Capítulo 2

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Mores, o desafio continua, viu? Bora chamar as amigas para votarem no prólogo e no capítulo 1 (500 estrelinhas)♥ Beijuuuus

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Manuele

— Que porra você pensou quando trouxe essa garota para cá, Manuele? — Mariano cuspiu assim que entrou em meu escritório.

Acendi a ponta de um cigarro, precisando desesperadamente dele para essa conversa.

— Eu não podia simplesmente deixá-la naquele carro para morrer.

— Mas era exatamente isso que você deveria ter feito — apontou ele, servindo-se com uísque e se recostando na ponta da mesa. — Não sabemos quem ela é e nem que tipo de ligação tinha com o maldito do Theodore.

— Eu pensei que você fosse o cérebro da família Ricci. O mais inteligente, capaz de invadir qualquer computador em menos de um minuto — argumentei, deixando a fumaça se espalhar diante do meu rosto. — Descobrir a identidade da garota será fichinha pra você.

Mariano bebericou seu conhaque.

— Rossi não irá gostar nada, você sabe — deixou claro o óbvio. — A ordem era trazer o Theodore vivo, e o que você trouxe foi uma garota desconhecida e ferida.

Meu irmão ainda não sabia que quem tinha matado o Theodore havia sido ela. E eu ordenei ao Enzo para ficar de boca fechada.

— Afinal de contas, como ela está?

— Sendo operada pelo doutor — respondi.

— Isso é uma merda, Manuele — resmungou ele. Bati as cinzas no chão, voltando a tragar o cigarro mais uma vez. — Rossi não terá nenhum homem dos shadows para interrogar e isso não o deixará contente.

— Que porra! Eu sei disso, caralho! — vociferei, me levantando do sofá, nervoso com a situação. — Mas temos a garota, não temos? — exasperei, gesticulando. Dei a última tragada no cigarro e joguei a bituca longe.

— E em que isso nos ajuda?

— Me responda você, já que é a porra de um rastreador — devolvi, irritado.

Os shadows eram uma maldita organização que, há um longo tempo não passavam de escória, porém surpreendentemente começaram a renascer das cinzas. O passado, que jamais seria esquecido, estava ameaçando transbordar e nem eu ou meus irmãos estávamos preparados para reacender velhas feridas. Precisávamos agir. Precisávamos cortar o mau pela raiz.

— Preciso de um tempo e de algumas ligações — alertou ele, pegando o computador e verificando os documentos da garota, já que peguei a bolsa dela. — É melhor atender o Rossi, ou ele vai fazê-lo engolir as próprias bolas.

Dei uma risadinha.

Peguei meu celular e atendi a ligação do capo.

Você quis fazer uma brincadeira ao enviar o maldito cadáver do Theodore para mim, ou simplesmente perdeu a noção do perigo Manuele? — O tom soou perigosamente baixo e controlado, mas o conhecia, meu irmão mais velho estava soltando fogos pelas narinas.

— Aconteceram alguns imprevistos.

É só isso que tem para me dizer? — sibilou. — Os malditos shadows estão atacando nossos territórios e nós estávamos com um informante deles em mãos, mas você o matou, e é apenas isso que tem para me dizer? — Respirei fundo, consternado pela situação. — Quero você e o Mariano na Fortaleza amanhã cedo — determinou. — E é bom que encontre uma desculpa melhor do que essa que acabou de me dar.

Desligou.

Na mesma hora joguei o telefone contra a parede.

— Eu disse que ele estava puto — comentou Mariano, parecendo divertido.

Rolei os olhos e apontei o dedo do meio para ele, enquanto caminhava pelo escritório. Fui até a garrafa de uísque para me servir, mas parei assim que escutei o praguejar do meu gêmeo.

— O quê? — Franzi a testa.

— Família Bianchi — disse, jogando-se para trás, na cadeira de couro. — Possuem uma pequena porção da Rússia e também da Espanha. Puta que pariu! Como deixei essa informação passar batido? — Ele parecia espantado. — Certamente o filho da puta pagou alguém para encobrir suas origens, porra!

Fiquei prestando atenção no que ele dizia enquanto me servia da bebida.

— O que foi? O que descobriu, afinal?

— O capo, Giuseppe Bianchi tem um casal de filhos — Mariano continuou. — Nero Bianchi e Beatrice Bianchi — explicou. — O homem que conhecemos como Theodore é na verdade o herdeiro da máfia Unità, Nero Bianchi.

Meus olhos se arregalaram.

— Puta merda! — Não conseguia acreditar. — Então o maldito nos enganou desde o início. — Não foi uma pergunta.

— Agora nos resta saber o que de fato aconteceu dentro daquele carro — disse ele, tão espantado quanto eu. — Já sabemos que nosso alvo, possivelmente não fazia parte dos shadows.

Mordi o maxilar, pensativo e tentando entender a cena que presenciei horas atrás. Na verdade, tentando entender o que me levou a trazer essa garota para minha casa.

Uma batida soou na porta, fazendo-me interromper meus pensamentos dispersos.

— Entre — falei.

Era o médico.

— Está feito — avisou. — O golpe não afetou nenhum órgão vital, então a recuperação da garota será rápida se não relaxar com os cuidados.

— Alguma recomendação? — perguntei, drenando o restante da bebida do meu copo.

— Aqui. — Entregou-me um papel com diversas anotações, desde remédios e cuidados pós-cirurgia. — Qualquer coisa, eu estarei à disposição, senhor.

Assenti.

— Obrigado — murmurei. — Pode ir agora. Seu pagamento chegará em sua conta dentro de poucos instantes — garanti ao homem calvo, que trabalhava para nós há um bom tempo.

O médico sorriu, sacudindo a cabeça. Em seguida, se virou e deixou a sala.

Coloquei o copo em cima da mesa e me preparei para sair também.

— Aonde vai? — questionou Mariano.

— Ver como a minha hóspede está.
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