HEATHER - ONE SHOT POSIE -

3 de dezembro, 2019

Why would you ever kiss me?
I'm not even half, as pretty
You gave her your sweater
It's just polyester, but you like her better
Wish I were Heather

Quando acordei, enrolada em lençóis e sem vontade de levantar, a primeira coisa que me veio em mente foi: Penélope Park. Perguntei-me se era um erro? Conclui que não, mas acho que foi uma pegadinha que meu cérebro pregou, ele faz muito isso, eu não o culpo, talvez ele seja cúmplice do meu coração, e está tudo bem.

Eu me arrastei pelo quarto, Lizzie já havia saído, faz um tempo que ela está distante, creio que tem algo com Hope Mikaelson, uma das bruxas mais velhas, a ruiva vem a buscar todos os dias de manhã e elas sempre conversam no meio da noite, bom, imagino que seja com ela que Lizzie converse, que troque risadas baixas enquanto acha que eu durmo.

Fico feliz que alguém finalmente de a atenção necessária, Liz gosta de ser o centro das atenções. Eu ainda não me decidi quanto a isso, é um pouco confuso, gosto de pensar que sou um meio termo, tem dias que queria ser tão chamativa quanto o sol, mas tem dias, chuvosos e nublados, nesses dias gosto de ser plutão.

Joguei uma água gelada no rosto e encarei o reflexo no espelho, quis sorrir, mas não sorri. Coloquei pasta na minha escova e penteie meus cabelos como costumo pentear porque aquele dia não tinha nada de especial, ou tinha? Poderia escolher aquele simples dia para contar para Penélope Park que a amo, mas não.

A amo?

Amar é uma palavra pesada, me questionei se amava, provavelmente, sim, sem nem a ter beijado ainda, quão patético era aquilo? Quão errado e bobo poderia ser? Resolvi não responder essas perguntas pois suas respostas me machucariam demais e eu não precisava de mais isso na minha vida, meu coração já sofria por si só.

Arrastei-me até a cômoda e de lá tirei um conjunto simples, saia azul marinho com pregas, uma camisa branca de botões e um cardigã da mesma cor da saia, os vesti sem pressa, por descuido meu, nem vi que horas eram, mas tudo bem, não estava atrasada nem nada do tipo, alcancei meus livros e sai de lá.

Corri até a porta da sala porque o Sr. Williams não gosta de atrasos, todos sabemos, coloquei meus livros sobre a carteira, a minha de costume, 4ª na última fileira à direita, eu costumava sentar na primeira, mas em determinado dia Penélope agarrou minha mão e me levou até aquela e eu aceitei, aliás, nunca mais sai de lá.

Encarei a cadeira vazia ao meu lado, imaginei que Park estivesse dormindo, ela tinha essa mania mesmo, meu pai já não sabia a quantidade de vezes que conversou com ela sobre isso, mas ela nunca mudava, até eu tentei, ela me deu um daqueles sorrisos(aquele dela) entortou a cabeça levemente e disse "Você me conhece, Jojo, eu sou assim" e caiu na risada.

Penélope tinha uma das risadas mais bonitas que eu já escutei em minha vida, mas acho um pouco injusto a minha opinião, não é válida e não acredito que um dia vá ser, Lizzie sempre disse isso pelo menos. Sr. Williams começou a falar, mas minha mente estava muito avoada para prestar atenção naquelas palavras.

Lembro-me quando a vi pela primeira vez, nós tínhamos 11 anos, Penélope tinha acabado de entrar e não estava ansiosa para começar o ano em uma escola nova, eu e Lizzie começamos a andar com ela porque ninguém mais queria, então, em um dia chuvoso, Lizzie escorregou e nós demos altas gargalhadas, tão altas que fizeram Lizzie odiá-la para sempre.