CAPÍTULO VII

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CAPÍTULO VII


Depois de um longo tempo sozinha na sala de estar, Vanessa não esperava encontrar com o antigo Supremo parado no hall de entrada no momento em que se dirigia para seu quarto. Todas as horas relaxando a mente, o corpo e seus pensamentos confusos desceram pelo ralo no momento em que ela viu Augusto.

Em um primeiro momento, a garota cogitou atacá-lo, mas tamanho foi o espanto que ela mal conseguia se mover. O garoto ficou encarando-a, até todas as pessoas do casarão chegarem ao local, devido ao grito de espanto que ela soltou.

- Será que alguém poderia me dar um cigarro? - perguntou Augusto, delicadamente enquanto olhava profundamente nos olhos de todos. - Infelizmente no plano espiritual não se encontra muito dessas coisas... Triste!

Vanessa conseguiu forças para se mover, e foi para junto dos outros, que ainda estavam boquiabertos. Ela sabia que a maioria deles também tinha conhecimento de quem era e o que aquele Supremo havia feito com o Clã. Sua ganância por poder e controle quase havia colocado o Clã em ruínas.

- Você está aqui de verdade? - perguntou Bia Santos, sem se aproximar.

- Mas é claro! - exclamou Augusto. - Vocês me trouxeram! E serei parcialmente grato!

- EU FALEI PRA VOCÊS NÃO FAZEREM AQUELE PLANO IDIOTA DE VOCÊS! - gritou Isabela, extremamente nervosa.

- Mas o feitiço não era para trazer ele de volta... Não era pra trazer ninguém! - se defendeu Aline.

- Agora já é tarde! - soltou Vanessa, com a voz pesada e séria.

- O que está acontecendo?! - questionou Seu Quincas, descendo as escadas e passando por entre eles. - O que vocês fizeram!?

Seu Quincas ficou alguns segundos encarando Augusto, e pela expressão, ele estava tentando entender o que estava acontecendo, parecendo até mesmo ficar fora da realidade. Porém, dando algumas batidas na cabeça, sua feição mudou para séria e raivosa. Já estava erguendo a bengala para atacar Augusto, mas o garoto foi mais rápido.

- Nem pense nisso, velhote, jellyfish oculis meis! - exclamou Augusto, esticando a mão na direção de Seu Quincas, que em segundos teve seu corpo inteiro transformado em uma estátua de pedra. - Achou mesmo que esse pedaço de madeira ia me derrotar.. Você nunca aprende! - riu o garoto, encarando Seu Quincas petrificado. - Pelo visto vocês não tinham intenções de me trazer... Exijo explicações!

O olhar de Augusto estava sombrio, mas ninguém se pronunciou. Todos continuaram imóveis, com medo de que qualquer movimento fizesse o garoto achar que estava sendo atacado.

- Eu realmente não estou com paciência... EM ORDEM! - gritou Augusto, gesticulando a mão, e fazendo com que todos o que ainda estavam nos degraus da escada, fossem para baixo, e os que estavam mais para frente, recuassem para trás. Todos sem controle de seus corpos, se posicionaram em fila, com as pernas firmes no chão, sem a possibilidade de se mover. - Melhor assim... Você! Um cigarro, por favor! - ordenou ele, se colocando em frente à Aline, que agilmente pegou uma maço de cigarro do bolso, e o colocou na mão de Augusto. - Mentolado?! Jovens...

Enquanto o garoto tirava um cigarro do maço, Vanessa tentou usar a magia das marionetes, mas nada que ela fizesse funcionava. Ele tinha colocado algum tipo de feitiço que ela desconhecia.

- Vamos logo ao que interessa! Por que diabos estou aqui? - perguntou Augusto, após dar uma longa tragada no cigarro. - Aconteceu alguma coisa com a Suprema? Onde está Dalva Lisboa?!

O nome pronunciado deixou todos assustados, mas ninguém ficou mais chocado do que Vanessa. Ele estava falando de sua mãe. Um onda de sentimentos e emoções tomou conta da garota, e ela não sabia como reagir.

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