Capítulo 05

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— Então, você não foi ao velório do seu pai ?

Em plena madrugada, Ten me fazia perguntas enquanto secava algumas garrafas de bebidas, esperando S/N terminar de consertar o pneu traseiro da moto, que acabou por furar naquela fuga. Escorados em um dos carros, conversávamos mantendo nossa atenção na mulher, que por segundo algum mirava sua atenção em nós, tão concentrada estava, dando um ar misteriosa à ela.

Minha heroína.

— Não deu tempo, pois na mesma noite que mataram ele, tive que fugir com S/N. — Dei outro gole na bebida, ainda focando nela.

— Pode confiar em S/N, ela manterá você protegido seja de quem lá for. É uma bomba explosiva, que você poderá usar como arma.

— Confio nela.

Olhei o tailandês que sorriu, antes de sair do seu lugar levando outra garrafa para a mulher, que finalmente me olhou, mesmo que tenha sido rapidinho.

— Teremos que dormir essa noite aqui, Haechan. — Avisou ela, após aproximar-se junto do amigo. — Mas pela manhã, sairemos bem cedo.

— Certo. — Assenti, não conseguindo romper contato com ela.

— Podem dormir na garagem, é segura. — Ten entregou a chave à ela, que sorriu. — Também não se pode ouvir nada.

Se eu não estivesse um pouco alterado devido ao álcool, diria que seu tom usado foi um pouco malicioso, já que S/N se aborreceu dando um soco em seu peito.

— O que você quis dizer com isso ? — Perguntei curioso, após ela sair dizendo ir pegar uns cobertores.

— A mente dela eu não consigo ler, mas a sua está carregada de maldade. — Ria ele, fazendo-me engolir em seco. — Pensa que não vejo, a forma que olha pra S/N ?

— Viu errado. Apenas admiro ela, por ser tão corajosa.

— Uhum, até parece que não está pensando com a cabeça de baixo tamb… — Lhe dei uma cotovelada, ao ver S/N voltando.

— Se quiser ir descansar, já pode ir, Haechan. — Disse ela, tomando a garrafa das minhas mãos.

— Devem os dois, pois eu já estou indo deitar. — Ten saiu primeiro, deixando o óbvio para mim.

Tentando não parecer nervoso, voltei minha atenção a S/N que encarava um canto qualquer, aparentando mais incomodada que a mim.

— Vou deitar! — Avisei, disparando rápido em direção a garagem.

Avistando o colchão de solteiro jogado no chão, passei a ficar mais apreensivo ainda, desacreditado que iremos dividir aquele troço pequeno. Evitando pensamentos impróprios, deitei na pontinha cobrindo-me com a coberta, esperando S/N vir descansar também.

Horas depois, nada dela ter ocupado o outro lado, virei-me e percebi que estava sozinho mesmo. Incomodado, levantei indo procurar pela mulher, que estava deitada sobre o capô de um dos carros, acordada olhando o céu escuro.

— Pretende dormir aqui ? — Assustei S/N, que rapidamente puxou sua arma mirando em mim.

— Que susto, garoto! Quase atirei em você. — Suspirou aliviada, guardando sua arma de volta na cintura.

— Pensava em quê ? Nunca lhe vi tão distraída. — Escorei no veículo, e ela voltou-se a deitar.

— Em quem pode estar por trás disso, os motivos que tanto querem você. — Desceu do capô, ficando escorada ao meu lado.

— Não sei. Não lembro se papai tinha inimigos.

— Não pense em inimigos, e sim, em amigos. — Olhei ela, a mesma por já estar me olhando, mantinha seu rosto próximo ao meu.

Revenge | Imagine Haechan | NCT Onde histórias criam vida. Descubra agora