07. questões mal resolvidas.

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[07] capítulo sete – questões mal resolvidas.

“Eu posso estar fazendo drama, e talvez você pense que estou sob efeito de alguma droga. Mas essa é a verdade: eu estou sob efeito do que você causou.”

Misaki

— Que-que porra, Misaki... – Saruhiko se afasta brutalmente, quebrando aquele clima bonito no ar. — Você parece tão gay assim. – ele tenta esconder a timidez com sarcasmo enquanto cruza os braços (estes que por sua vez tremiam igual a uma vara verde).

Então, assim que percebo a falta de coragem presente ao acastanhado em minha frente olho para trás e encaro os dois reis presentes ali. Tomo vergonha na cara e me viro completamente, caminhando em direção aos últimos citados.

Lentamente me aproximo de Anna e me agacho para ficar em sua altura. Assim que minha testa fica rente a da menina, eu finalmente começo a falar:

— Anna, tudo o’que disse até agora... É tudo verdade mesmo? – pergunto com um tom mais baixo do que o normal.

— Sim, Misaki, tudo. Do início ao fim, é a mais pura verdade. – ela diz encarando meus olhos, parecia enxergar minha alma.

Eu suspiro levemente, soltando uma lufada de ar e ajeitando algumas mechas de meu cabelo.

— Então eu realmente não posso recusar. Na real eu já tinha aceitado encarar isso faz tempo, agora só depende de uma pessoa. – respiro fundo e fecho meus olhos, massageando as têmporas (já que sentia uma dor do caralho por ter que pensar tanto).

Me levanto dali e corro o olhar até Fushimi. 

— N-não olhe para mim! – ele descruza os braços rapidamente e coloca as mãos na cintura. — Vocês sabem o’que penso... Isso... Isso não pode ser real.

E como sempre acontece; antes mesmo que eu abra minha boca para falar algo contra isso, sou interrompido.

— É sério? Já se foi explicado isso várias vezes, já contaram até a história! Se não for real então somos loucos. – e lá estava ele, o homem a qual eu servi a alguns tempos atrás. Mikoto, o antigo rei.

Com a aparição repentina do ser de cabelos vermelho fogo, muita coisa aconteceu. Anna parecia perplexa de novo, Reisi parecia mais arisco e também tinha Saruhiko, este que não tinha expressão alguma.

Ele estava triste? Feliz? Com raiva? Não tem como saber.

— Vamos, me responda. Acha que somos loucos?

— Ahn... Eu não sei (?).

Talvez Mikoto bateria em sua testa agora, mas ele está parcialmente morto o que o impedi de realizar tal ato.

— Escuta, eu sei que tudo isso é confuso no começo. Até porquê eu fui um rei, talvez não o melhor, talvez não o mais sábio... Mas eu fui um bom rei. – ele se aproxima em passos curtos. — Eu só estou tentando dizer que essa decisão não depende de mim, dos outros reis, ou até mesmo de Misaki! Tudo isso depende de você se sentir bem carregando o fardo de proteger um clã ou não.

Ele fala calmamente enquanto ainda se aproximava. Ele usava um tom doce, mas ao mesmo tempo confiante.

— Esse é problema! Eu sou péssimo com decisões, ou algo que venha disso! – ele grita, tudo indicava que ele estava em seu limite.

Ótimo. Já não bastava um Saruhiko confuso, agora temos um Saruhiko puto.

Antes de qualquer e explicação ou algo do tipo, Fushimi cai sobre seus joelhos. Apoia as mãos no chão. Não percebi de imediato o que estava acontecendo, só percebo quando olho em suas costas.

A sombra de uma silhueta masculina toma lugar da claridade que se fazia presente ali. E logo após ela; várias outras começaram a aparecer também.

Olho para onde deveria estar Mikoto mas ele já tinha sumido.

— ‘Tá, mas vocês sabem que existem um negócio chamado "bater na porta", certo? – debocho assim que meu olhar recai sobre os intrusos ali.

Não foi uma ideia tão boa, principalmente porquê o garotinho de cabelos brancos – aquele cujo Fushimi tinha dado a maior surra (e eu também, vale ressaltar) – estava ainda mais puto do que a última vez. E assim que escutou o meu tom debochado, rosnou e lançou um bastão de energia bem na minha 'fuça.

— Se você não consegue nem enfrentar um garoto de... Dez anos? Como você quer ser rei? – Reisi fala sarcástico, enquanto empunhava sua espada.

E sem que o mesmo perceba; o garoto acaba lhe passando uma rasteira. Como resultado, o rei azul acaba caindo no chão.

Bem feito, quem mandou cuidar da vida dos outros! Me segurei para não soltar uma dessa para ele. Um dia talvez, um dia...

Sem perder tempo estralo meus pulsos e corro em direção ao garoto e a quem quer que seja que o acompanhava. Tomo impulso sufiente para saltar sobre as cabeças dos desgraçados e caio bem atrás deles.

Como eu não estava com meu bastão em mãos a solução foi ir com os punhos... Pensei rápido e acertei em cheio a nuca do menino. 

Assim que ele cai no chão, o seu acompanhante parece ficar puto e vem para cima de mim.

— ‘Tá querendo apanhar também, é meu filho? – solto uma risada debochada.

Sem que eu possar prever seus movimentos; ele é ágil em acertar em cheio meu queixo.

Me seguro para não cair e tenho cuidado em me apoiar. Uso o auxílio das minha pernas e ajeito minha postura.

Quando eu finalmente começo a entender a estratégia dele – que consistia em atacar pontos de equilíbrio – consigo desviar de um de seus golpes, que passa de raspão por minha bochecha.

Quando eu estava pronto para acertar a cara do idiota algo me impede. E olha que ótimo, vocês conseguem adivinhar em fez o lindo favor?

A pessoa que estava caída a tempos atrás, nosso querido filho da puta.

— Eu sei me virar, Fushimi! – digo quando vejo o homem cair no chão por um golpe desferido em cheio no seu crânio.

— Denada, Misaki. – ele sorri irônico e caminha em direção a outros iguais a aquele cara.

Solto uma risadinha sem graça e me escoro na parede. Porém rapidamente volto a minha posição normal.

Agacho um pouco meus joelhos e salto novamente, mas agora em direção a Fushimi – que não estava tão longe de mim – e uso seus ombros como auxílio. Pouso perfeitamente a frente dele.

Com o impacto ele acaba caindo confuso.

— Eu não vou te agradecer, Saruhiko. – inclino minha cabeça olhando para a cara de Fushimi. Coloco minha mão na cintura e sorrio convencido.

Aproveito a adrenalina e vou para a cima de alguns caras que estavam perto dali. Consigo derrubar alguns deles, mas os outros conseguiram correr.

Fracotes do caramba!

esse cap foi relativamente cansativo de fazer, como pode perceber eu não fiz muita questão de ter alguma ideia original.

─ the new king ⊹ sarumi ꒱Onde histórias criam vida. Descubra agora