Nostalgia

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Observo-te ao longe ao surgir da lua nebulosa e obscura.
Uma luminosa nostalgia me abrange.
Lembro do meu toque aos seus cabelos louros de esplendor frio,
por onde corria o fluido dos brumosos e loucos pesadelos.
Percebo que, assim como eu, você está instável,
sentindo falta, a minha falta?

Daqui eu sei que você não me vê.
estou perdida nesse esplendor da noite
nas minhas formas mortais e claras.
A formosura do teu corpo ainda me causa emoções insanas,
cantam na minha nostalgia,
no meu mistério do desejo, na minha melancolia.

Me sinto vulnerável,
sua presença de longe me faz suspirar.
Me desencadeia lembranças já esquecidas,
trancados no meu passado sombrio.
Te ver ao longe me faz lembrar dos toques e dos calafrios.

Você some no espaço,
te procuro pela vasta multidão,
sentindo a secreta e sutil tristeza da perda predominar.
Falam ao meu redor,
mas não escuto.

No cálice amargo te enxergo de longe.
Me sinto só, dolente por olhar sem reciprocidade.
Revivendo a sensação que tinha de viver sem respostas.

Tudo acontece, mas apenas eu sinto.
Você passa por mim, mas não me vê ou vê?
O seu perfil se afasta para ir,
sinto-me letárgica e absorta.
Estou presa em você
apenas por essa amarga nostalgia.

Preciso me desamarrar,
mas olho de novo para onde você está.
Precisava apenas desse instante,
para te ver me olhar e te olhar sem hesitar.

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