3 - Greek gift

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WRATH BEAR

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WRATH BEAR

Se a Lei de Murphy existe, ela certamente existe para me fazer tomar no cu. E sim, eu estou falando sério.

Tudo bem que eu nunca fui um poço de calma e paciência, mas aquele dia estava me tirando do sério em todos os sentidos existentes para essa expressão. Quer dizer, como você reagiria ao descobrir que sua fortuna de um bilhão de dólares - que foi conquistada com muito sangue, suor, e lágrimas, só para constar - tinha desaparecido do nada, que nem a vontade de estudar dos alunos de EAD? Não ficaria feliz e sorridente, certo?

Pois bem, eu também não.

Muito pelo contrário, eu estava possessa.

Era a primeira vez em muito tempo que eu queria encher aquela carinha linda da Wendy de socos, essa sensação normalmente só acontece com a pirralha da Yeri, tipo, todo santo dia. Como diabos uma mulher fodona, gostosa, dona da porra toda, mais rica que J.K. Rolling (sim, eu sei que ela foi "cancelada" ou algo assim, fiquei sabendo por meio do demônio com quem divido o apartamento), deixaria uma coisa dessas acontecer? Só pode ser o fim dos tempos. Ainda não consigo acreditar.

Mas a cereja do bolo com certeza foi descobrir quem estava embarcada nesse Titanic de problemas junto comigo e aquele mini projeto de executiva que eu chamo de sócia: ninguém mais, ninguém menos que Bae Irene. Puta merda, universo, será que você não podia ter tido um pouquinho mais de pena da minha pobre pessoa?

Só o fato de ver aquela mulher já me deixou desestruturada. Os cabelos escuros caindo como cascatas sobre a pele tão branca que fazia meus lábios formigarem para marcá-la, o macacão azul-marinho marcando seu corpo estrutural, sua expressão serena e ainda assim firme, tudo era motivo para me deixar mais e mais atraída. Como uma pessoa pode ser bonita, inteligente, gostosa e calma, tudo isso ao mesmo tempo? Deus tem seus favoritos e posso provar isso: enquanto eu e Wendy estávamos prestes a derrubar aquele prédio, surtando pela nossa fortuna ter desaparecido, ela olhava para o nada como se aquilo fosse a coisa mais interessante do mundo. Se eu não a conhecesse tão bem, diria que aquele tipo de atitude era humanamente impossível.

Seguindo essa linha de raciocínio, caro leitor, eu poderia ficar horas e horas aqui contando os efeitos que aquela deusa grega causa em mim, que vão desde ódio profundo até um tesão descontrolável, tudo junto e misturado, mas infelizmente não tenho tempo para isso. Preciso focar toda a minha atenção em manter a calma para não surtar de vez e jogar esse carro num precipício, porque a julgar pela amostra grátis do inferno que está do meu lado e que não cala a boca, a morte não é mais uma preocupação, e sim um desejo tentador.

— Você pelo menos pode prestar atenção no que eu estou dizendo? Tipo, dirigir e ouvir ao mesmo tempo não é tão difícil.

— Eu preciso prestar atenção no trânsito.

— Me poupe, até eu dirijo melhor que você, sua barbeira — pelo canto do olho, vi que pela primeira vez naquele dia ela olhava diretamente para mim, e não para a maldita tela do celular. — Enfim, eu quero que saiba que assim que chegarmos em casa, vou entrar no sistema da Wendy e mexer nas finanças do hotel.

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