Ok, we can try it.

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Harry subiu as escadas sem pestanejar. Ele esperava de tudo quando chegou lá em cima. Tudo mesmo, como Louis surtar, dar um tapa nele. Talvez ele tivesse uma bomba no armário e a jogaria nas calças de Styles. Harry podia esperar de tudo, exceto ser atirado contra a porta, com os lábios do mais velho sobre os seus e suas mãos agilmente trancando a madeira. Um beijo longo, voraz e violento. Louis gemia quando o mais alto apertava a pele do seu quadril, logo retomando a postura dominante e mordendo fortemente os lábios em resposta, em seguida Harry gemia e o ciclo se repetia.

Styles não imaginava que Louis seria assim. Ele imaginou que o garoto-da-cafeteria fosse tímido e irritadiço, sempre escapando de seus problemas. Quem estava ali era o garoto-cinderella, que não escapava, enfrentava tudo sem pensar duas vezes.

Era o garoto-cinderella quem o jogava contra a porta, num beijo desesperado e afoito. Mas fora o garoto-da-cafeteria quem o atirou para longe, tirando o restante da saliva do outro de seu rosto com o braço e se sentou de volta na cama.

- Isso é um sim ou você é do tipo bipolar? - Perguntou, claramente confuso por segundo depois o garoto começar a andar de um lado pra outro no quarto. Isso estava deixando Harry tonto, além de irritado.

- Isso é um não. Eu não vou namorar você, idiota. Nunca. Quer que soletre? Desenhe? Ugh, você me enoja. Estúpido! - Voltou a gritar. O cacheado não se aguentando antes de sorrir e se levantar.

Antes que o menor pudesse sequer protestar já estava o outro ali, agarrando seus quadris como se Louis não pudesse ser quebrado. Ele podia, no menor toque. Era tão pequeno, precioso e delicado que Harry tinha vontade de guardar numa redoma de vidro pra exposição. Uma plaquinha escrito "Propriedade de Harry Styles. Não toque, não observe, não respire o mesmo oxigênio, apenas morra de inveja. Grato."

O garoto Tomlinson não teve tempo de protestar, mas quando o teve, decidiu não fazer, somente tendo em campo de visão os olhos verdes de pupilas dilatadas e os lábios vermelhos e inchados por sua culpa. Louis quase não segurou seu pau em se imaginar culpado por outras marcas vermelhas no corpo de Harry.

- Você pode falar o que quiser, Babe, mas seu corpo não concorda. Você quer tanto quanto ele, só é cabeça-dura. Seu pequeno pirracento. - O mais novo sussurrou, deixando beijinhos pela mandíbula do menor, descendo até sua clavícula, beijando sob a tatuagem que admirara mais cedo. - Ainda sente nojo de mim, Lou?

Ele gemeu. Não queria ter gemido, mas o que se fazer quando se está tão entregue, apesar de suas palavras serem o oposto disso? Ele queria jogar Harry na cama e o foder com muita força. Ou se deixar ser fodido, tanto faz, ele realmente não ligaria de uma dor na bunda se tivesse feito uma marca roxa no quadril do mais alto.

- Por que você tem que ser tão teimoso? Só me beija, desgraçado. - Harry grunhiu, puxando o rosto de Louis com força, sua mão perdida nos cabelos do menor.

Ele sorriu durante o beijo. Ele também não queria ter sorrido, mas adorou ver o mais novo todo irritadiço. Simplesmente amou isso. O calor que veio de seu coração parecia ter derretido duas décadas sem emoção, com falta de amor. Ele quase se deixou apaixonar por um segundo, se recompondo em seguida. Ele não queria se entregar, ele não iria.

- Você é um bastardo filho da puta! - Louis resmungou, empurrando o outro depois de ter seu lábio mordiscado há centímetros distante de sua boca. - Eu não vou mudar minha mente, desista.

- Eu desisti. Então por que você continua buscando por meu beijo? - Louis nem mesmo havia notado o quanto estava jogado sobre Harry, esse chegando até minimamente para trás.

Seu rosto corou imediatamente, se desculpando e voltando a se sentar sob a cama, Harry sorrindo com o pensamento de qualquer dia desses acordar ali com o chorinho de um daqueles lindos bebês lá em baixo. Ele não falou nada, mas os achou perfeitos, os olhos puramente do irmão mais velho a ponto de derreter o coração de Styles.

- Então, nós temos que conversar sobre isso. - Louis fez um sinal abrangente, mas claramente significando "nós" ou eles, Harry e Louis. - Isso - repetiu o sinal - nunca existiu e se você insistir nessa loucura, eu juro que procuro a polícia.

- Porque você roubou meu coração, não é? -Harry tentou uma cantada barata, recebendo um olhar reprovador.

- Harry.

- Não é melhor os bombeiros? Porque sua bunda está em chamas. - Continuou nas suas tentativas falhas, Louis não amoleceu um mísero milésimo de segundo.

- Harry!

- Eu posso usar uma fantasia de bombeiro enquanto a gente transa, Lou. Você sabe que a mangueira vai ser meu p... - Foi interrompido por um grito antes que pudesse terminar a frase. Com sorte.

- Você vai sair dessa casa agora, vamos ignorar isso e seguir com nossas vidas. - Reclamou, indo até a porta.

- Nem se me pagassem. - Resmungou, os dois se agarrando novamente contra a porta, mas dessa vez, Louis era imprensado. - Você gosta, né, Louis? De me provocar. Mas saiba que isso só piora no seu futuro e do seu lindo bumbum, porque eu vou te foder com tanta força.

- Harry, eu espero do fundo do meu coração que você arranje um macho com o pau tão grande que saia pela sua boca, seu bosta. - Ele continuava reclamando, mas sem mover um músculo para se livrar do outro. No final das contas ele era uma puta que adorava provocar.

- Você pode ser esse cara, amado Louis. - Essa era a hora do outro provocar. Mas na verdade, Harry não passava de uma princesa que se deixou ser empurrada contra a porta. Afinal, ele não era o Prince Charming, esse era só um conto conturbado da Disney onde a Cinderella fodia a Cachinhos dourados, ou talvez Branca de Neve, pela pele pálida do maior.

- Nós nunca vamos poder conversar se você ficar esfregando seu pau em mim igual um cãozinho no cio. - Louis respondeu sorrindo convencido. Ele não estava reclamando, na verdade ele adorava Harry se esfregando nele, mas jamais assumiria isso.

- Eu te desafio a dizer que não está gostando se for verdade. - Seu deboche era tão grande que quase tomou forma e saiu andando pelo mundo, ignorando o corpo do seu dono atracado ao garoto-cinderella.

Louis imaginou pensar na aposta. Dizer que era mentira e acabar na cama com Harry, vergonhosamente seus irmãos ouvindo seus gemidos. Ele pensou em dizer que era verdade e afastar Harry dele de uma vez. Contudo a única coisa respondida foi um gemido e mais beijos. Louis estava ficando sem ar, mas não era como se isso realmente importasse quando o gosto de Harry estava misturado ao seu.

- OK, podemos tentar. - Se arrependeu na hora que disse, analisando a possibilidade de alcançar as palavras no ar, antes que chegassem aos ouvidos cobertos de cachinhos longos.

- T-tentar? Você diz namorar? Comigo? - Harry estava atônito. Seu garoto-da-cafeteria, o garoto-cinderella, Louis, ele havia aceitado tentar namorar com ele.

Ele soltaria fogos se tivesse, mas como tudo que tinha era sua boca, ele deu mais um beijo no mais velho.

- Sim, estou dizendo isso, porra. Estúpido, bastardo. - Ele continuava o xingando, não exatamente o que pensava, mas na verdade o que queria que pensasse. Mas Harry sabia perfeitamente que Louis tinha admiração por ele, talvez uma pitada de paixão, como ele mesmo costumava dizer.

- Então acho que nós deveríamos descer e eu poderia ser apresentado pra sua família, huh, namorado? - Harry tentou, sentindo o estômago borbulhar com o vocativo.

- Não começa, ok? Temos regras aqui: 1. Você tem que me respeitar, chega dessas cantadas baratas, seu escroto. 2. Eu tenho vida, não quero mensagens e ligações a cada minuto do dia. 3. Me veja no café todo dia e me receba com um beijo. - Amoleceu no último tópico, sorrindo levemente antes de receber mais um beijinho e puxar Harry escada a baixo, sussurrando por último o seu mais novo favorito adjetivo: "Namorado."

Cinderella - AU!Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora