No início temos medo do fim, no meio ansiamos pela próxima fase, mas quando o desfecho se aproxima amedrontados escondemo-nos em becos escuros dentro de nós mesmos, dizemos frases oblíquas e fugimos de lembranças que se recordadas causariam grande e incompreensível confusão....... em situação alguma consideramos inimaginável a falta de conhecimento do que sentiremos no final, mas é exatamente o que acontece! Dizemos ser pouco provável arrependermo-nos pelo que não fizemos, " vá em frente, só se vive uma vez! " entre risadas e sussurros acreditamos ser divertido fazer o máximo possível, afinal não se pode deixar para depois o que se deve fazer ou dizer agora! Mas no fim sentimos como se as as palavras não ditas fossem as que mais doessem, como se as ações evitadas fossem as que mais causaram incômodo e sofrimento, como se os momentos de interlúdios entre nós e aqueles de quem gostamos fossem na verdade as piores armas que possam ser usadas contra nós, não existe razão para sentir tristeza quando se é feliz, certo? O que deveríamos dizer é que não existe razão para felicidade quando a tristeza nunca foi experimentada, porque no fim das contas o que nos diferencia uns dos outros não são nossas conquistas ou números e sim quantas vezes sorrimos quando na verdade queríamos chorar, quantas vezes fingimos estar tudo bem, pois sabíamos que uma hora o fim daquilo também iria chegar! Ele sempre chega, essa é graça aproveitar enquanto sabemos que pode durar! E é sobre isso que é a vida! Sobre o fim, sobre como independente da forma como tenhamos vivido sempre haverá algo que quis fazer mas não fez, algo que sonhou em dizer mas se acovardou no mesmo momento em que encorajou-se...... viver não é como traçar um plano, viver é sobre como o fim nos afeta, o fim de amores que muitas vezes sabemos não terem acabado mas preferimos fingir que pertencem ao passado a encarar a verdade, o fim de grandes sonhos, sonhos esses os quais alegamos termos adiado, quando sabemos que desistimos, o fim de convivências felizes, o fim momentos tristes, o adeus de sorrisos que no momento da despedida fingimos inconsciência de que será a última vez! No fim o final não existe, tudo trata-se de um novo começo, a cada nascer do sol perdemos o que deveríamos ter feito ou dito no dia anterior, mas preferimos ignorar..... qual a razão, não se sabe ao certo! Apenas fingimos determinarmos nós mesmos o que sentimos, quando no fim sabemos que não conseguiremos controlar a jornada do viver e pior ainda, sabemos que em situação alguma será plausível mentir para nós mesmos quando folhearmos a última página de nossas vidas..... não sabemos o que acontece depois, deveríamos viver aceitando que não temos uma única certeza, admitirmos nossos erros e não usar de falsas modéstias, afinal o final é uma incógnita!
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Convergência em Divergir!
PoetryTextos sobre como pensamos e não verbalizamos, sobre como momentos diferentes representam sentimentos divergentes! A convergência entre acreditar e não realizar, expressada em palavras!