Estangor

O buraco

Clara já estava longe da casa de Otavio, correu por todo o caminho, estava cansada e perdida, e com medo de descansar. Pensava em voltar para trás, para procurar pelo anel, e pela planta, mas tinha medo de Otavio não ter morrido, e fazer algo com ela. O fato dela ter matado alguém , não a abalava tanto, o que mais a abalava era que ela poderia acabar matando Eszy e ela mesmo por conta disso. Exausta decide-se deitar sobre o chão para descansar, Clara olhava para cima, e via as árvores, e as nuvens no céu, não demorou muito para que ela fechasse os olhos, e dormisse ali mesmo, depois de horas passadas, alguém surge e a acorda.

- Menina, você esta bem? - Diz a pessoa balançando a cabeça de Clara.

Clara confusa e ainda sonolenta, não abre os olhos, e pede para deixar ela em paz, logo, acaba abrindo-os, e se assusta em ver a mulher, e levanta rapidamente, se afastando dela.

- Quem é você? 

-Calma! Eu que gostaria de saber quem você é, nunca te vi por aqui, e parece estar perdida.

Clara de pouco a pouco, se afasta discretamente da mulher.

- Eu sou... Eu sou... A princesa de Estangor, e se fosse você, se afastaria de mim.

Não tem por quê ter medo de mim, quero te ajudar. O que a princesa de Estangor faz perdida aqui?

- Já dei informações de mais, estou indo embora para o castelo. - E Clara segue andando sem olhar para trás.

- O castelo fica do outro lado. - A mulher diz.

Clara se vira e fica encarando a mulher, sem falar nada, a mulher também a encara, e percebe que estava acontecendo alguma coisa.

- Você está perdida né? Venha comigo, já vai escurecer, vamos passar a noite em minha casa, e logo de manhã te levo a Estangor.

- Certo, como se chama?

- Jamila, e você?

- Clara.

-É um prazer Clara, venha e me acompanhe.

Sem opções, Clara acompanha Jamila para sua casa, Eszy acabara de acordar e sair da casa, as duas seguem o caminho conversando, Clara não dá detalhes sobre ter fugido do castelo, e ser sequestrada, ela alega ter saido para passear, e se perdeu. Jamila conta alguns detalhes de sua vida, que morava sozinha, era camponesa, e que tinha um amigo ferido em sua casa. As duas não entram muito em detalhes,  sobre a vida de cada. Quando chegam na casa de Jamila, avistam a porta aberta, ela se assusta, e corre para ver.

- Alguém deixou a porta aberta!

Clara confusa, corre junto com ela, elas entram, e vê que a casa estava em perfeitas condições.

- Onde está seu amigo?

- Boa pergunta, eu acho que ele fugiu.

Clara fica assustada, e começa a pensar em motivos do amigo dela ter fugido.

- Por quê ele fugiu? - Ela pergunta com certo receio.

- Eu não sei, ele estava bem ferido, nem andar direito estava conseguindo. Não conversamos muito, eu o encontrei ferido na floresta, e o ajudei.

Mesmo suspeita que estava acontecendo alguma coisa, Clara permaneceu na casa, Jamila oferece pão e chá para ela, que não recusou, estava com com medo, mas estava também, com muita fome.

- Está gostoso? - Pergunta Jamila.

- Sim, está ótimo, obrigado! - Clara agradece.

Jamila recolhe a mesa, e Clara a observa, ela guarda o pão, e lava a caneca de chá.