Finn atravessou a porta blindada da boate com um cansaço enorme, suspirando em alívio quando o vento dos ventiladores atingiram o seu rosto. O lugar estava vazio como todas as manhãs e tardes antes de ser aberto, sem as luzes neons e apenas a claridade do sol invadindo as janelas. Nem parecia a Imperium badalada que se tornava de noite.
Estava tão avoado com acontecimento recente monopolizando seus pensamentos que nem percebeu Ayla atrás do balcão, e levou um susto quando lhe chamou.
— Sua mochila parece pesada, conseguiu pagar os materiais novos?
— Ah, oi Ayla. – aproximou-se da mulher sentando no banco em frente ao mármore – Na verdade isso são... hm, materiais que a Millie me emprestou. Maaas eu consegui um trabalho com um cliente que o pagamento pode me ajudar a comprar os materiais até eu arranjar um estágio! – ele bateu as mãos agitadamente na superfície azul como um tambor, e depois deu um high five com a amiga. Obviamente distorceu a verdadeira história, mas não contaria para a garota que estava se envolvendo em coisa errada novamente.
— Que ótimo! Mas você não é o único que tem notícias boas. – Ayla tirou dois copos do escorredor, despejou uma bebida gelada e entregou para o garoto – Adivinha quem alugou a Imperium para uma festa particular sexta-feira?
— Não sou adivinho não, minha filha.
— Jaeden Fucking Martell.
— O que?! Aquele ator hiper famoso da série com o Chris Evans??
— Esse mesmo! – ela deu gritinhos eufóricos.
— Puta que pariu, Ayla! Isso vai gerar uma grana e tanto!
— Na verdade, já gerou. O cara fez questão de pagar adiantado o serviço. Mas fica tranquilo porque nós não vamos ter que tocar na festa, ele pegou o pacote só com DJ.
— Ainda bem, imagina tocar numa festa cheia de famosos? Meu cu ia trancar antes mesmo de subir no palco.
Os dois ficaram conversando mais um pouco sobre a tal festa e mais alguns assuntos aleatórios e bebendo, até que Ayla precisou sair para arrumar alguns preparativos especiais e repôr as bebidas do estoque, deixando Finn livre para ir ao seu quarto e descansar do dia mais que exaustivo.
Finn morava em um quarto de boate, mais especificadamente da Imperium, propriedade de sua amiga Ayla Tesler-mabe que ajudou-lhe desde quando pisou em Los Angeles sem apoio financeiro algum da família. Emprestou-lhe um quarto da suíte master para dormir até que seus estudos terminassem, em troca alguns serviços para o local como fotos promocionais para cartazes e publicações nas redes sociais, além de cantar e tocar junto com ela e mais dois amigos – Malcom Craig e Jack Anderson – quando os clientes pediam algo diferente de músicas eletrônicas.
O lugar não era um bordel e nem um motel, os poucos quartos eram alugados e os mais caros mal eram ocupados, então bastou apenas uma simples retirada de alguns móveis especiais para que ficasse com um visual mais casual para ele dormir, compensando a música vinda do andar debaixo que atrapalhava os seu sono todos os dias, e para estudar tinha que ir à uma lanchonete calma, ou permanecer a tarde toda na biblioteca da faculdade.
Ele era mais do que grato pela ajuda de Ayla, mas ela era uma melhor amiga, não uma fada madrinha ou um poço de dinheiro, e ainda havia os materiais da universidade a serem pagos. Então qualquer oportunidade de ganhar um dinheirinho, Finn acatava sem nem antes pensar, e por isso não exitou tanto ao aceitar a proposta do patife. Já fizera isso uma vez e o pagamento ajudou-lhe muito.
Porém Jack Dylan Grazer era alguém diferente, que precisaria de muita intimidade para deixar algum defeito transparecer, e mesmo assim, não seria ruim o bastante para acabar com sua imagem. Seria uma missão impossível para Finn Wolfhard. Ou quase impossível?
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𝐅𝐋𝐀𝐒𝐇𝐈𝐍𝐆 𝐋𝐈𝐆𝐇𝐓𝐒, 𝗳𝗮𝗰𝗸
Fiksi PenggemarPaparazzis e repórteres são sempre um pé no saco aos olhos de Jack Dylan Grazer. Estava cansado das mesmas luzes ofuscando seus olhos, até que um "flash" específico cegou-lhe. Digo isso tanto no sentindo denotativo, quanto no conotativo; Grazer fico...