𝐁𝐀𝐃 𝐀𝐓 𝐋𝐎𝐕𝐄; wolfstar

∘˚˳°𝑪𝑨𝑷 𝑻𝑹𝑰𝑵𝑻𝑨 𝑬 𝑪𝑰𝑵𝑪𝑶

       James realmente não estava pronto para o que estava prestes a fazer. Tirou as luvas vermelhas que usava e as enfiou em um dos bolsos do casaco que vestia, puxando ar antes de tocar a campainha do apartamento 577.

        Quatro dias. Todos eles sem falar com Regulus, todos eles remoendo em sua cabeça o como poderia ter sido tão estúpido. Nunca tinha sido feito de idiota desse jeito, mas não era com seu próprio orgulho que deveria tratar agora. E mesmo que fosse muito orgulhoso e odiasse ser enganado, deveria ser um pouco mais racional para com seu objetivo.

        James entrou sem falar uma única palavra ou esboçar um sorriso. Ele não sabia se seria capaz de ser no mínimo simpático, já que estava fervendo por dentro mesmo que fizesse muito frio do lado de fora. Regulus murmurou algum cumprimento logo quando abriu a porta, e mesmo que Potter não tivesse visto, juntou as sobrancelhas quando não teve resposta.

       Não queria sentar, não queria beber nem comer nada e nem tirar o casaco. James só queria acabar logo com tudo aquilo e ir pra casa. Ele nem deveria ter começado, para início de conversa.

  — Então...— Regulus começou, o encarando enquanto tinha um copo de conhaque na mão. — Como vai?

  —Bem. — James disse, engolindo as outros palavras que queriam sair.

       Ele tinha um roteiro e tinha que segui-lo. Repassou tantas vezes durante aqueles quatro dias, quando estava em intervalos de seus compromissos ou até durante eles, quando estava ignorando as mensagens de Regulus, quando lia um livro que teria uma prova no final do mês.

       Mas ele estava tão magoado. E Regulus estar tão bonito não ajudava em nada o seu humor.

   — Você e meu irmão — Black começou, parecendo hesitante. —Vocês brigaram?

    — Não. —  respondendo simples, sua mandíbula inconscientemente travada. Regulus pareceu perceber isso.

   — Isso é bom. — sorriu um pouco. — Nenhum dos dois falou comigo por quatro dias, mas é bom.

        James tinha que fazer as perguntas que arquitetou para chegar no que queria e nas respostas que precisava. Se fosse um teste, uma prova ou uma outra situação com uma outra pessoa, isso seria completamente fácil para ele. Mas agora...agora ele só quer explodir como fogos de ano novo.

         Por isso antes mesmo de Regulus perguntar o que estava de errado — porque Potter sabia que ele iria perguntar —, disparou na frente:

   — Por que mentiu pra mim?

        Foda-se, James pensou.

       Regulus o olhou, mas não expressou quase nada. Um leve tremor nos lábios e nada mais, e isso era a maldita perdição de James. Em como percebia coisas que não deveria, por que se sentir desse jeito em relação ao Black e reparar nesse tipo de coisa doía e ele não queria que doesse.

    — Sobre o quê? — Regulus indagou, deixando o copo sobre o aparador perto do sofá.

   — Sobre tudo. — James respondeu. — Sobre Sirius e os problemas dele, sobre aquele advogado filho da puta, sobre eu e você. Tudo. Só quero saber o porquê fez isso.

  — Eu não- —tentou, passando a língua entre os lábios. — Não sei se estou entendendo.

  — Eu sei sobre tudo, Regulus — Potter confessou e sentia seu rosto queimar. — Sei que as coisas que o Sirius tá metido é sobre a merda da joalheria da sua família e não sobre o Rosier, sei que ele não queria ajudar em nada daquilo. E também sei que você me usou e não faço ideia do porquê. Sei que eu sou um idiota do caralho por ter confiado em você.