08. bons dias não chegarão.

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[08] capítulo oito – bons dias não chegarão.

”A esperança já se foi, mas eu continuo lutando por você. Eu sempre fui seu, e eu sempre serei. Porquê eu te amo, e não há maneiras de negar.”

Misaki

Horas depois!

Encaminhamos os que conseguimos pegar diretamente para a polícia. Era um caso pequeno e sem muita importância, partindo do princípio que eles apenas invadiram nosso bar e tentaram – não conseguiram – nos machucar.

Saruhiko aparentava estar melhor e mais calmo, porém eu não acredito nele... Seu olhar denunciava o tamanho da ansiedade presente em seu corpo. Como havíamos passado por uma invasão; os resquícios da adrenalina amenizavam um pouco esse sentimento.

Todos pareciam bem.

Todos, exceto eu.

Não que eu não esteja bem com minha saúde, ou que eu não me sinta bem mentalmente... A verdade é que eu estou confuso. Bem confuso.

— Não se preocupe. – minha cabeça estava a um milhão, pensando nas piores coisas que poderiam me acontecer ou algo do tipo, até que alguém me chama.

Olho para o ser que se encontrava colado em minha perna e percebo que era Anna.

— Hm? – indago confuso.

— Não se preocupe com isso, Misaki, isso não importa agora. – ela sorri doce e logo se desencosta de mim. Reisi havia chamado a garota, que prontamente correu para ver o’que o rei azul queria.

Me deixando sozinho de novo, com todos esses pensamentos confusos

— Eles sabem onde estamos, este bar não é seguro. – falou Munakata, enquanto mexia o açúcar presente em seu café. — Eu proponho mudarmos o lugar de nossas reuniões.

— Começou... – arrasto a voz, mostrando meu desinteresse. — Não podemos nos reunir na escola pois é um ponto que todos conhecem e agora não podemos nos reunir no bar porquê agora eles sabem onde fica? Puta merda, depois não podemos nem ir no banheiro pois é “perca de tempo”!

— Não é uma má ideia. – o rei azul debocha com um tom ácido, prendendo o riso.

Respiro profundamente antes de cometer qualquer ato de ódio por causa desse maldito. Decido apenas deixar a sala, como sempre ando fazendo esses tempos. Ultimamente tudo tem me enjoado muito, me deixando cansado ou deprimido... Eu tento não ligar, mas isso sempre vem a tona.

— O’que você tem?

Assim que saio do local em que estávamos, sou surpreendido por Saruhiko. No momento, o moreno tinha uma expressão indiferente (como sempre) estampada em sua face.

— Você se importa comigo agora? – solto um risinho sem graça.

— Ah-ahn...

Fushimi seria fofo agora se não fosse um tremendo idiota.

— Eu sei que não, não precisa fingir. – dou de ombros e continuo minha caminhada.

Mas quando eu estava prestes a sair, de repente algo agarra meu pulso:

— Espera! – tenho certeza de estava agindo pela impulsividade, parecia ansioso e sua respiração estava descontrolada.

— O’que foi? – solto uma lufada de ar, estava cansado e com dor de cabeça.

— Precisamos conversar. – e o Saruhiko resmungão estava de volta.

— Sobre o’que devemos conversar? – mordo os lábios tentando conter o bombardeio de perguntas sem sentido.

— Não se faça de desentendido... – ele usa seu tom de sempre, indiferente e arisco.

— Wow... É sobre... Aquilo. – logo me cai a ficha, inclino minha cabeça para cima e fecho meus olhos. Reflito mentalmente se isso seria necessário mesmo, eu não estava mentalmente preparado para falar disso sendo uma coisa normal.

— Eu também não queria ter essa conversa... E... – ele cerra os punhos e encara o nada. Parecia estar confuso por dentro. — Está certo, não deveríamos estar aqui. – ele desiste e se levanta da cadeira onde estava e vai em direção a porta.

— Não.

No momento em que falo isso, não sei bem como... Ou porquê, eu apenas vejo aquela mesma aura roxa novamente. O tempo parece parar e quando percebo o lugar em que estávamos não era mais o mesmo.

Alguns fleches de coisa que eu sequer vivi começam a parecer em minha cabeça. Mikoto apareceria em quase todas, checo meus pulsos e vejo que eles eram enfeitados por um pano roxo. Chego a conclusão de que aquele não era eu, e sim, Saruhiko. A pergunta que não quer calar é; “como eu via memórias que não me pertenciam?”.

Saruhiko (que agora... Sou eu?) parecia aflito com alguma coisa, ele conversava com Mikoto calmamente até algo o irritar e ele acabar ficando puto. Completamente indignado, Mikoto fala alguma coisa (esta qual eu não consigo ouvir) e some logo após.

Depois disso, eu pareço acordar do transe, e assim que “acordo” vejo Fushimi desacordado no chão. Corro ate ele para checar se ele estava bem e me alivio ao sentir seus batimentos cardíacos, eles pareciam normais.

Levanto Saruhiko, e apoio seu braço em volta de meus ombros, e o dou apoio ate chegar num hospital mais próximo. Não sei o'que ele tinha, mas me preocupava. Não incomodaria os outros reis por assuntos fúteis como esse, mesmo sabendo que eles também se procupavam.

Nem percebo as horas passarem, e quando noto Fushimi já havia acordado. Ele so precisou tomar uma pequena dose de soro e descansar um pouco... Me sinto um pouco mais leve, pois assim que o moreno abre os olhos eu chamo a enfermeira responsável por ele e logo, Saruhiko pode sair de lá.

Ele ainda parecia cansado então apenas o deixo com Reisi – logo após ter pedido desculpas a contragosto, já que eu não me arrependia de nenhuma de minhas ações – e volto ao bar. A reunião já havia acabado a alguns tempos então eu não precisava me preocupar com isso...

Decido aproveitar esse tempo para pensar em tudo e refletir se isso realmente vale a pena.

Eu estava sozinho e as perguntas não paravam de surgir em minha mente.

Eu estou disposto a abandonar tudo para me juntar a um clã que sequer existe ainda?

Eu realmente quero isso?

Eu... porquê tudo me envolve?!

— Achei você! – quando menos percebo, um golpe é desferido em minha nuca.

Ele me desestabiliza e me faz cair no chão.

Se esse desgraçado pensa que eu vou me render assim, ele está muito errado!

— Qual é? Você realmente pensa que vai me deter? – percebo que era um Strain, acho que sua habilidade era ler mentes ou algo do tipo... Mas não me interesso por isso.

— Não penso. – me levanto num piscar de olhos. — Eu vou! – e lá estava a aura roxa, ela estava cintilante e eu conseguia sentir sua energia ainda mais forte.

Concentro essa energia em meu braço, e dou um soco em cheio em sua costela. O’que parece não resultar em nada... Já que ele se manteve firme em pé, e apenas deu uma risada estérica.

— Não, não vai. – e foi tudo o’que eu ouvi antes de apagar.

quem amo? 😳

─ the new king ⊹ sarumi ꒱Onde histórias criam vida. Descubra agora