Capítulo 7 - Corra!

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ALERTA DE GATILHO: CONTÉM TENTATIVA DE SUICÍDIO (PULE ESTE CAPÍTULO OU PARE DE LER SE ESTE CONTEÚDO FOR UM GATILHO PARA VOCÊ).

Stiles

Estava incrédulo como nunca estive em minha vida, coberto por ondas de desesperança e por aquele cheiro marítimo diferente. Aquele homem era literalmente louco a ponto de me sequestrar e me colocar num navío, no meio do nada. O medo me dominou e um arrepio atingiu minha espinha.

Olhei mais em volta daquele lugar, em passos lentos e vi Theo e Derek, lado a lado, um com seu sorriso sombrio e o outro com um olhar repleto de fúria que não conseguiria conter nem nas piores humilhações.

Mais próximo e de frente aos dois, revezando meu olhar, vi Derek gesticular com os lábios: Corra, pula no mar!

Seus gestos eram de desespero, de repente a fúria de seus olhos foram dominadas por preocupação e desespero. Eu queria poder abraça-lo e conforta-lo, dizer que podíamos deixar o passado pra trás e rir de termos ficado com o mesmo cara.

- Pensando na jornada que temos pela frente juntos, querido? - Théo interrompeu meus pensamentos.

- Claro, tô amando estar aqui Theo - cerrei os olhos - Estava nos meus planos te odiar, pena que não trouxe a minha agenda pra te provar...

- Não vou levar o que diz a sério, logo você se acostumará com o que somos - sorriu e soltou uma piscadela - Sente-se para jantarmos.

Apontou para a mesa e eu segui sua ordem.

- Sirva a nós - Theo se sentou a minha frente e direcionou suas palavras a Derek.

Depois de servir os pratos e as bebidas, o Derek simplesmente desapareceu, não o vi o restante do jantar inteiro enquanto tinha que ouvir as coisas que se não estivessem saindo da boca do Théo, até acharia interessante. Depois, ouvi mais até entrarmos para dentro e seguirmos até a representação de uma casa, só que dentro de um navio. Ele só parou de falar e me acompanhar, quando recebeu uma ligação sobre negocios aparentemente e os seguranças tiveram que terminar a escolta.

Quando chegamos na porta do quarto, eu olhei pros dois seguranças e sem nem esperar, eu tentei correr, mas fui alcançado com tamanha facilidade. Eu gritei e xinguei tudo e todos, incluíndo Theodore Reaken, tão alto que nem ouvi passos em saltos se aproximarem.

- Fique calmo Sr. Stilinski, ou devo dizer: futuro Sr. Reaken - ela sorriu, um sorriso semelhante ao de alguém - Ter você como meu cunhado vai ser um prazer.

- Você é irmã dele? - a questionei, mesmo já sabendo a resposta.

- Vou deixar que ele me apresente à você, adeus - acenou para mim e saiu andando pelo corredor.

Entrei no que deveria ser meu quarto assustado, eu fui sequestrado e uma família rica inteira estava encobrindo isso, não havia chance para mim. Meu pai e meus amigos não tinham tantos recursos para me encontrar e uma hora desistiriam, não havia nada a ser feito se não aceitar.

Ainda me sentia sujo pelos toques, beijos e carícias de Theo, então resolvi tomar um banho de banheira.

Scott

Já haviam se passado 48 horas desde que o Stiles simplesmente desapareceu sem deixar vestígios, isso vem acabando comigo por não entender o que se passa na cabeça do meu amigo e de como tudo virou de cabeça para baixo em menos de um ano.

Eu estava deprimido e Isaac não estava aqui, estávamos bem e agora ele parece bem distante. Mas tudo vai se acertar assim que o meu amigo aparecer, eu preciso dele mais que tudo.

Ainda bem que Theo, que não confio muito mas que é melhor do que nada, contratou um detetive particular e vai nos informar se encontrar qualquer coisa do Stiles.

Stiles

Em meio ao banho, refleti sobre os meus sentimentos por Derek, daquele frio no estômago que ele me causava. Eu era idiota demais para lidar com os meus sentimentos e explorar o que sentia por ele, talvez terminar com o Corey, ou tentar um trisal. Minha mente básica e cheia de inseguranças de um adolescente confuso só me fez machucar as pessoas e agora o Corey está morto e o Derek está sendo aprisionado neste navio.

Eu só queria ter tido a chance de amar aqueles olhos verdes, sem nenhum impedimento, porque ele tinha razão, eu sentia a conexão que tínhamos e negar nunca fez ela passar.

Solucei naquela banheira por não eu quanto tempo, até rever aquele objeto, me levantei desnudo e peguei em minhas mãos. Observando aquela lâmina brilhante, refleti: O que para alguns pode ser o fim, para outros pode ser a esperança para algo novo.

Me sentei na banheira novamente e estendi meu braço, posicionei a lâmina e depois de respeitar fundo por mais alguns minutos, comecei a incisão no meu braço esquerdo e vi o sangue saindo. Depois foi a vez do braço direito, a dor era agoniante, mas nada era pior do que o sentimento de impotência.

Aos poucos uma tontura foi me consumindo e eu sentia que estava prestes a apagar, então a porta se abriu e o Theo apareceu, em flashes eu o vi se aproximar desesperado e me puxar para si. Até tudo ficar escuro, talvez para sempre.

FIM DA PARTE 1

CONTINUA...

Sterek - Amor e Ódio [EM REESCRITA]Onde histórias criam vida. Descubra agora