Ela arregalou aqueles olhos azuis em direção a Zero ansiosa para obter alguma novidade referente a investigação.
— O senhor descobriu alguma coisa a respeito da morte de meus pais? — Elleanor lhe perguntou juntando as mãos. Desta vez, ambos estavam em um lugar diferente, uma espécie de parque pouco movimentado com um campo amplo de árvores bem afastadas. Era fim de tarde quando eles se encontraram embaixo de uma copa de árvore que ficava no meio do parque.
— Desta vez veio sozinha? — Zero perguntou olhando em volta.
— Minha amiga está a minha espera. Pedi que ela se afastasse caso o que o senhor vá me contar seja sigiloso. Senti que na última reunião você ficou um pouco incomodado com sua presença.
— A senhorita tem alguma parte na herança de seus pais? — Zero perguntou e ela o olhou confusa pensativa, torceu os lábios inclinando a cabeça para o lado.
— Não entendo por que a pergunta...— Ela balançou o leque para se abanar. — Oh! Está querendo algo com a fortuna de meus pais? Para sua informação, eu já estou noiva! Não faz muito tempo que ele me pediu, mas isso não importa. — Ela balançava o leque ainda mais rápido. Zero piscou a analisando e sorriu com o canto da boca ao perceber que ela o havia interpretado de maneira equivocada. Elleanor desviou o olhar corada. — Admito que o senhor é bem charmoso, mas meu coraça...
— É óbvio — ele falou a interrompendo enquanto pensava alto consigo mesmo. Era óbvio que se ela tivesse uma parte na fortuna, seus tios não lhe falariam e a roubariam sem que percebesse, mas já que ela havia chegado naquele assunto ...— Quem é seu noivo, senhorita Evens? — perguntou curioso.
— Ele se chama Raul. Raul Conrado Ramos.
Zero piscou. Um Duque certamente. A família Ramos era bem prestigiada, mas por que escolheria a uma menina órfã? Ele olhou para Elleanor mais um pouco. Ela não parecia se interessar muito para o que possuía, pelo visto, sua atenção toda estava em coisas como casamento e vida em matrimonio — como qualquer outra dama de sua idade —, ela era como uma presa com predadores por todos os lados visando algo que ela nem sabia que possuía. Zero levou ambas as mãos ao bolso e então percebeu que estava sendo observado. Ele olhou em volta, mas não achou ninguém. Talvez fosse a amiga da jovem que o estivesse olhando ou pessoas que ali passeavam. Zero caiu em pensamentos novamente.
Será que ele deveria realmente se intrometer nesses assuntos? Conhecendo esta jovem senhorita como conhece, bastaria dizer que a turba estava atrás de dinheiro e ouro como fizeram anteriormente. Era só dizer que foi pura má sorte e ela acreditaria, mas por que sua boca não conseguia pronunciar tais mentiras? Ele fitou os olhos azuis claros de Elleanor. Eles eram tão puros e cheios de vida...
— Preciso de alguns dias a mais e poderei lhe dá o resultado — afirmou Zero, para seu próprio desespero.
Ela suspirou deixando os ombros caírem.
— Muito bem — falou. — Irei indo, já fiquei muito tempo em meu passeio. — Sorriu se afastando. — Mande-me um telegrama assim que tiver respostas, sim? — Se afastou assim que ele lhe deu um breve aceno colocando o chapéu na cabeça.
Ele a observou enquanto sua mente maquinava algumas suposições. Se ela conseguia vir a seu encontro sem nenhum problema, significava que seu tio não fazia ideia de seus encontros, pois se soubesse, não permitiria. Zero coçou a nuca. O que ele deveria fazer nesta situação? Se perguntou enquanto dirigia ao seu cavalo.
Geralmente ele apenas contava a verdade e deixaria que o resto seguisse seu rumo, mas agora o homem se viu preocupado com o que a jovem vai sentir caso isso acontecesse. Talvez seja por que ela se pareça um pouco com ele quando era jovem.
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UM DETETIVE PARA LADY EVENS (DEGUSTAÇÃO)
Romance**DEGUSTAÇÃO** ** PLÁGIO É CRIME** Zero Tuller é um detetive frio, egocêntrico e mal-humorado que apenas deseja ficar o mais longe possível do seu passado. Elleanor Evens é uma dama curiosa, determinada e corajosa que apenas deseja descobrir o que r...