Capítulo 6 - O Sequestro

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STILES

Acordei desnorteado e assustado, a última coisa que eu me lembro é de ver o Derek machucado e ser carregado por dois homens, sendo obrigado a inalar algo em um pano que me fez desacordar. Observei o local onde eu estava, era um quarto típico de casal, estava escuro, somente as luzes do abajur iluminavam o ambiente. Se aquilo era algum tipo de pegadinha, eu não estava gostando, mas também torci dentro de mim para ser apenas uma pegadinha.

Me levantei da cama um pouco tonto e fui caminhando até a porta enquanto terminava de observar o local, abri a porta e a luminosidade não melhorou muito, parecia que eu estava em algum lugar subterrâneo. Caminhei pelo que aparentava ser uma casa, ouvi um barulho próximo e o segui até o que parecia ser uma sala de estar, era a televisão ligada em um jogo de futebol americano. Eu estava sonhando ou algo do tipo?

- Já acordou meu amor? - ouvi a voz de Theo atrás de mim, me fazendo assustar - Você dormiu cedo, então tive que improvisar um lanchinho  para assistir o jogo.

Ele segurava um balde cheio de salgadinho.

- O que está acontecendo aqui Theodore? - o questionei - Isso é algum tipo de pegadinha?

Theo vagarosamente colocou o balde de salgadinho em cima de algum móvel e se aproximou de mim na mesma velocidade.

- Essa é a nossa vida meu amor, a vida de casados que eu criei para nós - suas mãos tocaram meu rosto e seu sorriso me assustava - E ninguém vai nos atrapalhar.

- Me diz que você tá brincando, Theo isso já foi longe demais - segurei seu braço - Estou ficando assustado.

- Não fique, não fique... Imagine isso como um recomeço - aquele sorriso novamente apareceu em seus lábios - Claro que eu não podia deixar algumas coisas impunes.

Ele pegou seu celular e discou um número.

- Podem trazê-lo - e desligou.

Theodore pegou o pote de salgadinho e se sentou no sofá.

- Me acompanhe querido.

- Nem fodendo - berrei, percebi que eu estava chorando - Você só pode ser doente mental.

- Pare de drama meu amor, venha assistir o joguinho que eu planejei aqui no sofá, comigo - bateu no sofá, me chamando.

- Não me chama de meu, eu não vou assistir jogo nenhum - encarei envolta, a procura de alguma porta.

- Senta na porra desse sofá, senão eu vou matar seu pai e cada um dos seus amigos - Theo gritou claramente irritado.

Eu queria duvidar da sua capacidade de  cumprir suas ameaças, mas eu nem imaginava que ele era capaz de me manter em cárcere e aqui estou eu. Então eu não podia arriscar e me sentei ao seu lado, com medo do que viria a frente.

- Quer salgadinho?

Não tive tempo de responder, uma porta que não parecia ser uma porta se abriu e de lá saíram duas pessoas máscaradas, elas puxaram uma corrente, devia ser algum animal. Mas a minha surpresa foi encontrar ali, no chão, um Derek Hale acabado, sujo e pelado.

- Gostou da surpresa? - Theodore brincou - Ninguém atropela você e sai impune.

- Foi um acidente - chorei mais - Solta ele, ele não fez por mal.

Aquilo era doentio de se fazer com qualquer ser humano.

- Você está com peninha dele, Stiles? - ele segurou meu rosto forte demais - Você ainda sente alguma coisa por ele?

- Solta ele!! - Derek gritou.

- Cala a boca seu vira-lata!! - Theo se irritou ainda mais - Tampem a boca dele! E você, me responda!

Eu apenas gestículei com rosto, negando, eu estava assustado. Eu menti, claramente para nos proteger, Derek e eu, precisamos escapar daqui.

- Gosto assim - ele sorriu e deixou um selinho em meus lábio, nojento - E vocês, coloquem o vira-lata para nos servir, preciso de novos empregados.

Os dois mascarados saíram, carregando Derek realmente como um cachorro vira-lata. Theodore voltou a assistir o jogo que passava na televisão, como se não estivesse torturando duas pessoas pelo simples prazer.

Depois de quase uma hora sendo abraçado, beijado contra a minha vontade enquanto assistiamos aquele jogo idiota, ele se levantou.

- Vamos, você precisa tomar um banho - me chamou.

- Eu posso muito bem tomar banho sozinho - retruquei.

- Claro que pode - sorriu malicioso - Eu não vou te obrigar a fazer algo que não queira, claro, se você cooperar comigo.

Theo me guiou até o banheiro, onde se encontravam roupas, toalhas e uma linda banheira branca e assim fechei a porta. Procurei por alguma janela mas não havia nada, tentei abrir as tubulações e aparentemente estavam todas soldadas, então eu desisti e decidi tomar um banho.

O banho me ajudaria a refletir nas minhas próprias ações, era o que eu pensava e ao olhar para o banheiro vi um objeto que poderia acabar com isso de uma vez por todas, mas ignorei aquele pensamento e segui meu banho.

Quando saí do banheiro, encontrei roupas novas para usar em cima da cama e as vesti, me olhei no espelho daquele cômodo, pronto e busquei algum sentido para tudo que eu estava vivendo. Meus sentimentos pelo Derek, o coma, a traição do Corey e do Derek, o acidente que matou o Corey e levou o Derek para o hospital e agora, esse sequestro, vindo de uma pessoa que eu confiava.

Ouvi alguém bater na porta, me virei e vi uma mulher.

- Olá Stiles, você não deve se lembrar de mim - a mulher sorriu para mim - Sou Virgínia Reaken, irmã do Theo.

- Você está com ele nisso? - a questionei, ainda a olhando através do espelho.

- Não, meu querido... - Virgínia sorriu - Você tem que saber, que quando o Theo quer algo, ele consegue... Sem a ajuda de ninguém...

Ela suspirou e se virou, já andando, pude ouvir suas últimas palavras antes de sua presença sumir por completo.

- Boa sorte!

E eu precisaria, pois está família só tem doidos, não sei como eu vou escapar. Fui interrompido por um capanga do Theo, ele me chamou e disse que o seu chefe me aguardava e pediu para ir na frente.

Fui direcionado todo o caminho, por túneis e enormes corredores, até chegar em uma escada.

- Só subir e abrir a porta.

E foi o que fiz, subi até o final, até uma minúscula sala e respirei fundo antes de abrir a porta. Quando abri e saí, aos poucos fui entendendo onde eu me encontrava, onde eu estava sendo mantido preso.

Não havia escapatória, eu não conseguia ver nenhum sinal de civilização, porque estávamos no mar, em um navio.

CONTINUA...

Sterek - Amor e Ódio [EM REESCRITA]Onde histórias criam vida. Descubra agora