∘˚˳°𝑪𝑨𝑷 𝑽𝑰𝑵𝑻𝑬 𝑬 𝑼𝑴

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     Sirius não sabia bem quanto tempo demorou no banho, já que tinha um problema para resolver sozinho e também queria tirar totalmente o cheiro de cerveja de si, matando a saudade daquela água quente que não teve acesso quando ficou a semana no apartamento de Regulus.

     Definitivamente, uma das suas piores semanas de sua vida. Não é sonho de todos esconder caixas e caixas lacradas com jóias falsificadas na salinha secreta da casa de campo de sua família para afastar suspeitas, muito menos passar mais do que duas horas no mesmo cômodo com seus parentes incrivelmente críticos.

     Mas as coisas talvez voltassem ao normal agora. Ele não queria pensar nisso. Queria se convencer de que seu maior problema no momento era que tinha acabado o banho e não tinha uma camiseta limpa para vestir.

        Passou a toalha por seus braços e peitoral desnudos, não se importando em que estado estava seu cabelo e passando reto pelo espelho embaçado e abrindo a porta só para botar metade do corpo para fora.

           Lutou contra a vontade de sorrir ao ver as costas Remus sentado à mesa, as costas curvadas enquanto parecia escrever algo. Sirius deveria ter demorado bastante para o Lupin recomeçar a estudar.

    E mesmo que estivesse gostando muito de observar os ombros largos e imaginar tocar neles, precisa de pelo menos uma camisa.

   — Remus — chamou baixo, aumentando o tom na próxima vez. — Remus.

      O loiro virou rapidamente o rosto para olhá-lo, a testa franzida como se estivesse esquecido que não estava numa biblioteca extremamente silenciosa. Se levantou, caminhando até o Black.

     — Precisa de mais algo?

       Tantas coisas, pensou ao reprimir um suspiro.

     — Uma camisa limpa, por favor? — sorriu e ficou satisfeito ao ver o canto dos lábios do outro se erguer.

       — Vamos, você pode escolher — Remus indicou o fundo do corredor com a cabeça antes de começar a andar, Sirius o seguiu. — Só não faz muito barulho, Ted tá dormindo.

      Sirius sabia que não deveria, mas o pedido para não fazer barulho fez seu estômago revirar do melhor modo possível. Ele não podia parar os pensamentos quando havia uma forte desconfiança de que estivesse apaixonado pelo cara que o levava para seu quarto e que desejava deseperadamente tocar.

       Seu coração bateu forte ao entrar no quarto, conseguindo ver muito pouco por só o abajur estar ligado, mas ele não conseguia perder Remus de vista enquanto ele caminhava até o próprio guarda-roupa.

        Forçou a visão para enxergar a cama de casal, arrumada com o que parecia ser uma colcha de seda azul simples e dois travesseiros bege. Havia uma mesinha de canto, onde o abajur brilhava e dividia o espaço com várias outras coisas: um boneco de lego, fones de ouvido, um livro. As paredes eram cor de gelo, sem papel de parede. Havia um poster do Stephen Hawking e o que parecia um diploma emoldurado ao seu lado.

         Ao virar o rosto para esquerda encontrou um outro cômodo, talvez um banheiro ou closet e sem porta. As luzes estavam apagadas. A direita tinha uma cômoda, com coisas sobre que Sirius não conseguia indentificar. Observou tudo em alguns segundos, voltando a atenção para o que importava.

    — Deve ter alguma coisa que você goste aqui...— o loiro murmurou, olhando para uma gaveta de camisas.

     — Qualquer coisa está bom, de verdade.

       — Hm, acho que não tenho isso no meu guarda-roupa.

       Sirius riu, se colocando ao lado do dono do quarto. Remus era tão atencioso que fazia seu coração se apertar— de um jeito bom. Escolheu a primeira blusa que pôs os olhos, se sentindo sortudo ao sentir o tecido quente contra os dedos.

𝐁𝐀𝐃 𝐀𝐓 𝐋𝐎𝐕𝐄; wolfstar Onde histórias criam vida. Descubra agora