4 - The storm begins

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ATENÇÃO: este capítulo possui conteúdo sexual explícito

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ATENÇÃO: este capítulo possui conteúdo sexual explícito.

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LUST RABBIT

"Dizem por aí que as garotas fazem tudo melhor", era o que uma modelo muito próxima a mim costumava dizer.

Na verdade, a nossa concepção de próximas era totalmente contrária à comum, afinal de contas, ela sempre me achou uma megera. E eu não a julgo por isso, sei muito bem dos meus métodos de tratamento para com as outras pessoas. Era raro alguém arrancar mais do que duas palavras de mim, quem dirá uma atitude amigável. O ponto é: aquela maldita primadonna girl estava certa, mesmo que eu não admitisse nem à base de tortura.

Dizem que existem apenas dois caminhos para se dar bem no mundo das apostas: ou você é um perfeito estrategista, ou um trapaceiro profissional. E, por ser completamente versátil em quase todos os aspectos da minha vida, posso dizer a você, caríssimo leitor, que ambos os caminhos são benéficos, basta saber o momento certo para seguir cada um deles.

Com Kang Seulgi, trapacear nunca poderia estar nos planos. Ela era a personificação da ira e da honestidade, características tão distintas sintetizadas em uma mulher que tinha o poder e a liberdade de fazer o que quisesse comigo. Mesmo achando a ideia de ser punida por ela deliciosamente excitante, eu a conhecia com a palma da mão, e sabia que toda aquela raiva oculta seria descarregada em mim. A consequência disso seria arrependimento e rejeição por parte dela.

Chega a ser irônico, não acham? É como se existissem duas versões dela: uma violenta e revoltada, que só chegava ao ápice quando deixava seus instintos serem libertados por completo; e uma sentimental e delicada, que surgia em seguida, arrependida por seus atos, com voz suave e olhar melancólico. Sendo sincera, eu gostava mais da primeira, me dava mais tesão.

Antes que você pergunte: não, eu não tenho tendências masoquistas. Pelo menos acho que não.

Ou será que sim?

— Já que você me fez gozar direitinho, vou te dar o poder da escolha hoje — ela sussurrou. — O que posso fazer por você, senhorita Bae?

Eu gostava do jeito que estávamos naquele momento, o corpo dela sobre o meu, impedindo qualquer movimento. Suas mãos seguravam meus pulsos com tanta força que eu tinha certeza que ficariam marcados. Mas não me importava, com ela eu me transformava em uma tela em branco, dando-lhe o aval para colocar sua arte em prática e sempre ficando ansiosa para ver a arte final.

— Que honra, senhorita Kang — respondi num tom tão baixo quanto o dela. Os pares de olhos fixos uns nos outros. — Sabe, eu tenho algo em mente, mas não sei se seria possível...

— É mesmo? O que é?

Um dos maiores requisitos para ser um bom jogador de pôquer é saber blefar, convencer o seu jogador de que sua mão não é forte, dar a ele a falsa sensação de que está no controle. No fim das contas, quem estava no controle de toda aquela situação era eu, e Seulgi sabia disso. Ela tinha perfeita consciência que todas as suas reações eram resultados de jogadas minhas.

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