Black Swan

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Faziam oito meses que eu e Jungkook havíamos nos acertado e decidido começar de novo, dessa vez sem as confusões envolvendo nossos clãs, que quase fizeram com que eu o matasse. Eu ainda me sentia mal por tê-lo machucado, e pedi desculpas todos os dias até que as marcas das minha mão e unhas se apagaram de seu pescoço.

Erámos totalmente sinceros em tudo um com o outro, nesse nosso novo começo. Nos dias que se seguiram, após Jungkook ter ido ao meu apartamento esclarecer as coisas, eu contei tudo a ele sobre a minha família e o Clã Min, e Jungkook me levou ao bunker dos Jeon, escondido sob a casa de seu avô, para que eu pudesse ver com meus próprios olhos tudo o que havia lá, e não restassem mais dúvidas sobre quem era, e quais eram os princípios da nova geração dos Jeon.

E mesmo depois de tudo isso, Jungkook sabia que eu tinha uma parte do meu passado, sobre a qual eu ainda não estava pronto para falar, pois envolvia um lado obscuro do meu verdadeiro eu, que eu preferia deixar bem escondido, até o momento certo de contar a ele, e Jungkook respeitava isso.

Conviver com Jungkook era fácil e leve, e isso estava me fazendo tão bem, que eu já não me imaginava sem ele por perto, para melhorar os meus dias e o meu humor. Eu já não era mais aquele cara fechado e mal-humorado – ou ranzinza como um velho, como Jungkook costumava dizer – que a maioria das pessoas conhecia. Jungkook sempre me fazia sorrir e isso era só uma das coisas que eu tanto gostava nele.

Ainda não tínhamos estabelecido um rótulo para o nosso relacionamento. Concordamos em ir devagar, mas isso acabou funcionando apenas por umas três semanas, porque era simplesmente impossível ficarmos perto um do outro, sem acabarmos aos beijos no canto mais próximo, ou encima de algum móvel.

E foi numa situação assim, no mínimo constrangedora, envolvendo eu e Jungkook, que eu acabei conhecendo seus melhores amigos, Jimin e Taehyung, que nos flagraram aos amassos no sofá da sala de Jungkook, após estarmos tão perdidos nos lábios um do outro, que não ouvimos a campainha tocar. Eu não sabia onde enfiar a minha cara naquele momento, e acho que nunca havia ficado com as bochechas tão vermelhas de vergonha.

Claro que depois acabamos rindo da situação, e no final do dia eu já havia meio que me tornado amigo de Taehyung e Jimin. Os dois eram seres humanos incríveis, daqueles que a gente conhece poucos durante a vida, mesmo para alguém com uma vida tão longa quanto eu. Segundo Taehyung, ele e Jimin nunca tinham visto o Junkook tão feliz ao lado de alguém, quanto ele estava feliz comigo, principalmente depois da morte de seus pais e seus avós, e Jimin deixou claro que se Jungkook estava feliz comigo, então ele e Taehyung estavam felizes também, e nos apoiariam em qualquer que fosse o tipo de relacionamento que estivéssemos começando.

Por outro lado, os dois eram extremamente curiosos a meu respeito, já que segundo eles, Jungkook falava sobre mim o dia todo, e aí foi a vez de Jungkook ficar com as bochechas vermelhas de vergonha, o que o deixou tão adorável quanto um filhotinho.

Foi fácil perceber o quanto eles amavam Jungkook e vice-versa, e isso deixou o meu coração leve e quentinho. Eu tentei ser o mais sincero possível respondendo às suas perguntas, claro que eu omiti o fato de eu ser um vampiro mestiço de 426 anos de idade, que fazia parte de um antigo clã, cujo principal inimigo era o clã de caçadores, do qual Jungkook era descendente.

Talvez em um futuro distante eu pudesse contar tudo a eles, mas por enquanto torcia para que Jungkook não deixasse escapar nada, porque eu odiaria ter que usar meus poderes com seus melhores amigos, eles eram bons demais, e eu não teria coragem de olhar no fundo dos olhos de cada um deles, e os fazer esquecer sobre mim.

Os dois eram amigos de infância de Jungkook, e agora estudavam todos na mesma universidade. Jimin cursava dança, e Taehyung, artes plásticas, e eles ficaram tão encantados, quando os levei para conhecer o meu antiquário, que eu acabei deixando que cada um escolhesse de presente, qualquer um dos itens que estavam à venda.

Love me lessOnde histórias criam vida. Descubra agora