Mas mãe...

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Quando chegamos, fomos direto para o estúdio. Lá era lindo, tudo perfeito, mas sou tirada de meus pensamentos com Milena falando comigo.

- Mel?

- Oi! - volto minha atenção à ela.

- Então, agora você pode entrar naquele quartinho ali pra se trocar, e depois você volta e vem pro pessoal te maquiar, tá bom?- Ela explica.

- Certo. - respondo gentil.

Entro no tal "quartinho" que mais parecia um super camarim, percebendo a humildade nas palavras de Milena. Quando finalmente estava finalizando a amarração dos sapatos, sinto um calafrio enorme percorrer pelo meu corpo junto à um aperto no coração, e uma forte dor nas costas enquanto minhas pernas tremiam. Depois de uns minutos, assim que tudo se aliviou, eu logo me questionei.

- Será que aconteceu alguma coisa com os meus pais? - Digo para mim mesma em tom de sussurro. - Acho melhor falar com a minha mãe! - Falo enquanto me concentro em meus próprios pensamentos para manter uma comunicação com ela.

❛ ❜

- Mãe? Está tudo bem? - Digo assim que sinto nossa ligação estabelecida.

- Oi filhota, está sim. O que aconteceu? Você sabe que só pode usar a mente em caso de urgência. - Ela falou gentilmente.

- Eu sei. - respondi. - É que eu comecei a me sentir super estranha do nada, achei que tinha acontecido alguma coisa.

- Estranha como?- Perguntou curiosa.

- Comecei a sentir um calafrio, aperto no coração, dor nas costas e minhas pernas começaram a tremer de repente.

Tudo o que pude ouvir foi o barulho de sua respiração, que certamente me deixou um pouco aflita pois esperava uma frase de conforto ou então uma explicação pra isso. Não obtive nada.

- Mãe, o que foi?

- Filha... Agora eu estou um pouco ocupada, depois conversamos, ok? - Ela diz rapidamente.

- Mas mãe é que... - Não deu nem tempo de concluir minha frase e sinto automaticamente nossa conexão se dissipar.
- Valeu, mãe! Que suporte do caralho eu recebo de você nessas horas. - resmungo.

Pensei por um tempo no que havia acontecido, mas não deixo meus pensamentos me dominarem. Termino de amarrar os cadarços e pego as coisas pra sair dali.
Quando abro a porta, todo mundo já estava arrumado. Os pro players e o resto da galera também já estava lá, o que me fez esquecer totalmente do acontecimento passado. Cumprimento todos que ainda não tinha conhecido e me sento na cadeira pronta para ser produzida.
Estava na vez do Lzin tirar as fotos, então ele foi lá e tirou milhares e milhares de fotos.
Elas terminam bem rápido e logo tiro as minhas fotos. No começo fiquei um pouco envergonhada, mas depois me soltei mais.

- Eu achei que seria mais vergonhoso. - falo me juntando aos outros influenciadores e também numa tentativa de autoconforto.

- Isso é por que você é novata; deixa a gente pegar bem mais intimidade 'pra você ver o quanto a gente vai zuar você nessas horas. - Bak diz rindo.

Não o respondo com palavras, mas o meu rosto já dizia um claro "Tente se tiver coragem".

- Ela faz o afronto dela! - Babi fala brincalhona.

- Todo mundo já tirou as fotos? - Pergunta bradoock nos cortando das alfinetadas.

Todos afirmam.

- Então é melhor irmos 'né, Ph? Já está na hora do almoço, e eu vou abrir live hoje no pc do Curica. - Ele diz.

- Ei! você pediu, meu mano? - Responde Victor arqueando uma de suas sobrancelhas.

- Me emprexta o seu pc 'pra eu fazer live? - Imita um suposto sotaque carioca.

- Vou pensar no teu caso.

Nós saímos do estúdio e voltamos para a van. Os pro players foram em outra, já que não havia espaço sobrando na nossa. Fomos nos mesmos lugares da ida.
Eu estava morrendo de vontade de comer um doce, então lembro de uma caixinha de chicletes que eu tinha colocado na bolsa. Pego um chiclete e ofereço a todos, e todos menos o motorista e o arthur aceitam as gomas.
Jogo o chiclete na frente da van, e cada um pega um e vai jogando pro próximo até chegar em mim novamente.

- Não quer? - pergunto para Thur que estava do meu lado.

- Acho que um não vai fazer mal, 'né?- diz dando um sorrisinho fofo. O mesmo sorrisinho das fotos que eu só via através de uma tela, e é só isso nisso que consigo reparar, até me perder nos pensamentos.

- Mel? - Sinto uma cutucada.

- Oi... - Volto a prestar atenção no presente e me envergonho um pouco pelo que aconteceu.

- Seus chicletes. - diz me entregando.

- Ah, obrigada! - Sorrio de volta.

- Eita que o Thurzin tá apelão! - Bak diz em tom brincalhão.

- Vai dormir, bak.- O menino mostra o dedo do meio.

Solto uma pequena risada e depois de uns minutos adormeço com a cabeça encostada na janela.

(deu 666 palavras, tô escrevendo isso pra mudar o número KKKKKKKKKK)

Thurzin Sobrenatural - LoudOnde histórias criam vida. Descubra agora