Capítulo 07

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— Eles não estão preocupados em tapar nossos olhos.

Relatou Haechan agonizado com a situação que estamos, seu corpo não para quieto e o seu tom de voz assustado deixava ele ainda mais próximo ao surto, buscando acalmar o garoto de alguma forma acabei inclinando um pouco do meu corpo alcançando sua boca calando-o com um beijo calmo e demorada, escutando sua respiração diminuir como seus músculos relaxarem aos poucos, de acordo com o profundamente daquele beijo.

— Então, sabe o que isso significa ? — Questionei lhe vendo franzir o cenho, pensativo.

— Que não teremos chances de fugir.

— Exato, mas, eu sempre tenho uma carta na manga e não importa quem ficar para trás, você deve seguir adiante. Entendeu ?

— Não, S/N! Já estou vendo que pretende ficar para trás. — Com as mãos algemadas, ele segurou as minhas levando em seu rosto.

Por mais que nossa conversa fosse meros sussurros, eu estava atenta se um daqueles mandantes da mãe do garoto estaria nos escutando, foi quando o maior entre eles puxou a mim de volta para longe de Haechan não sendo nada delicado, batendo meu corpo contra a parede do caminhão o qual estávamos.

— Ei! Não a machuque! — Gritou Haechan, sendo erguido pelo capuz de sua blusa por aquele homem.

— Em você não podemos tocar um dedo, mas, nela a chefia não disse nada. — Respondeu o grandão, soltando o garoto brutalmente ao chão.

— Ah, é ? Isso é o que veremos.

De todos os momentos perigosos que passamos juntos, nunca tinha visto Haechan falar desse jeito, um tom vingativo e imponderado ao mesmo tempo cerrando seus punhos.

Horas depois o caminhão parou e eu pude ter a certeza que chegamos ao destino final, as portas do fundo foram abertas entraram uma luz tão forte a qual precisamos fechar os olhos tentando se acostumar com aquela claridade. Cada um sendo segurado por alguém, assim foram nos arrastando e meus olhos de ladra, analisarem cada cantinho daquele edifício bem valioso, afinal, a mãe de Haechan não parece se preocupar onde derramará sangue.

Pegamos um elevador o qual desceu cada vez mais meio que entrando no solo da terra, traduzindo, abaixo da presidência se encontrava o local apropriado para esse tipo de situação. Chegando no ponto destino, entramos em uma sala toda branca de temperatura bem baixa, um frio imenso arrepiando nos dos pés a cabeça, no fundo da mesma uma outra construída em forma de caixa com janelas de frio, se podia ver o puro gelo lá dentro através delas. Haechan ao me olhar, pude perceber seus olhos aflitos, porém, os mesmos não continham medo algum, nem mesmo quando vários homens vestidos de brancos entraram com maletas em mãos, do meio deles surgiu uma mulher sorrindo nada amigável.

— Mamãe sentiu saudades, filhinho.

Sabe, aquele final congelado nas cenas de novelas ? Foi exatamente assim esse momento para Haechan, foi como ele fechar os olhos e parecer se lembrar de algo, momentos ao lado de sua mãe.

— Como pode se classificar como mãe, presidente ? — Com os lábios trêmulos devido ao frio, perguntei recebendo um forte tapa da mesma.

— Não bata nela, mamãe! — Gritou Haechan.

— Mamãe ? Se lembrou apenas agora ? — Chegou mais próximo a ele e eu tentei me soltar do homem que segurava a mim, aflita que ela faça algo a ele. — O canalha do seu pai tirou tudo de mim, primeiro o meu querido filho dando o coração dele a você, depois de uns anos apagou a sua memória fazendo-o o esquecer completamente do meu ódio por você.

— Mas… Ainda sou seu filh…

— Não é! Eu nunca fui apegada a você, nunca gostei de você e odeio mais ainda por ter levado a única coisa do meu querido filho! — Como uma bruxa odiosa, falou essas palavras fazendo Haechan chorar como um bebê e gritar de dor quando uma de suas mãos apertou o peito dele cravando as unhas com vontade. — Isso pertence a ele!

Naquele instante consegui me livrar dos dois homens os quais estavam me segurando, acertando um golpe em cada usando apenas minhas pernas já que as mãos estavam algemadas, correndo na direção daquela mulher a empurrei para longe de Haechan sendo segurada logo após por mais capangas dela.

— Não se afobe, S/N. Podemos fazer um acordo bem melhor, afinal, ladras gostam de dinheiro. — Rindo de uma forma doentia se levantou daquele chão branco, com a ajuda de mais homens.

— Acordo ?

— Sim. O pai de Haechan lhe pagou uma quantia boa para o proteger, eu lhe pagarei uma fortuna para entregar ele a mim e ir embora, esquecer de tudo aqui. — Retornei minha atenção a Haechan o qual agora agia como um bebê chorão, covardia dela pensar que o dinheiro me é mais importante.

— Já ouviu falar dos vigaristas ? Eles são como vampiros, sugam apenas de outros vampiros, madame. Acontece que, quando recebo uma missão, cumpro ela e não será uma quantia maior que me fará falhar. — Um sorriso sádico surgiu em minha face, fazendo aquela mulher mostrar toda a sua fúria em exatos segundos.

Sua próxima ordem foi para os homens me trancarem dentro de uma cabine toda feita de vidro sem passagem para ar, conectada a uma mesa a qual continha vários botões.

— Acontece que, eu tenho um jeitinho mais divertido para a fazer desistir. — Disse ela com um sorriso vitorioso, indo em direção aqueles botões.  

— Presidente, alguns ministros esperam por você.

Sendo sorte ou não, suspirei aliviada naquele momento por saber que ela não poderá deixar eles esperando, porém, não contava ela ter uma carta na manga, também.

— Mostre a eles o que acontece se tentarem fugir, pois conheço todas as táticas de S/N. — Após ter dito isto olhando firmemente em meus olhos, uma porta girou mostrando o que se tinha do outro lado dela. Era um garoto loirinho, preso dos pés a cabeça em uma espécie de armadura conectada em muitos fios. — Se moverem um músculo, o dispositivo ativado em Jaemin fará com que ele queime como uma torrada.

— Jaemin…

Então, eu soube naquele momento que o garoto se tratava de um dos amigos de Haechan, minha missão é apenas salvar ele e dane-se quem se machucar no caminho, porém, saber se tratar de um amigo seu me preocupa pois será o mesmo que machucar ele.

— Jaemin, desculpe-me por fazer você passar por isso. — Nada seu amigo podia dizer, mas em seus olhos eu poderia decifrar e ver que ele queria dizer estar tudo bem.

— Haechan, está tudo bem para ele.

Sorrindo para ele desviei a atenção logo após levar as mãos nos bolsos traseiros da minha calça, sentindo ter algo ali e, eu podia saber muito bem o responsável por colocar.

— Ah, Doyoung, seu espertinho.

Depois de ter dito essas palavras senti-me levemente tonta com e a garganta se fechando, era a falta de oxigênio nessa cabine, foram exatos minutos para a mãe de Haechan voltar sorrindo abertamente como sempre, digamos que um tanto feliz.

— Hoje tudo está saindo como eu queria, irei ganhar na reeleição e, consegui ter em mãos esse moleque frouxo. — Segurou Haechan pelos cabelos trazendo de encontro a cabine que estou, vendo-me transformar em uma fera mesmo sentindo falta de ar, jogando meu corpo contra a cabine tentando quebrar o vidro. — Olhe uma última vez para ele, ladra, pois a próxima vez que o ver será apenas um cadáver.

— Larga ele, sua bruxa! Eu vou rasgar sua garganta com meus próprios dentes! — Eu gritava, batia e chutava o vidro enquanto o ar me ficava cada vez mais escasso, até ser eletrocutada ao tocar o vidro outra vez.

— Essa cabine é cercada por energia, agora toda vez que tocar o vidro receberá uma carga forte que irá paralisando seu coração aos poucos. — Sorriu uma última vez antes de ficar séria. — Prendam Haechan na cama, irei iniciar o processo.

Os homens os quais seguravam o garoto, prenderam ele em uma maca próxima a outros equipamentos como uma máquina de batimentos cardíacos, ele gritava e se debatia tentando se soltar, após ver sua própria mãe erguer uma lâmina bem afiada rasgando a camisa dele em seguida.

— Que processo ? — Por um fio de voz, questionei apreensiva.

— Remoção do coração que não é dele.

Revenge | Imagine Haechan | NCT Onde histórias criam vida. Descubra agora