Capítulo 3 - Imprevisto

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Richard estava pronto para começar a se vingar. A primeira pessoa que ele escolheu foi Amanda, que havia feito ele sofrer muito no passado, por isso ele iria se vingar dela fazendo-a sofrer.

Richard até pensou e refletiu durante a noite se ele realmente deveria se vingar dela e possivelmente de outras pessoas.

— Pode até parecer cruel eu querer me vingar, ou errado eu querer fazer tudo que quiser mesmo que isso seja "fora da lei". Mas vou pelo menos uma vez na vida ser egoísta e aproveitar essa oportunidade que o universo me deu e fazer o que eu quero! Amanhã mesmo vou me vingar de quem mais me humilhou...

No dia seguinte...

Richard foi trabalhar normalmente, apenas com a mudança de que dessa vez levava consigo a máscara e as lentes roxas que havia roubado, além de uma pistola, apenas por precaução, caso algo desse errado e a polícia fosse atrás dele... (Realmente tinha sido muita sorte de Richard encontrar a delegacia de onde roubou as armas que tinha vazia, sem nenhuma pessoa, mesmo tendo roubado ela em um feriado).

Ele trabalhou normalmente como sempre fazia. Mas naquele dia em especial Richard não conseguia tirar os olhos de Amanda, que por um breve momento notou isso.

Após o trabalho ele seguiu Amanda até a casa dela (usando seu teletransporte). Ele já estava com a máscara e as lentes.

Amanda entrou em sua casa, mas nem percebeu que Richard havia entrado também, afinal, ele não usou a porta, mas sua habilidade.

Enquanto ela foi tomar um banho, Richard ficou sentado no sofá esperando.

Um tempo depois...

Depois do banho Amanda foi até a sala, e lá viu Richard sentado no sofá, mas não o reconheceu.

— Quem é você!? — ela gritou assustada.

— Calma, Amanda. Vim te fazer uma visitinha... — disse Richard com sarcasmo, enquanto retirava sua máscara.

— Richard?! O que você está fazendo aqui? Sai logo da minha casa, ou vou chamar a polícia! — disse Amanda com raiva e medo.

— É POR CAUSA DISSO QUE ESTOU AQUI! — gritou Richard com raiva, se teletransportando para perto de Amanda.

— Mas... Como... — disse Amanda perplexa.

— Você nunca quer me ouvir! Nunca! E você sabe do que estou falando! — dizia Richard com raiva. — Por isso estou aqui, para me vingar pelo que você fez comigo naquele dia quando me expulsou da sua casa sem eu nem mesmo entrar!

— Mas... — disse Amanda ainda perplexa e assustada.

Quando Richard se teletransportou para perto dela, ela conseguiu ver a arma que estava na cintura de Richard, e isso deixou Amanda ainda mais assustada.

— Me... desculpa... eu... Perdão! Não me mata! Se você gosta de mim pode fazer o que quiser comigo, só não me mata, por favor! — disse Amanda muito assustada, olhando para a cintura de Richard.

Ele notou que ela olhava para sua cintura onde a pistola estava, então ele pegou a arma.

— Está com medo por causa disso? Na verdade eu trouxe só por precaução, não por sua causa, mas porque eu posso precisar caso algo venha a acontecer comigo... Mas de qualquer jeito eu pretendo sim fazer você sofrer pelo que fez comigo naquele dia! — disse Richard decidido. — Só não sei bem o que vou fazer... Eu pretendia te ouvir antes, mas agora percebo que, como sempre, você só tem palavras de ódio para falar comigo...

Amanda não pensou duas vezes, e assim que viu Richard pegar a arma e dizer aquelas coisas aparentemente despreocupado, ela tentou agarrar e pegar a arma da mão dele, que não a soltou. Ambos ficaram puxando a arma um do outro. Amanda estava muito desesperada. Até que sem querer Richard puxou o gatilho, atingindo Amanda, que caiu no chão.

— Sua idiota! Olha o que você fez eu fazer! Eu nem pretendia te matar! — dizia Richard preocupado. — Mas agora que aconteceu não tem como voltar atrás... Droga!

Assim que foi baleada, não muitos segundos depois, Amanda havia morrido. Richard percebeu isso e resolveu sair dali o mais rápido que pôde em direção à sua casa. 

No apartamento de Richard...

— Mas que droga! — gritou Richard consigo mesmo. — Eu queria aproveitar essa minha habilidade um pouco mais antes de algo assim acontecer, algo que pode levantar suspeitas contra mim...

Ele sabia que com a morte de Amanda uma investigação à procura do culpado iria iniciar, e esse culpado era ele. Richard não pretendia ser "bonzinho" usando o poder que havia adquirido, mas pretendia primeiro usá-lo pelo menos para coisas menos chamativas que um assassinato, como por exemplo roubar coisas de valor para conseguir dinheiro, ou simplesmente aproveitar a vida indo para onde quisesse.

— Preciso ficar calmo! — dizia Richard consigo mesmo. — Ela morreu sim, mas não tem como provarem que fui eu, afinal, eu não deixei vestígios na casa dela, como arrombar a porta ou algo assim. Mas mesmo assim... Ah! Que droga!

No dia seguinte...

Richard foi trabalhar normalmente para não levantar suspeitas.

Durante o trabalho o chefe deles veio anunciar o que tinha acontecido com Amanda. Mas para surpresa de Richard a polícia estava ali, querendo interrogar todos que trabalhavam com ela.

— Mas como já estão querendo interrogar os colegas de trabalho da Amanda? — pensou Richard. — Como chegaram tão rápido à essa conclusão? Algo está estranho...

Todos haviam sido levados para a delegacia para serem interrogados, inclusive Richard.

Enquanto esperava sua vez Richard notou conversando dois colegas seus que já haviam sido interrogados.

— Ela te perguntou sobre um tal "céu roxo"? — um colega perguntou para o outro.

— Sim, achei isso muito estranho. Mas deve ser gíria de policial ou algo assim... — o outro respondeu.

— "Céu roxo"? — pensou Richard. — Meu Deus, será que tem algo a ver com o poder que eu recebi? Se for isso significa que sabem que alguém, no caso eu, recebeu um poder sobrenatural, e por algum motivo estão atrás dessa pessoa...

No interrogatório...

Richard estava sentado em uma cadeira, e na outra estava uma mulher, cujo nome em seu crachá era "Sofia". Ela aparentava ter uns vinte e cinco anos de idade.

As perguntas começaram...

Sofia questionou Richard sobre sua convivência com Amanda, inclusive citando o acontecimento em que ele foi expulso da casa dela (algo contado por Carlos). Ele tentou desviar a ideia de que ele sentia raiva de Amanda por isso, dizendo que sentia raiva de Carlos por interferir dando um soco nele, e que Amanda "com certeza iria aceitar a declaração dele se Carlos não estivesse ali".

Bem, no inicio a interrogação foi normal, dentro do possível... Até que aquela mulher mencionou o "céu roxo".

Richard ficou intrigado, mas tentou manter a calma. Ele disse que não sabia sobre o que ela estava falando, e a mulher deu um sorriso de desprezo.

— Certo, senhor Richard. Mas o senhor mora bem perto de um local onde um incidente aconteceu, que chamamos de "céu roxo", ou "Purple Sky". Não acha uma coincidência? — questionou Sofia.

— Com certeza ela sabe de algo... — pensou Richard meio nervoso.

— Coincidências acontecem... — respondeu Richard calmamente. — Alguma outra pergunta?

— Não, isso é tudo. O senhor pode ir agora. — disse Sofia se levantando.

Richard se levantou e foi embora.

— Ele com certeza é um suspeito... — pensou Sofia.


Purple Sky, o IncidenteOnde histórias criam vida. Descubra agora