10. não sou eu, somos nós.

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[10] capítulo dez – não sou eu, somos nós.

“Eu acho que te julguei mal... Mas todos sabemos que nunca diria isso em voz alta. Eu já tinha perdido as esperanças, mas acredito em segundas chances então você está perdoado. Na verdade... Você sempre esteve, Saru.”

Misaki

Q

uando acordei, eu pude sentir uma dor horrenda tanto nas costas quanto na barriga. Era uma dor insuportável, era como se algo dentro de mim estivesse queimando.

Deus que dor do inferno.

E essa nem era a pior parte...

Eu estava num tipo de... Jaula? Era como uma prisão, tinha grades resistentes o'que me impossibilitavam de quebra-las.

Virei um animal agora, foi?

— Você acordou? Achei que tivesse morrido. – era uma voz que eu nunca tinha ouvido. Ela era rouca e arrastada, a pessoa que falava provavelmente não dormia a dias.

Me viro e observo um garoto – acho que tinha quase minha idade, ou algo assim – ruivo. Seus cabelos estavam mal cuidados, porém eles ainda mantiam um brilho inigualável.

— Q-quem é você? – pergunto confunso.

Ele sorri doce e se aproxima. O ruivo vestia um moletom inteiramente preto junto a uma calça preta também.

Suas orbes eram verdes, o'que indicava que o garoto era um estrangeiro.

— Me chamo Kani, prazer. – ele para na minha frente e sorri de novo. — Parece que tivemos o mesmo destino... – e mesmo com um tom mais melancólico, o (agora) Kani ainda carregava seu sorriso.

— ...Sim. – respiro fundo, tentando retribuir o sorriso.

Olho ao redor e percebo que Kani não era o único ali. Próximo a nós, vejo uma garota ruiva, muito parecida com o garoto a minha frente.

— Sua irmã? – indago curioso.

— Não. Minha prima. – ele começa a brincar com os próprios dedos, tirando um pouco o foco de mim.

— Hm... Entendi. – e me calo também.

Me afasto e vou para um dos cantos da "jaula". Sento, encolhendo os joelhos e refleti do um pouco.

Como eu poderia sair daqui?

— Qual era seu poder? – era Kani, perguntando enquanto ainda brincava com os dedos.

— Hm..?

— Digo... O'que você fazia? Tinha um rei? – e então larga os dedos e começa a me olhar fixamente.

— Oh... Sim. Eu era da HOMRA. – silêncio. — Ah- na verdade, eu sou da HOMRA.

— Não é não. – o ruivo falou, com um tom engraçado, como se eu tivesse contado uma piada.

— Ahn? Como assim?

— Sua aura... Ela não brilha em vermelho como o pessoal da HOMRA. – Kani afirma e depois volta a brincar com os dedos como estava sempre fazendo.

O meu vermelho... Se apagou?

Já passavam-se horas desde que eu havia acordado. E até agora nada...

Ou era o'que eu pensava.

Quando menos percebi, a parede foi arrebentada com tudo. Era Saruhiko, e ele estava puto, um pouco mais do que o habitual.

Com agilidade, Fushimi tomou impulso e correu em minha direção. Com o auxílio de sua mão, o acastanhado abriu a grade com rapidez e me puxou de lá.

— Vamos antes que aquele assasino de merda de por sua falta. – ele falou me puxando.

— Não! – na hora que falo isso, bum! Mais um barulho de explosão. — Não podemos sair daqui sem Kani e sua prima, eles estão aqui a tanto tempo... O garoto foi tão gentil e-

Bum!

E mais outra explosão. A diferença é que agora o barulho vinha de trás de mim.

— Achei vocês!

O homem estava vindo a um milhão para cima da gente, Kani (que para mim já estava no seu décimo sono) pula da pequena jaula e se põem em nossa frente.

Ele fecha os olhos e quando os abre novamente; eles já não eram mais verdes cono dá última vez. Agora eles sequer tinham cores... Estavam brancos, junto a pupila. A única coisa que se destacava eram as veias ali presentes.

Saruhiko arranha a garganta e me larga. Ficando lado a lado com Kani.

Eles acham que vão fazer o'que? Esses putos estão pedindo para morrer!

Não perco tempo e salto sobre eles. Porém, como estava cansado e machucado, acabo caindo de mal jeito – sinto minha canela tremer e isso provavelmente ira se tornar uma luxação num futuro próximo.

Me apoio em Saruhiko e consigo me recompor.

— Vem para cima, seu merda! – grito com raiva, perdendo o controle de minhas ações.

E é isso que ele faz. Ele corre como um guepardo em nossa direção, porém é empedido logo em seguida.

Correntes surgem do chão e o prendem, impossibilitando-o de se mover.

Porém o homem é habilodoso, e mesmo com os punhos amarrados ele consegue pegar a faca presa em sua coxa (provavelmente havia sido Fushimi que cravou a mesma ali, era típico dele), empunhou-a rapidamente e a lançou em minha direção.

Estava tudo se apagando...

De novo não, caralho!

Tento lutar com a minha própria consciência, eu não iria morrer agora. Eu me recuso!

Fecho os olhos com força, e talvez eu tenha usado força até de mais. Porquê assim que abri meus olhos novamente comecei a sentir minha visão embaçar.

E de novo aquele sentimento de angústia.

Quando foi que as coisas começaram a ficar tão lentas assim?

eu ñ sei oq falar sobre isso


─ the new king ⊹ sarumi ꒱Onde histórias criam vida. Descubra agora