e deixando o garoto em sua cama, com cara de tacho, antes de correr para o café pouco antes de fechar. Talvez lá fosse capaz de encontrar respostas para tudo aquilo que o atormentava durante a semana. Não seria nenhuma novidade se fosse Louis o portador de toda sabedoria da vida de Harry, uma pequena fonte do saber era aquele rapaz de voz doce e alfinetadas agudas, mas necessárias.
Quando finalmente colocou ambos os pés nos pisos coloridos da cafeteria, se arrependeu até de ter saído de casa. Louis o olhou por cima dos cílios e ele jurava que se o menor fosse o Superman, seria capaz de descobrir agora com um belo raio laser atravessando sua testa. Sua roupa, claramente maior que seu corpinho frágil, suja e amassada, como quem passou o dia inteiro lavando as coisas mais desagradáveis que poderiam ser lavadas. Nesse momento, limpava o chão, sentado nele com um esfregão na palma direita, a franja suada empurrada para trás pela força do antebraço onde as mangas do uniforme se enrolavam. A palma esquerda se apoiando no chão. O apelido nunca lhe coube tão bem como naquele momento e Harry quase deu o braço a torcer de ouvir Zayn ao acreditar que o garoto de olhos tão azuis por quem estava encantado poderia ser aquele que estava a sua frente, no chão da cafeteria, pronto para voar no seu pescoço se fosse necessário.
- Tomlinson, fique o tempo necessário com o cliente, não o obrigue a sair, você fecha hoje. - Harry ouviu seu chefe gritar e se sentiu um pouco contente. Quer dizer, não é que ele ache escravidão algo feliz, mas se sentia satisfeito por ter a liberdade de dar uma mancada e não ver o garoto ir atender outra mesa, mas encolheu os ombros ao ver o mais baixo bufar, caminhando até ele rudemente.
- Não teve tempo na sua preciosa agenda para vir antes? Eu estou muito cansado para ouvir você reclamar da sua vida miserável de principezinho então se eu vou ter que ficar aqui, vou dormir enquanto fala. - Resmungou sem nem mesmo virar os belos olhos azuis para Harry, que se sentiu um pouco mal por isso.
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Cinderella - AU!Larry Stylinson
RomanceHarry se lembra de te-lo beijado, do seu gosto de Canela por um truque do destino. Lembra-se de seus olhos azuis e seu cabelo castanho claro liso como seda. Lembra das suas coxas grossas presas contra sua calça branca, que ele se lembra bem. Lembra...